𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐒𝐈𝐆𝐇𝐓 ; draco malfoy.

Runaway Kids

"Where we're from, you know I hate this town 

One by one, I'm gonna burn these buildings down"

Runaway Kids - Harbour

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Todas as férias eram do mesmo jeito, não importa o quanto Draco torcesse para que elas fossem diferentes.

O simples fato de ter que conviver com Lucius Malfoy já era torturante o suficiente, mas é claro que ele também teria que fazer coisas tediosas contra a própria vontade. E por mais irritante que fosse, Draco tinha que aceitar, afinal, eram essas coisas tediosas que não apenas os mantinham ricos, como estabeleciam seu status social.

Então, por mais que ele quisesse causar uma cena, quando sua mãe apareceu na porta do seu quarto no primeiro dia da segunda semana de férias e informou com um sorriso chateado que eles iriam passar o dia fora no mundo não bruxo, Draco engoliu todas as palavras rudes que sabia que sua mãe não merecia, pegou uma roupa adequada e que parecia cara, e desceu as escadas calmamente, pensando seriamente se ele não podia apenas se jogar.

Para Lucius, que via a má vontade de seu filho enquanto descia as longas escadas, tudo aquilo não passava de uma birra injustificada de um jovem rapaz mimado que nunca teve que pegar uma enxada na vida.

Lucius também nunca teve que pegar uma enxada na vida, e costumava ser muito mais mal educado do que Draco, quando se tratava de frequentar as reuniões com seus pais, mas ser hipócrita era um dos grandes valores de Lucius, e ele não queria mudar isso.

As famosas reuniões eram, na verdade, discussões sobre o mundo bruxo, realizadas apenas pelas famílias sangue puro. Apesar de sempre agirem como se fosse uma reunião importante, era mais uma reunião onde eles fofocavam sobre as outras famílias, falavam mal dos menos favorecidos, e contavam sobre as conquistas de seus filhos.

Por mais que o relacionamento da família Malfoy não fosse grande coisa, Lucius amava se gabar de como seu filho era um dos alunos mais inteligentes da escola, de como ele sempre se destacava em tudo o que fazia, e como nenhum dos filhos das outras famílias sangue puro se aproximava da genialidade do príncipe da Sonserina, e é claro que ele não falava com essas palavras, mas todos sabiam exatamente o que ele queria dizer.

Já Narcisa olhava seu filho descendo as escadas de forma chateada, e pensava no quanto Draco surtaria quando fosse sua vez de frequentar as reuniões, e descobrisse que não é de lá que vem o dinheiro, e que ele sempre passava uma semana de todas as férias vagando por uma cidade não bruxa, coisa que ele odiava, simplesmente porque os ricos gostavam de fofocar. Mas é claro que isso seria um problema para o futuro, então ela preferia simplesmente deixar para lá.

Ao finalmente terminar de descer as escadas, Draco ajeitou sua roupa e se aproximou de seus pais, ainda com má vontade. Foi quando Lucius exclamou impaciente:

— Uau, Draco! Mal posso acreditar que conseguiu chegar até aqui, por um momento me perguntei se seria necessário chamar um Elfo Doméstico pra te carregar! — Talvez fosse melhor, já que você, como pai, não deve ter me carregado nem quando eu era criança.— Draco respondeu.

A boca de Narcisa se formou em um perfeito círculo, mostrando uma cara de choque. Lucius, que estava tão boquiaberto quanto ela, simplesmente bateu com seu cajado no pé de Draco, que exclamou com uma leve dor.

Depois que Draco completou 17 anos, as coisas mudaram completamente, e ele se demonstrava um pouco mais respondão do que costumava ser, o que havia dificultado muito sua relação com o pai.

Não demorou mais do que poucos segundos até que a família Malfoy chegasse no ponto de encontro, afinal, tudo era mais fácil com magia.

— Bom filhinho, como sempre fazemos, ficaremos algumas horas naquela sala ali, então pode sair por aí para explorar um pouco se quiser.— Narcissa disse com um sorriso doce, enquanto entregava dinheiro não bruxo para Draco, que apenas suspirou profundamente, deu-lhe um leve abraço e saiu de perto da porta.