A madrugada

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POV CLARA

- Amor respira pelo o amor de Deus!- ouço Helena dizer mais uma vez enquanto balançava algo na minha frente, causando um leve vento que me dava um pouco de alivio.

- Clara Albuquerque pare já de fazer drama! - ouço a voz da minha mãe que parecia um tanto quanto irritada, devo admitir que elas tinham razão, pois eu estava sentada em uma cadeira ali perto das caixas mesmo, quase tendo um ataque com a notícia de que teríamos mais de um monstrinho correndo pela casa.

- Drama? Eu estou fazendo drama?- pergunto incrédula olhando para a minha mãe, eu estava em choque, isso sim.- Você acabou de ver? Vai ser avó de dois bebês, vou caducar duas vezes mais cedo!- digo séria, mas parece que minha linda morena não leva muito a sério, pois ouço sua risada gostosa e sinto seu beijo em minha bochecha.

- Amor tenha calma, olha são dois bebês, mas também somos duas mães, podemos muito bem dar conta deles.- ela toda divertida com um sorriso de orelha a orelha acaricia meu rosto.

- Amor você não compreende!- digo fazendo um biquinho ganhando um selinho.- Dois adultos já não dão conta de UMA criança, de duas então, teremos que ter babá.

- Isso se forem tão arteiros quanto você era Clar.- minha mãe diz cruzando os braços.- Lembra o que dizem sobre seus filhos fazer com você o que vocês fizerem com seus pais?- O QUE? Meu coração para. MIRANDA QUE ME PARIU.

- Que merda!- resmungo, quando pequena eu aprontava todas com minha mãe. Ótimo agora só faltou a droga do ditado ser real e eu sofrer as consequências em dose dupla!

- Clara meu amor para de pensar nisso agora, apenas vamos aproveitar a festa, comemorar nossos dois frutinhos de amor.- sorrio boba com o final de sua frase, ela sabia muito bem utilizar as palavras pra me mudar da água pro vinho.

- Tudo bem você venceu de três a zero.- não consigo evitar essa piada fazendo algumas pessoas mais próximas soltarem algumas risadinhas.

- Então com certeza o melhor de três, eu já estou ganhando! - acabo rindo e me colocando de pé a abraçando com todo cuidado do mundo, óbvio que eu estava assustada com a notícia, mas era mais óbvio ainda que eu estava muitíssimo mais feliz.

Pego a taça de suco mesmo, que estava ali sobre a mesa onde estava o bolo que havíamos cortado e vários docinhos com rostinhos de ursinhos, a coisa mais fofinha que eu já havia visto. Todos tinha o olhar sobre nós enquanto fotógrafos registravam aquele momento.

Ergo a taça mais alto em uma espécie de convite que foi muito bem aceito.

- Vamos oferecer esse brinde a saúde e felicidade dos meus filhos!- todos erguem seus copos e eu olho para a minha esposa que possuía um lindo sorriso de orelha a orelha, então reformulo a minha frase cheia de orgulho.- Nossos filhos!- todos brindam simbolicamente conosco e bebem enchendo o ambiente de aplausos e festejos.

Horas mais tarde nos despedimos de todos os amigos e familiares e resolvemos ir deitar pois Helena havia se queixado de dores nas costas, Ingrid falou que seriam mais comuns esse tipo de reclamação, mas não era para banalizar.

Nos deitamos brincando sobre inúmeras combinações de nomes, eu estava de costas para ela, que me abraçava por trás fazendo cafuné com uma das mãos em meus cabelos.

- O que você acha de Enzo Gabriel? - olho sobre o ombro analisando a sua expressão que está pensativa, mais depois de uns minutos abre em um imenso sorriso.

- Acho perfeito, um dos nossos frutinhos já tem nome.- sorrio também, sempre tive esse nome em mente para se caso um dia eu tivesse um filho.

- E a menina a gente pesquisa e quem achar um significado mais bonito escolhe o nome.- concordo me aconchegando melhor aproveitando seus toques, então ficamos nesse chamego e conversamos sobre as coisas dos frutinhos até bem tarde, quando tenho a impressão de ter ouvido a campainha tocando.

Casamento Arranjado - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora