O demónio e o deus

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Elliot Pov

A partida recomeça.
O apito faz-se ouvir e algo dentro do meu coração grita para que vingue a Blitz.

Não sou uma pessoa que faz muitos amigos, nem tenho intenções disso. Gosto da minha equipa, todos são bons, em demasia.

Mas a Blitz e a Love, não permito que lhes toquem.
Sempre que olho para elas, os olhos de Faith chegam à minha cabeça.

Vão ser sempre as minhas protegidas. Não vou permitir que as magoem, tal como permiti que magoassem a Faith.

Querendo ou não, elas serão sempre as princesas da equipa. Posso não ter a perspicácia do Jude ou do Heath, mas sei que uma das razões da convocação delas foi para que a nossa garra e instinto protetor viesse ao de cima.

Olho para Schiller, que retribui. Não precisamos de palavras quando existe um objetivo em comum.

A nossa rivalidade em campo, vai ser sempre imensamente divertida.

O demónio e o Deus do campo, os opostos que causam euforia quando se confrontam.

Mas hoje não. Hoje não seria dia de provocar o Schiller ou receber provocações.

Estávamos a perder. Isso era um facto.

No primeiro tempo, as coisas descontrolaram-se. Os coreanos vinham bem preparados, sabiam todas as nossas técnicas, como se vivamente tivessem presenciado os nossos treinos.
Investidas brutas também não faltaram, mesmo para quem não estava com a bola.
Algo neste mundial é estranho, minimamente estranho. A arbitragem não funciona e ainda não encontramos um oponente limpo e digno.

Mas eu e Schiller temos uma carta na manga.
Se eles querem jogar com agressividade, iremos retribuir na mesma moeda.

Avanço no campo, com rancor. Schiller acompanha-me.

Sorrisos diabólicos rasgam a nossa face, enquanto que não houver lesões em nós, sei que ninguém vai magoar as princesas sentadas no banco japonês.

Dois deles avançam sobre mim, rio-me.
Esquivo-me facilmente e passo a bola para Xavier.

Ele avança e mais dois defesas dos Red Bison tentam trava-lo.

Xavier finge que salta com a bola entre os pés, no entanto, acerta em cheio com um joelho no estômago de um dos adversários.

Sorrio.

O defesa atingido fica no chão enquanto o outro lhe dá assistência.

O árbitro, nada assinala.

Continuamos a correr até ao gol, esquivando-nos sucessivamente deles com um jogo e investidas agressivas.

-PENGUINS THE GOD AND DEVIL - Gritamos ao mesmo tempo enquanto as nossas técnicas se fundem numa só.

Não há qualquer hipótese de ser travada.

-GOOOOOLLLLLL DO JAPÃO - damos um soquinho quando ouvimos o locutor dizer.

É só o início, Red Bison.
Xavier olha para mim e aponta discretamente para o jogador que tirou a muleta da Lua.
Ele era o próximo alvo.

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