"Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." (I Tm. 1:15)
Eu confesso que eu sinto muito raiva. É isso, sem 'mas', 'porém' ou 'entretanto', apenas a verdade pura e simples. É muito fácil para mim sentir raiva de alguma coisa, mesmo que seja bastante idiota, e me estressar e fazer quinze mil expressões e falar tudo o que eu penso e o que eu acho que tenho direito de fazer, apenas para ficar arrependida depois.
E com o arrependimento vem a vergonha de minhas ações, o que poderia ser considerado um passo para o real arrependimento se eu não voltasse àquele ciclo vicioso de ódio guardado. Então, com o que eu fico? Com o ódio e a vergonha, somente. A raiva faz meu coração bater mais forte e me faz agir de uma maneira que eu, quando estou em meu estado normal, odeio mais do que aquilo que me fez ficar com raiva.
E isso me consome. Simplesmente consome todo o meu coração e eu fico me sentindo perdida e idiota. Então, me lembro que Jesus falou que toda casa subdividida está fadada ao fim e eu me pergunto como está a minha salvação apesar dessas explosões. O quanto eu gostaria de seguir Tg 1:19-20 e ser "tardia para me irar".
Então, me lembro de outra coisa: Deus está me tratando e, diferentemente de outras doenças, esse é crônico, tem que ser feito todos os dias, todos os momentos para que, quando eu achar que vá estourar, na verdade, eu me acalme pela Graça do Senhor. E, quando isso acontece, eu percebo que o tratamento está fazendo efeito e glorio o médico que me ajudou com o seu remédio.
É claro que nem todos os dias, eu acordo bem e nem em todos os momento vão ter pessoas que vão reconhecer isso e me ajudar. Nem todos os dias teremos pessoas em quem confiar para desabafar e chorar junto, mas (como disse Jó), se Deus está nos momentos bons, porque não estaria nos ruins? Deus está comigo quando eu recebo elogios, mas também está na boca de cada repreensão que eu recebo e cabe a mim aceitar o que vem do Senhor, mesmo que eu me irrite com isso uma ou duas vezes.
Mas se irritar não se significa necessariamente deixar-se levar pelo ódio e é isso que estou tentando aprender com o meu Pai. Afinal, não tem ninguém melhor do que ele para ensinar como amar os inimigos, como resistir às paixões e aos desejos e como superar a ira e firmar-se no Senhor em tempo e em fora de tempo.
E se você estiver passando por isso junto comigo, ore por mim. Eu orarei por você também. Deus, está conosco e, já por isso, nós estamos em um bom dia, apenas temos que nos firmar Nele e em Seu Cordeiro.
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MEU PAI E EU: Uma série de reflexões sobre fé, amor e religião
DuchoweEssa é uma coletânea de reflexões minhas, inspiradas por trechos da Bíblia, o meu livro favorito. É um trabalho íntimo, bonito e confortador. Tem o confronto, claro, que atinge quem lê, mas que, principalmente, afeta quem escreve.