Ele

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"Pai, aqueles que me deste quero que onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque Tu me hás amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer mais, para que o amor com que me tens amado estejas neles e eu neles esteja." - João 17: 24-26

Em meio ao seu momento de dor, sentindo-se sozinho e angustiado, Jesus deixou tudo isso de lado e começou a orar pelos seus discípulos. Para que eles fossem protegidos, abençoados. Para que nunca deixassem a promessa do Senhor e nem a esperança de ver novamente o Cristo.

Jesus sabia que não ia continuar andando com eles em carne, por isso, pediu "não para que Deus os retirasse do mundo", mas que os guardassem aqui, livrando-os do mal, santificando-os e enviando-os para espalhar o Evangelho (Jo 17: 16-18). A última oração de Cristo, no Monte das Oliveiras, também foi direcionada a eles, àqueles que andavam com Jesus, que pediu para que Pedro, Tiago e João tivessem força para aguentar a vigília.

Mas o engraçado (que não é tão engraçado assim) está no fato de que Jesus não se limitou a orar pelos discípulos que andaram com Ele, mas a todos que encontrariam, escutariam e creriam na Sua Palavra, no Seu Amor e na Sua Justiça. No versículo 20, do capítulo 17, o meu Senhor estende a sua oração a todos nós, posteriores aos primeiros cristãos, imersos em sociedades e em culturas diferentes. E não só estende a bênção, como também nos unifica a Ele e, consequentemente, ao Pai (vs. 21)

Sabe, eu gosto de pensar no cristianismo como uma grande família, com os cristãos primitivos sendo nossos pais e mães na fé, os que eu não conheço sendo meus familiares e os que eu conheço sendo como meus amados irmãos. Isso me causa uma sensação de pertencimento tão enorme que faz com que quaisquer pensamentos intrusivos que me fazem pensar que estou só, irem embora. Saber que eles lutaram pela fé, logo, pelo fundamento que me mantém viva e sã é algo tão bonito e puro que me quebra a cada vez que eu penso nisso.

Outra coisa, ainda melhor, é saber que Jesus, que tem tantas versões por aí espalhadas, tantas pessoas dizendo coisas diferentes sobre a sua figura, se importou o suficiente com você, quem ele não conheceu, para orar por sua vida. Que aquele que todo mundo inventa milhões de coisas sobre, se mostrou fiel na angústia, digno de honrarias, amável como nenhum outro e tão perfeito que eu não consigo fazer nada além de adorá-lo com todo o meu ser.

Em meu momento de maior angústia, eu volto nessa passagem para me lembrar de quem me amou de verdade e continua me amando, ao lado do Pai, e me conhece de um jeito tão profundo que eu nem sei como explicar.

Esse texto tá ficando grande, mas eu nem queria ter escrito tanto assim. Eu tô lotada de atividades da faculdade e tenho umas responsabilidades aqui em casa. Nem fui pro culto jovem hoje, o que eu admito ser uma falha. Eu só queria escrever uma mensagem curta, com menos de cem palavras, mas eu não consegui parar de pensar e parar de escrever sobre o meu Pai. Sobre o seu Pai. (Quanto mais você gosta de uma pessoa, mais você quer falar mais sobre ela. Se eu fosse para uma área da linguística, talvez eu usasse isso como minha tese. Mas eu gosto de literatura e se Jesus me fez assim, como eu posso contestar?)

Brincadeira à parte, eu gostaria de terminar com a mensagem que eu escolhi começar esse pequeno pensamento. Ela é: A última oração de Cristo foi feita por você, todas as atitudes do Cordeiro foram para você. Ele se importa contigo, tal qual se importa comigo. Ele te ama e se entregou por você. Agora, sinceramente, só te e me resta nos entregarmos a Ele, de todo coração, alma e espírito. Amém. 

MEU PAI E EU: Uma série de reflexões sobre fé, amor e religiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora