Capítulo 3

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— Tomou seu ar? - Oab questionou a Gun, que trancava a porta pela qual havia acabado de passar. O menor olhou para trás sem humor, ele ainda estava atordoado com suas decisões irracionais anteriores.

— Sim.

O homem caminhou até Atthaphan e rodeou sua cintura com um abraço. Gun tocou em seus braços olhando para o seu rosto, olhar opaco e sem brilho ao qual Oab já havia se acostumado, ao ponto de achar normal.

— Ainda está bravo comigo?

— Não estou bravo com você.

— Sabe que eu gostaria de estar presente, não sabe? Eu só não posso. Mas eu te apoio, Gun, desde sempre.

Talvez Adulkittiporn tenha sido de fato o pior desafio para qualquer homem que tentasse se relacionar com Phunsawat. Jumpol sempre moldou um padrão elevado, sendo aquele que estava disposto a sacrificar até mesmo do tempo que não tinha para ficar ao lado de Atthaphan. Mas é claro que o menor jamais ousaria comparar Oab com Off, quando eles serem completamente diferente foi a exata razão de agora ele estar noivo do homem na sua frente.

Naquela noite, como de costume quando Gun não tinha nada a dizer, ele e Oab se deitaram juntos. Não havia pedido de desculpas ou diálogo entre os dois, se algo desse errado, Atthaphan usaria seu corpo, e Oab aceitaria de bom grado, pois era a única coisa a qual seu parceiro conseguia lhe dar genuinamente. Em seguida os dois dormiriam, não haveria uma conversa após toques lascivos, apenas uma troca de olhares anunciando que todo e qualquer problema deveria ficar ali e não voltar nunca mais. A quantidade de assuntos inacabados que os dois colecionavam era maior que todos os buracos no asfalto que o governo esquece de cobrir.

Mas isso sempre foi assim, e não seria agora que algo mudaria. Então, quando o sol acordou na Tailândia e invadiu as persianas brancas, Gun acordou ao toque do despertador de seu noivo, que levantou-se e desligou, correndo para separar suas roupas e sair em direção ao trabalho, que só permitiria sua volta no fim da tarde.

— Gun, a diarista provavelmente vai passar aqui de tarde, peça pra ela que não faça o jantar hoje.

— O quê? Por quê? - O menor sentou-se a cama, ainda sonolento, cobrindo os olhos para evitar que o sol os tocasse, com o rosto inchado e o cabelo armado.

— Vou te levar para comer. - O homem sorriu e beijou a bochecha de Atthaphan, enquanto fechava os botões de sua camiseta: - Faz tempo que não vamos a um encontro, não é? Vamos tirar o atraso.

Gun não disse nada, ele não esboçava repúdio ou sequer alegria com a ideia. Mas Oab não esperava uma reação, ele apenas saiu do quarto sem dizer mais nenhuma palavra. Quando o homem perdeu seu noivo de vista, ele voltou a se deitar na cama, bufando com o travesseiro no rosto enquanto mentalmente se culpava por ter odiado a ideia de sair com Oab após o ocorrido da noite anterior, onde mesmo fingindo que não, ele ainda se manteve chateado por não ter a presença de seu futuro marido em um evento de tal importância. Mas assim como tudo que o incomodava no relacionamento, ele morreria com isso entalado na garganta.

Como era de rotina, a primeira coisa que Atthaphan fazia pela manhã após preparar seu café, era recolher seu celular para olhar os e-mails referentes ao seu trabalho. No entanto, naquela manhã um número desconhecido lhe enviou uma mensagem, e o que intrigou-o foi o fato de não ter sido do número profissional, e sim do pessoal.

[Olá, Gun. Só estou te mandando mensagem para saber qual dia é o evento e em qual horário devo aparecer. Ontem fomos embora sem falar sobre isso 😅]

Acima dessa mensagem havia uma fileira de outras mensagens apagadas. O remetente tentou enviar a mesma coisa diversas vezes, mas aparentemente se arrependeu das versões anteriores.

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