Laços Proibidos | miotela

2.

Ana Flávia |

Tento engajar as crianças com atividades de pintura e recorte, mas, meus pensamentos só focavam no trabalho intenso dos meus pais, eu nunca me acostumei em saber que meus pais vire e mexe estão no mesmo local, sempre com o mesmo intuito, e falhando miseravelmente, mesmo tendo o apoio do batalhão inteiro, realmente as gangues daquele local não são como as outras, e sim bem preparadas para atacar quando necessário.
Também queria muito entender, o porque aquele rapaz que trouxe o Enzo nunca demonstra nenhum sentimento, nem pelo próprio filho, sempre muito calado, reservado, como se fosse um cara extremamente importante para a sociedade.

— ANA JÚLIA! Sai daí agora! — cuidar de crianças definitivamente não é fácil, toda hora um desafio diferente, e com ela, não foi diferente
— Tia, o Gabriel não quer deixar eu brincar com à massinha — Maria me diz, emburrada, é até engraçado ver eles assim, bravos uns com os outros

Gustavo |

Eu deixo o Enzo na sala dele, confio naquela tal de Ana, parece ser uma professora excelente. Mais uma vez aquelas palavras do meu filho passando pela minha cabeça, eu realmente queria que ele tivesse momentos com a mãe dele, mas ela não faz questão de tê-lo por perto. Me sento em um banco próximo a uma loja de produtos infantis, quando meu celular começa a tocar, era o Henrique, um dos gângsters, ele parecia desesperado

— Senhor, novamente o batalhão entrou na comunidade, e abordaram 5 de nós, já estamos ficando sem respostas para as perguntas deles
— Ah, eu vou correndo para as entradas dos fundos então, menos provável que me achem por lá, já sei o intuito deles

Pego meu carro e vou direto para os fundos da comunidade, evitando assim que me encontrassem.
Chegando lá, percebo que mais de uma gangue está totalmente rendida pelo os oficiais

— Porra! Tinha que ser o batalhão inteiro? — digo indignado com a situação, escuto meu celular tocar, novamente era o Henrique, avisando os principais pontos onde estão concentrados os policiais.