Capítulo 022

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Narrador

Enquanto os Negros comemoravam uma vitória em Ponteamarga, uma sombra de perdas ainda maiores se aproximava. A alegria da conquista logo seria obscurecida pela tristeza das baixas, lembrando a todos que a guerra não só trazia vitórias, mas também perdas dolorosas e irreparáveis.

O crepúsculo se desenrolava sobre Pedra do Dragão, seu castelo erguendo-se como um bastião solitário contra o céu avermelhado. Rhaenyra Targaryen permanecia à beira das ameias, seus olhos cansados e pesados de preocupação varrendo o horizonte. A ausência de seus filhos e o eco silencioso de sua solidão pesavam sobre ela como uma sombra.

Rhaenys se aproximou serenamente.

- Minha rainha, você não está sozinha. Não deixe a solidão consumir seu espírito. Seus filhos estão longe, mas seu amor e sua força os acompanham onde quer que estejam - disse Rhaenys, num tom reconfortante.

Rhaenyra assentiu, agradecida pelo apoio da prima, mas a dor da perda ainda ecoava em seu coração.

- Daenerys me perguntou como consigo suportar tudo isso, como me mantenho forte, mas a verdade é que sinto que estou prestes a desmoronar, não sei quanto tempo conseguirei aguentar - desabafou Rhaenyra com a mais velha.

- Eu sei. Quando perdi Laena e Laenor, pensei que fosse morrer, mas foram as pessoas que estavam ao meu lado que me fizeram suportar, e você é uma delas. Não esqueça que estou aqui por você - disse a princesa, acariciando o ombro da rainha.

As duas permaneceram em silêncio até que um servo chegou.

- Minha rainha, uma carta de Lorde Staunton - anunciou o servo, entregando a carta.

- Lorde Staunton clama por nossa ajuda. Pouso de Gralhas está sob ataque - informou Rhaenyra, após ler a carta.

- Eu irei até lá, Rhaenyra. Meleys e eu faremos o que for necessário para proteger nossos aliados - afirmou a Rainha que Nunca Foi com firmeza.

Rhaenyra engoliu em seco, sabendo que seria arriscado enviar Rhaenys sozinha para a batalha, mas não havia tempo para enviar um exército, e ela não podia deixar Dragonstone nem enviar Baela.

- Não hesite. Ser uma rainha significa tomar decisões difíceis e até mesmo fazer sacrifícios - disse Rhaenys, observando a expressão da irmã mais nova.

Rhaenyra assentiu, sua confiança na habilidade e coragem de sua irmã nunca vacilando, mesmo diante dos desafios mais sombrios.

- Vá então, Rhaenys - disse a rainha calmamente. - Volte em segurança.

Logo, as duas entraram e Rhaenys se preparou para partir.

Rhaenys e Meleys seguiram até o pátio, onde a Rainha Vermelha já esperava sua montaria. Porém, outra presença surpreendeu as duas: Baela, trajada para a batalha.

- Baela, o que faz aqui? - questionou a rainha, aproximando-se da filha.

- Eu quero ir com você para Pouso de Gralhas. Posso ajudar na batalha! - afirmou a jovem determinadamente.

- Não, Baela. É muito perigoso. Você precisa ficar aqui, onde está segura - disse Rhaenyra, seus olhos cheios de preocupação.

Baela protestou, sua determinação inabalada.

- Mas eu posso lutar! - sua voz elevou-se.

- Eu sei, minha criança, mas não posso te perder - a voz da rainha tornou-se mais calma.

- Eu sou uma montadora de dragão, assim como a senhora, meu pai e minha mãe. Me deixe ir! - Baela exclamou.

- Baela - a voz de Rhaenyra saiu como uma súplica.

𝑭𝒊𝒓𝒆 & 𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora