Capítulo 4: Distração

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Ela cambaleou para o corredor, meio correndo com as pernas trêmulas para a sala de Poções. Harry e Ron a esperavam do lado de fora da porta, ambos parecendo extremamente preocupados. Ambos suspiraram aliviados ao vê-la, e Rony disse rapidamente quando ela se aproximou:

— Ele não fez nada de nojento ou vil com você, fez? — Sua boca parecia quase apertada quando ele perguntou, como se fazer a pergunta em si fosse desagradável para ele.

Ela quase balançou a cabeça em exasperação. Snape nunca tinha feito nada sexual que ela não gostasse, Ron estava perdendo totalmente o ponto.

Seu corpo ainda estava corado e excitado, mas essas sensações estavam esfriando rapidamente no frio da masmorra, enquanto as correntes de ar geladas se moviam sob suas saias.

— Não, nada nojento — ela disse calmamente para os meninos, assim que uma gota de seu gozo saiu dela, cobrindo a parte superior das coxas de umidade. Ela se contorceu um pouco, e Harry olhou estranhamente para ela. Ele abriu a boca como se fosse dizer algo, mas então olhou para Ron e apertou os lábios. Oh não. Harry sabia de alguma coisa, ela podia dizer. Naquele momento, Slughorn cambaleou em direção à porta, bigode de morsa balançando enquanto cumprimentava os alunos que esperavam do lado de fora, e eles entraram na sala de aula para se sentar.

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No almoço, Harry se sentiu um pouco perdido. Mastigando seu sanduíche lentamente, ele percebeu que Snape havia feito algo com Hermione depois da aula, mas não queria tocar no assunto enquanto Ron estivesse presente. Pobre Ron, sua reação foi tão forte.

Harry suspeitava há muito tempo que Rony sentia algo por Hermione, embora nunca tivesse tido certeza se era o contrário também. E essa coisa com Snape... Ele simplesmente não conseguia entender o que estava acontecendo. Por que Hermione seduziria o velho, feio, gorduroso e nojento Professor Snape? Em que dimensão paralela coisas como essa aconteciam? Se ela não tivesse ficado tão angustiada quando contou a eles, ele teria certeza de que o sujeito havia usado a Maldição Imperius nela. Pelo menos, se ele realmente a tivesse amaldiçoado, teria de ser um mestre do engano, deixando-a agir quase naturalmente, livre para demonstrar preocupação.

Mas o mais importante é que tanto as reações dela quanto as do próprio homem diziam a ele que aquilo não tinha sido um caso isolado. A maneira como Snape havia mandado ele e Ron embora, bem, Harry tinha visto o desejo nos olhos de Snape. Ele não era estúpido, sabia o que deveria ter acontecido depois que eles saíram.

Engolindo a última mordida do sanduíche, ele limpou a garganta.

— Erm, Ron? Eu acho que Lavender quer falar com você — ele disse, apontando para a garota que, de fato, estava sorrindo na direção de Ron. Seu amigo ruivo se animou e se arrastou pelos bancos para se sentar ao lado de Lavender.

Harry se aproximou de Hermione e colocou um Muffliato rápido.

— Você fez de novo? — ele disse calmamente.

A garota pulou uma milha, olhando para ele. Um forte rubor surgiu em suas bochechas, e ela assentiu, parecendo incerta.

— Como você sabe, Harry? — ela sussurrou.

— Não era difícil dizer. A maneira como ele olhava para você era revelador. E você parecia um pouco... diferente depois da aula.

Ela corou ainda mais ferozmente, respondendo:

— Não é da sua conta, Harry.

— Mas eu me importo com você — ele disse gentilmente. — Eu só não quero que você se machuque. Snape não é um homem legal, Hermione. Ele é... irascível, zangado, sarcástico e malvado. Ele não é, estritamente falando, material para namorado.

Twenty Points to Gryffindor | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora