~Um crime perfeito~

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Sentia que os dias se passavam mais lentos, como se soubessem que isso me torturaria. Porém, depois de uma semana procurando pelo woo, taehyung havia ido a cafeteira dele e lá estava , woo estava nu jogado a uma poça de sangue ao chão, obviamente ele foi estuprado até a morte, o osso do seu quadril estava evidentemente quebrado pela forma grosseira que o penetraram. Taehyung viu seu mundo cair, se ajoelhou em frente à quele corpo gélido, chorando silenciosamente, pegou sua mão que ainda estava com a sua aliança e a trocou pela dele, assim, woo iria embora com alguma coisa dele. Taehyung não queria conversar conosco sobre o que estava sentido, ele só queria um abrigo e espaço, para absorver tudo. Depois do funeral taehyung observou seu corpo sendo cremado, woo disse uma vez, que não gostaria da ideia de ter seu corpo apodrecendo. Ficamos em silêncio, um silêncio horrivelmente barulhento. Todos nós estávamos com medo, e raiva, passamos as primeiras noites sem dormir, sem comer, sem viver.

Eu me sentia culpado, por perder um amigo tão querido como o woo, eu sabia que algo iria acontecer entre nós mas eu fui um covarde e não falei nada porque eu sabia que quando acontecesse iria acabar, e eu não queria perder meu amigo. Por uma falha minha ele morreu, por uma falha minha eu não falei pro taehyung mais cedo sobre o Jonh, por uma falha minha eu não fui capaz de enxergar ou aceitar que isso poderia acontecer, e eu me odeio por isso.

Uma vez eu fiquei intrigado, como alguém poderia sofrer tanto e ainda continua com aquele brilho genuíno?, woo então se virou para mim e disse...
"O ser humano é uma casa de hóspedes , toda manhã uma nova chegada. Uma alegria, uma depressão, uma maldade, alguma consciência momentânea vem como um visitante inesperado. De boas vindas e entretenha a todos, mesmo que eles sejam uma multidão de tristezas. Que violentamente varrem os móveis da sua casa. Mesmo assim trata cada convidado honrosamente. Talvez eles estejam te limpando para um novo prazer. Pensamento obscuro, a vergonha, a loucura. Os receba na porta rindo e os convide para entrar. Seja grato por quem vier. Porque cada um foi enviado como um concelheiro de fora."

Eu não soube  O que responder, são pensamentos diferentes. Eu tenho certeza que tudo que eu passei foi matando aos poucos o inocente que habitava  em mim, se é que ele existiu.

Um mês depois...

05:00

Jeon- taehyung ele já morreu. Já deu acabou você não entende?, pra que viver perseguindo um cara que você nem conhece?

Tae- se fosse com o jimin?, ãh?, você não iria atrás?, não se vingaria por ele?, quantas vezes jungkook, quantas vezes eu suportei você chorando todas as noites se culpando por não ter salvado ele. E agora você tem ele

Jeon- taehyung...

Tae- eu não terminei, você tem ele agora e eu tenho quem?, nunca tive ninguém nesse vida jungkook, e quando finalmente eu o encontro ele morre. Eu sei muito bem que ele morreu, porque eu vi o corpo dele todo quebrado jogado que nem lixo no chão. Tu não tem nenhum direito de se comparar com o que eu tô passado, até porque o jimin não morreu...

....

Estou correndo, correndo o mais rápido que eu posso. Correndo mesmo sem enxergar nessa escuridão, sinto algo atrás de mim mas o medo me impede de olhar para trás, mas a sensação de que ele está bem atrás de mim quase me pegando, eu não posso deixar eu tenho que correr mais rápido, correr mais rápido, mais rápido...

Abro os olhos em pura adrenalina, me sentando na cama rapidamente e olhando ao redor. Ponho a mão sobre o rosto na tentativa de amenizar a ansiedade. Até que eu ouço taehyung e jungkook discutindo na sala. Evitei fazer barulho e prestei atenção no que estavam falando. Eu sabia que eles acabariam em discussão sobre o woo, mas eles estavam tão brabos com eles mesmo por não ter conseguido salvar o woo, que nem perceberam o quão mal eu estava, eu também teimoso como sou não falei como me sentia. Para eles eu estava tendo meu próprio luto, da minha maneira. Me cansei de ouvir eles estão me levantei de vagar arrumei uns travesseiros na cama, na intenção de parecer um corpo. Me escondi no closet e esperei eles paparem. Não demorou muito, jungkook logo veio para o quarto, mas antes de se deitar ele foi no banheiro, então esperei taehyung entrar no quarto. Quando vi minha chance saí correndo de meia para não fazer barulho, peguei chaves, casaco e peguei meus tênis sem por eles, e sai de casa. Terminei de me arruma no elevador. Como era de madrugada o hotel não abria por segurança, para sair na rua, mas era um hotel bem planejado, dois andares abaixo do meu apartamento havia uma praça de alimentação e jogos , eu nunca cheguei a ir lá então estava meio ansioso de ter muitas pessoas. Quando cheguei pra minha sorte estava praticamente vazio. Peguei uma cadeira e me sentei, respirei fundo várias vezes para me acalmar e então comecei a observar as poucas pessoas que estavam ali. Alguns casais que pareciam estar juntos a muito tempo, porque eram um casal de idosos e um casal próximo a eles que pareciam estar no seu primeiro encontro...
De certa forma eu achei isso bonito, as vezes parar e olhar a nossa volta é tão necessário quanto se olhar para dentro de si, é como olhar um espelho. Fico pensando, imaginando, como seria a minha vida se fosse totalmente diferente do que ela é hoje. Viver o que eu vivi, admito que não foi fácil, não seria pra ninguém se alguém estivesse no meu lugar. Todos os traumas, abusos, estupros, hematomas e cortes, toda a minha infância arrancada de mim mesmo antes de eu entender o que era ser criança, pois até isso me foi roubado. Poder escolher meu próprio caminho desde criança e ser incentivado a isso, nunca tive, no lugar eu tive tudo escolhido sem eu escolher, tudo pronto sem eu ter feito. Eu nunca fiz nada eu apenas exercia o papel de ser a cobaia. Sem perceber até hoje eu sou a cobaia, se não fosse eu não estaria aqui, esperando que algo aconteça comigo.

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