Capítulo 1 - Bagunça

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Aviso Importante

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STU

[1997]

Acordei tentando lembrar o que ocorreu na noite passada. Fui a um bar gay nos arredores da cidade, disso tenho certeza. Mas, estou confuso a respeito dos acontecimentos. Minha única certeza é que fiquei com alguém chamado Bob no banheiro, e seu odor de cigarro ficou impregnado em mim.

Olhei ao redor e vi que o quarto estava uma bagunça do caralho: roupas jogadas no chão feito trapos, copos vazios entulhados na mesa, revistas jogadas sei lá onde.

Um cheiro forte de álcool encheu o ar.

Porra!

Minha cabeça latejava por causa da maldita ressaca e eu não lembrava direito de todos os detalhes que me levaram até aquele bar, mas tinha certeza de que tinha bebido álcool pra caralho e isso não era pouca merda.

Enquanto eu tentava me arrumar de qualquer jeito pra encarar o dia, percebi que não tinha mais controle sobre os meus movimentos, como se a ressaca tivesse amarrado cordas nos meus músculos. Cada movimento era um esforço lento, parecia que eu era uma droga de um robô com engrenagens fodidas e circuitos de merda.

Me arrastei até o banheiro, quase dançando uma valsa desajeitada com as roupas jogadas no chão. Quando cheguei lá, percebi que o espelho estava todo embaçado e tive que limpar com a mão antes de conseguir me ver refletido ali.

Meus olhos estavam pegando fogo, vermelhos pra caralho, encharcados e ardendo como se eu tivesse passado a noite inteira chorando por alguma merda de tragédia indescritível.

Lavei o rosto e dei dois tapas em minha cara para tentar despertar, porém isso só intensificou minha dor de cabeça. Ri, uma risada quase desesperada, e finalmente joguei a toalha, abraçando aquela aparência caótica como se fosse uma bandeira de aceitação da derrota.

As roupas, jogadas sem dar a mínima no chão, foram minhas próximas vítimas. Peguei uma por uma, sem me importar muito com os detalhes. A camisa estava toda amassada, parecendo um papel que ninguém deu a mínima, e as calças tinham manchas cuja origem eu nem fazia ideia. Mas, sei lá, parecia que o dia era sobre cagar pra aparência, então desisti mais uma vez e me enfiei naquelas roupas desgrenhadas.

Enfiei os tênis de qualquer jeito, os cadarços balançando soltos. A mochila estava lá jogada no chão, esquecida. Peguei ela sem nem me importar. Tudo tava se encaixando com aquela porra de aura de bagunça ao meu redor, como se o mundo tivesse decidido dar uma mãozinha, ou pelo menos estar do lado da minha vontade zero de organizar as coisas.

Tudo isso porque eu estava lidando com uma puta ressaca, algo que não vinha só do álcool e suas merdas. Era uma ressaca que afetava minha moral, uma sensação persistente em minha mente. A escolha de frequentar aqueles bares exclusivamente masculinos... Isso estava deixando uma marca profunda, uma mancha desagradável na maneira como eu me enxergava.

As memórias borradas com homens estranhos, da busca por uma conexão rápida... Não era só o gosto ruim do álcool que estava grudado na minha boca, mas também o sabor amargo da merda de escolha que eu continuava fazendo.

Eu estava me culpando por me deixar arrastar pra esse ciclo, por seguir a mesma trilha sem nem ligar pras merdas que iam rolar. A ressaca moral não saía tão fácil quanto a ressaca física.

Segredos em WoodsboroOnde histórias criam vida. Descubra agora