Capítulo 8: Retalhos

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Foi uma manhã ruim na Tonks House.

Andrômeda se trancou no banheiro. Harry permitiu vinte minutos depois da hora que normalmente ela demorava para aparecer antes de arrombar a porta.

Ele quis dizer isso literalmente. As proteções de 'manter distância' de Andrômeda pararam a magia de Harry, mas não o travesseiro que ele transfigurou em uma pedra e com o qual quebrou a porta das dobradiças. Tudo feito sob um feitiço silenciador, é claro, para não assustar Teddy, que se divertia em seu berço ampliado, sob o olhar atento de Wendy Bird.

"Andromeda," Harry suspirou quando passou por cima dos destroços que poucos minutos atrás eram a porta do banheiro.

Ela estava sentada no chão do box do chuveiro. Seus braços envolveram os joelhos. Ela havia colocado um feitiço no chuveiro para que a água permanecesse quente e ligada.

Harry deu uma olhada na enfermaria e sabia que não seria capaz de contorná-la para desligar a água. Andrômeda tinha um jeito estranho de usar magia, às vezes era como se ela não soubesse quando estava usando magia.

Com todas as roupas vestidas, ele entrou no jato do chuveiro quente e sentou-se atrás dela, de joelhos. Ele se inclinou sobre as costas dela, ela começou a tremer no momento em que o corpo de Harry bloqueou a água. Ele colocou os braços ao longo dos dela para ajudá-la a se segurar. Harry ficou encharcado em questão de momentos, sua camisa presa entre eles. Ele descansou a bochecha na lateral da cabeça dela.

"Andromeda," Harry disse suavemente, fechando os olhos porque não conseguia ver através das gotas de água em seus óculos. "Você não está sozinho. Você ainda tem Teddy e eu. E ainda precisamos de você."

Ela encostou o rosto nos joelhos e pela primeira vez desde que Harry chegou aqui, ela chorou.

Suas lágrimas se perderam na água batendo.

Harry tinha acabado de pentear o cabelo de Andrômeda, ambos agora com roupas secas, quando ouviu uma batida na porta.

Ninguém que ele conhecesse que deveria estar batendo em sua porta. Ele passou o pente para Andrômeda e tirou a varinha da manga. A magia sem varinha era divertida, mas Harry sabia como causar muito mais dano com sua varinha.

Ele abriu a porta e ficou surpreso com a visão que estava diante dele.

Narcisa Malfoy, em toda a sua realeza, manteve-se ereta e orgulhosa na Grã-Bretanha trouxa. Ela usava vestes pretas e creme, seu cabelo loiro dourado enrolado cuidadosamente na parte de trás da cabeça, seus olhos eram de um azul impressionante e em suas mãos ela segurava uma caixa de tamanho médio com papel de embrulho dourado e prateado.

"Sra. Malfoy," Harry cumprimentou, levantando a voz para que Andrômeda soubesse quem era.

A próxima coisa que ele percebeu foi que Andrômeda estava ao lado de Harry, abrindo a porta.

"Cisa?"

Harry não conseguia identificar as emoções ou o tom usado por Andrômeda, nem vazio nem cheio de emoção.

A expressão de Narcisa permaneceu fria, mas ela estendeu a caixa para Harry, mas manteve o olhar na irmã mais velha. "Trouxe um presente para o seu neto", ela dirigiu o comentário a Andrômeda.

"Obrigado", disse Harry, pegando a caixa, duvidando que fosse amaldiçoada, visto que esta mulher se deu ao trabalho de salvar sua vida.

Houve um longo silêncio constrangedor.

"Você gostaria de entrar?" ele perguntou.

Narcissa não se moveu, até que Andrômeda recuou para fora da porta em um assentimento mudo. Assentindo, Narcissa entrou, examinando a casinha no momento em que cruzou a soleira.

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