A Proposta Inesperada

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Bommm dia, vamos começar mais uma fic... Espero que vocês gostem!

See you Tomorrow.



Pov Helena


- Está liberada senhorita Weinberg!- José diz com seu tom carregar de mal humor, mas a dias isso não me abalava mais, eu necessitava do emprego, por que em casa as coisas estavam apertadas demais para meu pai continuar sozinho no sustento.

Para ser sincera meu pai estava devendo até para sua chefe uma tal de Clara Albuquerque. Ele nunca me disse qual o valor, mas temia que em algum momento a mulher voltasse de viajem e resolvesse cobrar.

- Obrigada senhor José.- pego o dinheiro que recebia da diária da lojinha, não era muita coisa, mas talvez hoje ajudasse a pagar a luz que estava prestes a ser cortada. Mesmo não sendo correspondida te desejo uma boa noite.

Saio da lojinha sentindo o vento gelado do inverno bater em mim e me encolho caminhando de volta para casa.

Foi uma longa caminhada e quando eu entro noto que estava tudo um completo silêncio, por alguns segundos cheguei a suspeitar que não havia ninguém em casa, mas após deixar o casaco pendurado e entrar de vez na sala de estar minha teoria foi contrariada.

Meus pais se encontravam sentados encarando o vazio na sala, suas expressões me assombrava um pouco, algo de errado havia acontecido, mas o que? Será que o aluguel também estava atrasado também e o dono da casa resolveu cobrar a casa? Para onde iriamos?

Não tínhamos parentes aqui e os amigos de meu pai com certeza se negariam a ajudar, pois os de melhores condições o meu pai já devia muita coisa, e os que sobrava não tinham condições de nos dar apoio.

- Boa noite mamãe... Papai!- digo olhando para eles com uma expressão interrogativa. - Aconteceu alguma coisa?- sento ao lado de minha mãe pegando suas mãos e só então ela desvia olhar de um ponto fixo para me olhar.

- Está... Claro que está filha...- com toda certeza eu não estava convencida, principalmente ao ver seu sorriso triste ao finalizar a frase.- Como foi o trabalho hoje?- ela tenta desviar o foco de sobre si fazendo a pergunta de todos os dias.

- Ah foi como sempre mãe, eu cheguei atrasada, o senhor José ficou irritado e me fez ouvi um sermão de duas horas e só parou quando apareceu um cliente, e na hora que terminei meu turno ele quase me expulsou da loja.- rio me lembrando da expressão de mal humor da lojinha de antiguidades, era um bom homem, só não sabia demonstrar esse lado para ninguém.

- Como sempre mesmo, nunca vi o senhor José feliz em toda minha vida, então duvido que você veja.- ela tenta fazer uma gracinha, mas só dou um risinho para não a deixar mal.

- Irá chover canivete quando isso acontecer!- complemento com um sorriso debochado e então olho séria arrumando minha postura.- Mas agora é sua vez dona Fátima, me explique o que está acontecendo, vocês não parecem nada bem... alguém fez algo ?- meu lado protetor falou mais alto e eu voto a tagarelar enchendo a de perguntas.

- Não houve nada demais querida.- ela solta minha mãos e se coloca de pé.- Eu acho melhor você tomar um banho, eu já vou servir o jantar!- ela me dá as costas e vai caminhando em direção a cozinha, e só então vi meu pai esboçar uma reação.

- Se apresse Helena teremos visita no jantar!- ele foi tão frio em suas palavras que quase não pude reconhecer o meu pai ali, ele se levanta e segue como minha mãe em direção a cozinha.

Fico alguns segundos ali encarando a porta completamente atônita sem entender o que estava acontecendo, mas quando olho o relógio de parede me assusto, deveria me aprontar rapidamente caso eu quisesse estar junto aos meus pai na hora de receber a tal visita.

Me levanto do sofá e caminho para o corredor que levava para os quartos, entro no meu me deparando com a bagunça que havia deixado pela manhã, pelo que vejo o dia realmente estava bem estranho, pois todos os dias em que eu saia para o trabalho, ela entrava em meu quarto para o organizar igualmente o restante da casa.

Sem ânimo algum e ainda muito pensativa me arrasto para o banheiro, tiro minhas roupas com a mesma agilidade e ligo o chuveiro deixando a agua feliz cair sobre mim, droga havia esquecido que não tinha mais água quente, naquele momento sentia que a qualquer momento poderia ter uma hipotermia, mas literalmente dou de ombros e começo a me lavar.

Quando finalmente termino meu banho, pego a toalha apressadamente e me enrolo saindo do banheiro rapidamente, precisava de uma roupa urgentemente, e que de preferência seja confortável e quentinha.

Pego uma calça jeans escura de melhor aparecia e uma blusa de mangas compridas de cor vermelha, estava aquecida e ao mesmo tempo apresentável para a tal visita que até aquele momento me intrigava de uma forma absurda.

Ouço batidas em minha porta e falo "entre" em um tom baixo e pude ouvir a maçaneta girar a porta se abrir e revelar minha mãe com uma expressão preocupada, logo ela larga a porta e caminha em minha direção.

- Querida coloque uma cor nos lábios, nossa visita acabou de chegar e duvido muito que os lábios pálidos assim lhe passe uma boa impressão.- ela toca a ponta de meu nariz e se estica pegando sobre a penteadeira um batom de um vermelho vibrante que com toda certeza eu pareceria mais madura e sedutora, e com esses pensamentos minhas bochechas ganham uma cor também.

- Mamãe esse não.- tento argumentar, mas sua expressão deixou bem claro que ela não havia pedido e sim ordenado, com um suspiro pesado pego o objeto e me aproximo do espelho o aplicando sobre meus lábios carnudos.

- Agora sim está ótimo! Agora vamos antes que seu pai resolva subir para nos buscar...- ela pega minha mão e praticamente me arranca do quarto.

* Horas antes *

Pov Clara


Mais uma vez estava chegando de uma longa viajem que eu havia feito para Londres, os negócios por lá estava crescendo desenfreadamente e com toda certeza precisava de minha constante verificação.

Jogo a bolsa preta sobre o sofazinho que tinha na minha sala e mal sento em minha cadeira de presidente da empresa quando ouço batidas aflitas contra a porta.

- Entre!-digo alto e claro depois de um suspiro frustrado.

Com certeza seriam problemas graves a serem resolvidos com urgência e que não poderiam aguardar meu descanso.

Quando a porta se abriu pude ver um senhor de cabelos brancos entrar meio ofegante, provavelmente havia andado muito de pressa, sua imagem me era familiar, já havia me dirigido a ele algumas vezes.

- Senhora Albuquerque desculpe lhe incomodar, sei que a senhora acabou de chegar de viajem, mas os assuntos que tenho a tratar não podem esperar mais tempo .- ele diz aflito e eu sem demonstrar algum tipo de sentimento aponto a cadeira a minha frente e ele praticamente se joga ali, e pude me lembrar de quem ele se tratava.

O que houve senhor Weinberg? Não estou lhe compreendendo.- digo de uma forma formal deixando um forte sotaque inglês transparecer.

- Eu tenho uma oferta a fazer.-ergo a sobrancelha o encarando, não entendia o que um homem nas condições dele tinha a me oferecer?- Como a senhora bem sabe, lhe devo muito dinheiro, mas o problema é que também devo outra pessoa que está ameaçando a minha família, então em troca do pagamento dessa divida lhe ofereço a mão de minha filha em casamento.- olho para ele completamente incrédula no que ele acabará de propor!?

- Senhor Weinberg eu não posso fazer isso, sei que pareço uma pedra de gelo como todos aqui andam falando de mim, mas sei que sua filha deve ter sentimentos. Eu seria incapaz de tomá-la pra mim dessa maneira.-digo Antonita, mas sabia controlar minhas emoções diante de outras pessoas.

- Eu sei que de inicio parece um absurdo senhora Albuquerque, mas sei que se essas dividas forem pagas minhas filhas estarão seguras, e Helena terá uma vida melhor com a senhora.-ele falou baixando a cabeça pela vergonha ao dizer o final da frase. Eu o compreendia, ele era um pai em busca de melhores condições para sua filha.

- Quantas filhas tem?-pergunto para ocupar ele enquanto pensava em sua proposta, se isso me traria vantagens ou não.

-  Tenho duas senhora, Viviane (Pocah) e Helena, mas a primeira é de consideração, pois é filha somente de minha esposa.-então ele provavelmente estava propondo a mais jovem.

- Quantos anos cada uma tem?-passo as mãos por meus cabelos loiros tentando não ficar nervosa com aquela situação inesperada que com toda certeza eu não estava esperando por isso.

-Viviane tem 22, mas mais parece uma adolescente, não tem limites e muito menos juízo, ela é filha da minha esposa, mas a criei como uma filha para mim. Eu teria falado com ela, mas não tenho direitos sobre ela. Já Helena está prestes a completar 18 terminou o ensino médio recentemente e agora esta trabalhando em uma lojinha para ajudar nas despesas de casa, eu realmente acho que a senhora não vai se arrepender, ela não é má menina, mas dar o dinheiro para a despesa está atrasando ela a iniciar a faculdade que sempre sonhou.-ele suspira parecendo perdido em pensamentos, provavelmente com recordações de coisas que terminou de me contar.

- Então além de pagar as dívidas e acabar com as ameaças o senhor está em busca de uma vida melhor para sua filha?-pergunto cruzando os braços entendo que ele queria dizer com a parte da faculdade.

Ele abaixa a cabeça completamente constrangido com a situação, poderia me sentir culpada, mas continuo o encarando aguardando sua resposta sincera, eu não sou uma mulher de meias palavras, então esperava que o mínimo que as pessoas poderiam fazer, era ser sinceras comigo também.

- Sim senhora Albuquerque! Eu sei que talvez não lhe pareça ético, talvez aos seus olhos pareça completamente interesseiro, mas só sou apenas um pai desesperado que apenas quer a segurança e tudo de melhor para a sua filha.- concordo com a cabeça completamente agradecida por sua sinceridade.

- Muito bem senhor Weinberg eu agradeço sua sinceridade e ficarei feliz em ajudar a sua família a resolver esses problemas, afinal eu pensei um pouco enquanto falava e acho que esse acordo vai beneficiar ambas as partes. Preciso de uma companheira ao meu lado em reuniões e isso veio a calhar. - sou sincera com ele, como havia dito, não gosto de mentiras e muito menos rodeios.

- Eu compreendo, só peço que cuide muito bem da minha pequena, ela é uma menina muito doce e adorável, a senhora vai se encantar quando a conhecer melhor.-ele diz com um brilho no olhar e com certeza acabo rindo discretamente, pais eram seres que enxergavam exageradamente as qualidades de seus filhos.- Eu estou falando sério senhoraAlbuquerque.- ele parece indignado como meu riso.

- Eu não estou duvidando senhor, apenas ri de uma ideia que passou por minha mente. Mas o importante aqui é que agora temos um acordo! Precisamos ajeitar tudo para ficar apropriado para ambos os lados.

- Como?-ele parece meio confuso.

- Eu vou precisar viajar em breve então preciso que esse casamento saia o quanto antes.

- Então acho melhor contar a verdade a Helena está noite.

- Estou de acordo, quanto antes melhor.

- Mas quero que a senhora esteja presente nessa conversa, deve ver de perto como vai ser a reação dela perante a notícia, quero que fique claro com o que terá que lidar durante o inicio da convivência entre vocês.

- Por mim tudo bem, só não prometo que chegarei no horário correto, hoje o meu dia vai ser bem longo, cheguei de viajem hoje então tem vários assuntos a serem resolvidos.

- Eu compreendo, mas com toda certeza nós a aguardaremos para o jantar.

- Fico muito grata, preciso realmente de uma simples comida caseira, não aguento mais comida instantâneas! -acabamos rindo de minhas palavras e eu pego um bloco de anotações juntamente com uma caneta e estendo.- Me passe o endereço de sua casa por favor! - arrumo o meu óculos observando ele escrever com certa dificuldade, ele termina e me estende o bloco e coloca a caneta sobre a mesa de magno.- Muito obrigada!-falo pegando o papel analisando o que estava contido.

- Se a senhora não entender o que está escrito, eu posso explicar certinho para a senhora falando mesmo.-ele pareceu constrangido e eu coloco o papel dentro do bolso superior do meu terno.

- Não se preocupe senhor, está tudo muito bem claro para mim. Bom se o senhor não se importar eu tenho uma reunião muito importante daqui poucos minutos.- comunico olhando meu relógio de pulso.

- Fique a vontade, eu também tenho que voltar ao trabalho senhora, não quero receber sem trabalhar.- ele se coloca de pé e me estende a mão.- Muito obrigado senhora Albuquerque!

- Foi um prazer fazer negócio com o senhor!-pego sua mão e aperto selando o nosso acordo.

- Com licença.- ele fala se afastando e caminhando em direção a porta de saída da minha sala.

- Toda.-concordo e começo a juntar meus papeis para ir para a reunião de emergência que teria que me fazer presente.

****

Estava voltando para casa rezando para encontrar uma joalheria aberta naquela hora, eu não poderia chegar no meu jantar de noivado de mãos abanando.

Já estava prestes a desistir quando próximo a minha mansão encontro uma aberta.

- Maravilha!-estaciono no meio fio e caminho para dentro da loja onde perco bastante tempo para escolher uma joia que se encaixe perfeitamente para aquela ocasião peculiar.

Quando finalmente encontro, peço mentalmente que a numeração seja a correta, pois na minha cabeça já estava imaginando como seria a reação da menina e posso adiantar que não estava otimista, então ter que trocar uma joia não seria prudente.

Entro em casa as pressas, mas paro ao me deparar com a bagunça que eu mesma havia feito na passada rápida que dei aqui antes de seguir para a empresa.

- Que droga! Definitivamente vou me atrasar para esse jantar...- pego as malas jogadas no chão e as arrasto para o andar de cima, coloco as com roupas sujas em um canto para mais tarde vou mandar a lavanderia, e as que possuíam roupas limpas coloco sobre a cama e abro em busca de uma roupa adequada para hoje, optei por algo bem discreto como uma calça social, e uma camisa feminina.

Deixo tudo sobre a cama e vou para o banheiro, tomo um banho rápido, mas bem relaxante, se pudesse ficaria ali debaixo do chuveiro para sempre!

Saio do banheiro com um roupão preto e pego minhas roupas limpas e me visto, vou até o terno que vestia antes e pego o papelzinho com o endereço da casa dos Weinberg's.

Paro em frente ao espelho e dou uma ultima analisada no meu visual, parecia um pouco menos formal do que costumava, mas não chegava a ser descontraído.

Pego a caixinha de joias dentro da minha bolsa,passo um batom vermelho e saio seguindo o que estava escrito no papel !

 * Horário de Jantar *


Chego ao endereço que estava anotado, o pequeno papel de bloco de notas, saio do carro o deixando estacionado no meio fio próximo a casa, fecho tudo e caminho até a porta e dou algumas batidas, mas não demorou muito até que a porta se abra revelando uma senhora muito bonita que ao me ver abre um grande sorriso de empolgação.

- Boa noite senhora Weinberg.- eu a cumprimento estendendo a mão formalmente, mas a mulher ignora minha mão e se joga em meus braços, me pegando de surpresa. Rio sem graça e retribuo o abraço.Boa noite senhora Albuquerque, é realmente um prazer a ter em minha casa.- ela diz se afastando de meu corpo e abre a porta melhor para que eu pudesse entrar.

- Entre por favor, quero dizer que meu marido já me disse o que está em jogo esta noite.- eu sorrio sem jeito entrando na casa. Eu não tenho certeza se a palavra jogo combinava com o que estávamos fazendo, mas quem sou eu para julgar ela se eu tratava como um negócio?

Sou tirada de meus devaneios pela a aproximação do senhor Weinberg que parecia mais aliviado e completamente radiante, talvez eu tenha feito a escolha certa, estava ajudando uma família e ainda seria beneficiada.

- Senhora Albuquerque é uma honra.

- Que isso senhor Weinberg, aqui sou apenas uma pretendente para sua filha.- ele ri concordando comigo.

- Apenas me chame de Lorenzo, não sou tão importante assim.

- Claro que é, será meu sogro!-ele pareceu ainda mais empolgado que antes, eu acho que como todo pai ele tinha o sonho de ver sua filha se casando de uma forma apresentável.

- Fátima vá chamar Helena e Viviane para o jantar.- ele olha para a mulher que concorda se retirando rapidamente da sala.

- Daqui a pouco elas descem!

- Tudo bem eu não tenho pressa.- coloco os braços atrás das costas e encaro o corredor por onde a senhora Weinberg havia desaparecido.

- Eu espero que Helena reaja bem a noticia.- ele comenta após alguns segundos de silêncio constrangedor.

- Eu também espero, não sou muito paciente e não gosto de ser contrariada.- digo franzindo a testa ao ouvir passos vindo em direção a sala.

Quase caio para trás quando vejo uma morena super atraente alcançar o meu campo de visão, pude sentir todo meu corpo reagir e minha mente trabalhar a mil na imaginação, com certeza tinha feito o melhor negócio da minha vida, se eu soubesse que esse seria meu pagamento, eu teria cobrado Lorenzo a muito tempo.

A moça era de estatura mediana os cabelos eram negros e longos ondulados e sem dúvida seus lábios naquele tom se tornavam ainda mais atrativos, meus olhos descem lentamente por seu corpo bem desenhado pelo jeans um pouco desgastado.

- Senhora Albuquerque essa é minha filha caçula Helena Weinberg!- Arrumo minha postura e me aproximo da bela morena e pego sua mão sem em nenhum momento desviar meu olhar intimidador dos seus cor de avelã, com certeza seria um desafio, pois em nenhum momento ela recuou ou pareceu intimidada.

- Filha essa é a senhora Clara Albuquerque.- o senhor Weinberg continua a nos apresentar totalmente alheio ao o que eu estava testando naquele momento.

- Prazer lhe conhecer senhorita Helena.- pronuncio em um tom duro e inflexível após depositar um suave beijo em sua mão que por fim pareceu surtir algum tipo de efeito, por que pude ver todo seu corpo se arrepiar.

- O.. Prazer é todo meu..senhora Albuquerque...- ela fala desconcertada e balança a cabeça negativamente como se tentasse negar algo em seu subconsciente.

- Onde está Viviane Fátima?- Lorenzo parecia impaciente.

- Eu não a encontrei em lugar algum da casa.-ela diz em um tom de culpa e pude ouvir o suspiro do homem, parecia frustrado.- Esquece isso querido.Melhor irmos jantar, não podemos deixar a senhora Albuquerque esperando.

- E em razão, venham o jantar já está a nossa espera!-finalmente solto a mão da moça que acelera os passos até uma mesa com cinco cadeiras, sorrio era uma gracinha.

Pov Helena

Era mais do que obvio que eu não estava confortável com toda aquela situação na sala, aquela mulher cujo nome e sobrenome tanto ouvi falar, estava diante de mim e sua aparência não era nada do que minha imaginação me fizeram acreditar, talvez tivesse exagerado na idade e na comparação com seres mitológicos.

A olhando de perto nesse momento pude concluir que se ela parecesse com algo mitológico com certeza seria uma daquelas deusas gregas portadoras de uma beleza intimidadora, então me perguntei o que uma mulher como ela estava fazendo na minha casa?

Me sento em uma das cadeiras corando ao notar que ela ainda mantinha os olhos sobre mim, eu não entendia o jeito dela, me parecia imponente e indestrutível, mas seus traços davam uma delicadeza que parecia quebrável, e o pior de tudo isso era que eu não compreendia o porque de meu olhar não desviar dela e uma certa desconfiança surgir com relação a ela, pelo visto ela gostava de mulheres, mas eu não.

Eu terminei um namoro recentemente e não vai ser por decepção amorosa que vou para o lado lésbico da força.

Minha mãe nos serve um pouco mais animada do que quando quando eu havia chegado do trabalho.

- Quem começa o assunto?- meu pai pergunta nervoso olhando para tal senhora Albuquerque, parecia mais um jantar de negócios do que um simples jantar com uma visita.

- O senhor pode falar afinal Helena é sua filha e precisa ficar sabendo de uma coisa tão importante através do pai.- sinto um frio percorrer minha espinha, ela falava como se eu não estivesse ali.

- Falar o que pai?- olho de um lado para o outro sem entender do que os dois estavam falando, aquilo já estava me dando calafrios.

- Filha mantenha a calma!- okay essas palavras no surtiram um efeito positivo.- É um assunto delicado, peço que tenha calma, tudo bem?

- Pelo o amor de Deus pai, o que está acontecendo? Você está me deixando nervosa!- realmente estava assustada com aquele mistério que eles faziam.

- Helena você...-ele limpa a garganta e toma um gole de suco.- Meu bem você vai se casar mês que vem....-minha reação naquela hora foi ficar sem reação. Quando consegui me mover olho para minha mãe que desvia o olhar.

- O que o senhor está falando pai?-minha voz não era nada mais que um fio baixo e quase inaudível.- Não fica calado! - tento pedir mais uma vez sem me alterar muito, pois ainda estava em completo estado de choque.

- Filha vai ser para o seu bem..-ele diz pausadamente para mim assimilar suas palavras com mais calma.

Ele pega minha mão direita delicadamente e coloca sobre a mesa e então suas mãos são substituída por uma mais delicada, mas com uma forma dura, só naquele momento me dei conta do que estavam fazendo, olho o anel lindo em meu dedo, eu não entendia nada, minha cabeça girava, as palavras ecoavam por minha mente.

Em um ato impensado de puro instinto me levanto puxando minha mão das mãos da loira que me olha surpresa, mas logo volta a parecer uma pedra de gelo, totalmente desnorteada corro para o quarto, mesmo depois de minha mãe tentar protestar.


***** 


Casamento Arranjado - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora