Capítulo 4

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A bala afiada voou pelo ar, perfurando o centro da mesa.

"Ah...!"

Min-joo se forçou a engolir um pequeno grito. Ela se agachou, enterrando o rosto nos joelhos, tremendo de medo. Se Vehen não a tivesse empurrado, ela poderia ter sido atingida.

O terror era tão avassalador que a realidade não parecia real.

Acima de sua cabeça, uma forte explosão ecoou, seguida por um grito horrível. Não era de Vehen.

Os tiros consecutivos que irromperam, um após o outro, também não eram de Vehen. Os intrusos, tendo aberto à força a porta trancada, entraram armados com armas e facas.

"Fogo!"

O aparente líder gritou. Vestidos com trajes pretos, até mesmo com os rostos cobertos por um pano preto, eles cercaram Vehen impiedosamente. Ou pelo menos, eles tentaram.

Vehen espalhou no ar os documentos empilhados sobre a mesa, obstruindo a visão dos intrusos. Imediatamente, ele atirou nos que seguravam armas sem hesitação. O poder da espingarda era muito superior ao de um pequeno revólver, e as balas atingiam com precisão o alvo, rasgando o papel.

À medida que o espaço se enchia de lençóis caindo, a janela atrás de Vehen de repente se quebrou em fragmentos brilhantes como estrelas.

Ao longe, os tiros continuavam a ecoar.

As balas que choviam do outro lado da janela destinadas a Vehen pareciam estrelas cadentes, brilhando assustadoramente. No prédio em frente, no telhado onde moravam os criados, pequenos flashes de luz piscavam.

As pequenas luzes e inúmeras balas, acompanhadas de cacos de vidro brilhantes, emolduraram Vehen como um trono, fazendo-o parecer um demônio tentando destruir o mundo.

As balas derrubaram implacavelmente os invasores, agindo como meteoros em busca de julgamento. A fumaça que enchia o escritório, tão densa quanto chamas subindo do inferno, pairava no ar.

Conforme o vento soprava, as cortinas vermelhas tremulavam e a fumaça se dissipava lentamente.

No silêncio, apenas Vehen e Min-joo permaneceram vivos. Até os ratos pareciam prender a respiração, de tão calma que a atmosfera estava.

"...Que bagunça."

A voz de Vehen proferida com um toque de arrependimento e indiferença seca, soava como o solilóquio do protagonista.

Min-joo, ainda debaixo da mesa, levantou ligeiramente a cabeça. Seu rosto, encharcado de suor induzido pelo medo, contorceu-se com uma expressão triste.

"Acabou?"

"Levantar."

Saindo de debaixo da mesa, Min-joo tremeu, ainda segurando o revólver.

Ela parecia mais lamentável do que um rato encharcado pela chuva. Seu cabelo preto estava desgrenhado e seus olhos ardiam por causa da vermelhidão.

Ela parecia ter perdido todo o senso de razão.

Antes que ela pudesse compreender a situação, Vehen, com uma expressão um tanto irritada, murmurou.

"Vamos sair daqui."

Sem entender completamente o que havia acontecido, o braço de Min-joo foi puxado por Vehen e eles saíram do escritório.

Os cavaleiros caídos e os intrusos no chão, as paredes crivadas de balas e as janelas quebradas, pintavam uma cena sombria. O medo tomou conta de Min-joo, sufocando-a.

I Don't Want To Do a Romantic Comedy With a Villain!Onde histórias criam vida. Descubra agora