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Gustavo |

Eu caminhava pelas ruas escuras da comunidade, minha mente estava repleta de preocupações com a família e aos membros da comunidade, querendo ou não, nem todos são das gangues e temem pela morte de seus entes queridos. Ao chegar em casa, encontro Enzo brincando sozinho em seu quarto, com uma expressão de inocência em seu rosto. Vou para a cozinha preparar a janta do pequeno, minha auxiliar não está totalmente bem para vir ficar com meu filho.

Era quase 21h quando recebo uma mensagem, com remetente a creche, mais precisamente a professora do meu filho:

"Boa noite, senhor pai e/ou responsável do aluno Enzo, envio este comunicado para informá-lo que temos uma reunião marcada para as 22h de hoje (03/05), desde já agradeço a atenção!"

Engoli seco o que tinha acabado de ler, senti um nó formar no estômago, já temia que seria algo envolvendo meu filho, acabo esquecendo por alguns instantes o recado e busco direto meu filho que esta brincando em seu quarto, com ele já de pijama, coloco ele sentado a mesa para jantar e saio de casa, eu estou imaginando que possa ser algo em relação aos atrasos na entrada e saída da creche.

Chegando ao ponto de encontro, que seria em um restaurante local, procuro pela tal Ana Flávia, quando finalmente a encontro, me sento a mesa para tratar dos assuntos:

— Boa noite, vamos direto ao ponto, seu filho, o Enzo, vem entrando na sala atrasado e.. — corto a professora na hora
— Primeiramente, boa noite, Ana Flávia, correto? Já que a senhorita já foi ao ponto, sim meu filho está chegando atrasado, e eu sei, era só isso? — indago
— Não, temos mais assuntos a serem discutidos, um deles é que seu filho tem tido um comportamento totalmente agressivo para a idade dele, vive imitando e dizendo ser de quadrilhas mafiosas, as gangues de onde mora, o senhor pode me informar se tem algo relacionado a moradia, ou a relação de pai e filho de vocês?
— Porra, eu sabia que não era para mantê-lo em casa!
— O senhor está querendo dizer o quê? — ela indaga, meio curiosa
— Não, nada, são só ocorridos do trabalho que influenciaram o pequeno
— Então.. eu já vou indo, foi um prazer podermos conversar sobre esse comportamento, espero que tudo se.. — eu a corto novamente
— Sente-se senhorita, quero saber mais sobre você

Laços Proibidos | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora