Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 24 de Março.
Mansão.● Isadora Bittencourt ●
Desci as escadarias, até adentrar a enorme cozinha luxuosa da mansão. Meus olhos passam pelo cômodo em míseros segundos, afim de apreciar os detalhes. A mesa do café já estava servida. Tinha várias coisas. E ele já estava lá, sentado ao redor da mesa, com o celular nas mãos. Parecia concentrado em algo que mexia no aparelho.
— Nem preciso desejar "bom dia" denovo.
— digo, fazendo aspas com os meus próprios dedos.— Se quiser. — me olha, com um sorriso em seus lábios.
— Mais não quero. — me sentei em sua frente. Você que fez isso? — perguntei, surpresa.
— Não. Tenho uma empregada. Ou melhor, uma segunda mãe aqui. — responde, explicando.
— Segunda mãe? — elevei uma das minhas sobrancelhas, confusa.
— É um carinho que tenho por ela. — aponta com o queixo para uma direção aleatória.
Olhei para trás, avistando uma mulher idosa, com um sorriso imenso em seus lábios. Seus cabelos são brancos, usava um óculos, além do uniforme. Suas rugas não escondem sua duração ao longo dos anos, mais consegue ser pouco tampadas pela básica maquiagem.
— Quem és? — perguntei, curiosa, a olhando.
— O nome dela é Antonieta. Ela trabalha aqui há uns bons anos. Na verdade, ela é quase o meu braço direito. — responde, orgulhoso.
— É verdade, Pedro. — acaricia os cabelos pintados da coloração nevada do rapaz.
— Prazer, Isadora. — estendo uma de minhas mãos na direção da idosa.
— O prazer é todo meu, Isadora. Antonieta.
— aperta minha mão rapidamente, com um sorriso simpático em seus lábios.— Obrigada, Antonieta. — agradeci.
— Você é muito linda. — elogia.
— Poxa... Obrigada. — sorrio.
— Ela é sua namorada? — perguntou, curiosamente.
Senti o meu coração quase escapulir pela minha boca.
— Não. É uma amiga. Uma amiga marrenta, além de vascaína. — responde, me olhando.
Engoli todos as palavras que iria falar, só por causa da mais velha.
— Olha só... Pensei que fosse só viver em um mundo em que existe só flamenguistas.
— diz, surpresa.— Ela apareceu na minha vida lá no estádio.
— explica.— Na partida em que o Vasco terminou empatado com o Flamengo. — finalizo.
— Sim. Sim. Eu vi esse jogo. — balança a cabeça positivamente.
— Viu é? — cruzo os braços.
— Se quiser que eu veja os do Vasco, posso tirar um tempo. — propôs.
— Podemos assistir quando eu estiver aqui, Antonieta. — afirmo.
— Claro. Como quiser.
— Mais, você torce para qual time? — perguntei, curiosamente.
— Nenhum. Assisto para apoiar mesmo. Que é no caso do Flamengo. — responde, explicando.
— Entendi. — compreendi.
Afs. Pensei que ela fosse de algum time.
— Ela achou que você pudesse ser vascaína também. — diz, a olhando.
— Talvez... Como disse, não torço para time nenhum. — reforça.
— É. Sei disso. — coloco uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Bem, preciso terminar uma coisas ali. Foi um prazer enorme conhecê-la, Isadora. — se afasta, sumindo do meu ponto de visão.
— Eu vou acabar com você. — digo, com um semblante sério.
— Mais você não é marrenta, além de vascaína, ou melhor... Defensora do Vasco?
— eleva uma de suas sobrancelhas.— Eu não sou marrenta. — neguei.
— É sim. — insistiu.
— Nem vou brigar com você. — cruzo os braços. Você vai me levar? — me levantei.
— Vou. — confirma.
— Você não tem jogo hoje? Ou amanhã? Como de costume? — questiono.
— Final de semana que vem. É final já.
— responde, explicando.— Ah, sim... — balanço a cabeça positivamente.
— Bora. — levanta.
— Graças a Deus. — juntei as mãos.
— Nem demorei assim. — pega as chaves.
— Com certeza. — confirmo, irônica.
— Para. — me dá um 'tapinha' em meu ombro.
— Agressão aqui, Antonieta. — gritei.
— É mentira. — gritou. Bora logo. — me apressou, se afastando.
— Tô indo. — digo, o acompanhando.
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Vigésimo sexto capítulo.
Mais uma conversinha. Personagem nova.■ De 0 a 10. Ruim? Bom? Médio? Maravilhoso?
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Conexão - Pedro Guilherme
RomanceProvocações até. Rivalidade, nem se fala. Um jogador flamenguista, honra o manto que veste, fazendo história no Clube de Regatas do Flamengo. Já ela é apaixonada pelo Vasco da Gama. Bem, isso irá acabar em algum desfecho feliz?