Confio em Você

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Angel segurou o rosto de Husk com ambas as mãos e o puxou para um beijo. Husk o segurou com mais força, rapidamente o pegando no colo, fazendo-o rir.

Sem nem perceber como, os dois já se encontravam na porta do quarto de Angel, e Husk se esforçava para abrir a porta com o demônio aranha em seus braços, apenas acabando com o beijo quando o bartender se encontrava em cima de Angel na cama, se afastando assim que percebeu sua posição.

"Merda, desculpa, eu não quis-"

"Não, não! Tá tudo certo, a gente-"

Nenhum dos dois sabia muito bem o que dizer, até que Husk quebrou o clima estranho que pairava no ar, "Eu...Eu entendo se você não estiver pronto pra isso."

O demônio gato desviou o olhar e Angel usou uma das mãos para fazê-lo olhar de volta para ele, "Ei, acho que pela primeira vez...Eu quero isso."

Pela primeira vez, Angel se sentia confortável ao ser tocado por alguém. Alguém que realmente o queria por quem ele era, alguém que ele realmente podia confiar.

Husk sorriu ao colocar sua mão por cima da dele, se Angel estava pronto, ele também estava. Angel nunca pensou que ficaria feliz ao tirar as roupas para alguém, mas esse dia realmente havia chegado.

Husk o segurava com tanta delicadeza e calma, Angel nunca havia experimentado algo assim. Seus corpos se moviam em perfeita sintonia enquanto os únicos sons que preenchiam o quarto eram os gemidos de prazer de ambos.

O demônio gato tinha muito receio de estar machucando seu parceiro, mas dessa vez, Angel não se sentia horrível tendo uma relação.

Foi uma noite perfeita, cada segundo valeu a pena.

~

Pela manhã, Husk acordou e se encontrou abraçando Angel, sorrindo ao observar o quão confortável o demônio aranha parecia, acariciando seu pelo. O gesto fez com que Angel acordasse e olhasse para cima, feliz ao encontrar Husk ali.

"Bom dia pra você", Husk disse com um sorriso.

Angel nem respondeu, apenas o puxou para um beijo, que o bartender aceitou sem pensar duas vezes.

"Parece que alguém tá de bom humor", Husk segurou uma das mãos de Angel, "Você...Tá bem? Sobre ontem?"

Angel sorriu para ele, "Eu tô. Acho que essa foi minha primeira vez, né?"

Husk ficou confuso, "Como assim?"

Angel suspirou, "A primeira vez que eu fiz amor com alguém..."

Aquilo significava tanto, Husk não pôde deixar de abraçá-lo de novo, como se nunca mais fosse soltar. Angel se sentia tão bem...Tão seguro...Até que se lembrou que ainda teria que ir para o estúdio em algumas horas.

"Ei, olha, se foi só uma coisa de momento, eu entendo, tá de boa-"

"Ah, cala a boca", ele rapidamente foi cortado por Husk, "Ainda não entendeu que eu realmente quero você."

Angel desviou o olhar, "Eu sei, só que ainda acho injusto, você merece alguém que possa pelo menos ser fiel."

"Angel, por favor, já conversamos sobre isso...Será que podemos só aproveitar o que a gente tem?"

"Hmm, será que eu posso te pedir um favor?", Angel perguntou timidamente.

"Claro que sim."

"Você me chamaria pelo meu nome de verdade?"

Husk arregalou os olhos, ele apenas conhecia Angel pelo seu nome artístico.

"Sabe como é, 'Angel Dust' foi algo que o Valentino criou e eu não queria que ele também interferisse na gente", ele tentava disfarçar com um riso.

"E como eu devo te chamar?"

"Meu nome de verdade é Anthony..."

Husk lhe deu um beijo na testa, "Então...Eu amo você, Anthony."

Angel não respondeu, apenas sorriu e o abraçou. Dizer "eu te amo" ainda seria um desafio.

~

Com o passar dos dias, Angel se sentia nas nuvens. Ele até conseguia energia para trabalhar todos os dias, sabendo que teria o melhor abraço do Inferno esperando por ele em casa.

Quem percebeu isso foi Valentino, que não entendia toda aquela felicidade. A mariposa não estava nada contente com essa mudança repentina e iria descobrir a razão disso.

Angel estava no seu camarim retocando sua maquiagem e cantarolando uma melodia aleatória, quando Valentino entrou.

"Angel, meu bebê, vejo que está de bom humor hoje."

Angel engoliu a seco, "Oh, Val, eu-"

"Que tal me contar a razão para você estar tão feliz?"

O demônio aranha hesitou em responder, sendo cada vez mais pressionado contra a sua bancada pelo seu chefe, que se aproximava de forma ameaçadora.

Antes que ele pudesse inventar qualquer desculpa, seu celular vibrou indicando uma ligação. De todas as pessoas que poderiam ter ligado naquele momento, justo Husk foi o felizardo. E maldita hora em que Angel salvou o contato dele como "Gatinho ❤️".

"Val, isso é-"

Valentino pegou o celular e um sorriso cruel preencheu seu rosto, "Agora você tá comendo o gatinho do Demônio do Rádio, hm? Que interessante..."

"Olha, Val, é só um apelido que eu dei pra ele, não é nada demais! É um amigo! Eu juro-"

"Aww, é por isso que você está tão feliz, amorcito? Ele têm te fodido tão bem que você nem pensou em cobrar?", Valentino segurou o rosto dele com uma das mãos.

"Por favor...Eu-", Angel segurava o pulso dele com um dos pares de mãos.

"Deixa eu te lembrar de uma coisinha, Angel...Ninguém, NINGUÉM poderia amar você, uma puta viciada e fodida."

Angel sentia lágrimas se formando em seus olhos enquanto Valentino falava, "Eu sou o único que pelo menos dá a mínima pra você, o que você seria sem mim? Nada. Que outro demônio iria aguentar alguém como você?"

"O Husk iria", de repente a tristeza de Angel se transformou em força, "Ele gosta de mim de verdade e não têm nada que você possa fazer pra mudar isso."

Ele se soltou do toque de Valentino, o que deixou o soberano mais irritado.

"Cuidado com o que diz, seu merdinha. Eu ainda posso dar um jeito em você e o seu namoradinho nem vai ficar sabendo."

Angel pegou seu celular de volta de uma das quatro mãos da mariposa, "Você não me assusta, duvido que iria querer perder a renda que eu te dou."

Sem pensar duas vezes, Valentino segurou o rosto de Angel e deu uma joelhada no mesmo, o que fez o demônio aranha cair no chão, com o nariz sangrando, "Têm razão. Além disso, morrer de novo é pouco pra você, sua putinha. Ah, e fica de olho no seu gatinho, seria uma pena se ele fosse tirado de você."

Valentino saiu do camarim sem nem olhar para trás, deixando Angel ali, se esforçando para ficar de pé, "Merda."

Assim que conseguiu se recompor, ele retornou a ligação de Husk, que atendeu de imediato, "Oi! Não queria incomodar você! Ainda tá gravando?"

Angel sorriu ao ouvir a voz dele, "É, é isso, acabei de voltar pro camarim."

Era uma boa desculpa, mas a voz embargada de Angel fez com que ele ficasse desconfiado.

"Amor, você tá bem? Aquele merda fez alguma coisa com você de novo?"

A raiva crescente na voz de Husk era visível.

"Husk, eu te explico quando chegar, tá? Só, por favor, daqui a pouco eu acabo meu turno."

Angel realmente não se importava mais quando Valentino o ameaçava, o soberano nunca encontraria outro "Angel Dust", não iria fazer nada. Mas quando as ameaças mudavam de alvo, Angel sabia que precisava manter quem ele amava longe de Valentino e, na pior das hipóteses, dele mesmo.

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