Os olhos dos meus avós

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Aprofundo-me nos olhos dos meus avós.
Os olhares marcados
Da vida, maltratados
Pela humanidade.

Olhos, sem brilho.
Carregados pelos fardos do passado,
Contrastantes com as peles,
Agora enrrugadas, sem luz.

Contam histórias,
Que carregam no peito.
Anos com elas, no mesmo sítio.
Não sei se quero ser assim.

Pergunto-me se me vejo a carregar
Tantas vivências num sítio só.
Não acho que a resposta seja sim.

Por isso,
Aprofundo-me nos olhos dos meus avós.
Carregados de dor, de sofrimento,
Olhos tristes, sem vontade.

Não sei se quero
Encontrar a sabedoria,
Carregada de amargura
E de escuridão.

Porém, no entanto,
Quando preciso de paz
Aprofundo-me nos olhos dos meus avós.

Queria ter podido,
Proteger esse mesmo olhar,
Do mundo cruel.
Queria poder ver como eram,
Cheios de esperança e sonhos.

Todos os dias,
Aprofundo-me nos olhos dos meus avós,
E procuro o amor que sempre está lá.

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⏰ Última atualização: Apr 09 ⏰

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