Capítulo 1 - Desastre escolar.

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...
Daegu, 24 de novembro de 1998.
Shin Ryu-jin.

   Terceira vez essa semana, senhorita Shin? — Pergunta o diretor Seo.

— Fazer o que não é senhor Seo? Eu só tenho um pouco mais de consciência que você.

— A senhorita não deveria se meter nesse assunto. Nós devemos resolver. — Diz se endurecendo. — E outra, são só garotos na adolescência. Isso é normal.

Que. Nojo.

Talvez ele tenha passado de todos os meus limites possíveis.

Então... eu explodi.

— Normal!? — Me levanto da cadeira. — Esses imbecis ficam sentados na escada esperando as novatas subirem só pra olhar pra bunda delas e vocês tratam como se fosse normal!? Isso é assédio! — Bato as mãos com força em sua mesa e aponto o dedo em seu rosto. — Eu vou quebrar a cara daqueles filhos da puta de merda toda vez que uma delas reclamar. E não vai ser nenhum nojento igual ao senhor que vai me impedir de defender as garotas de homens porcos que nem eles... — Me direciono até a porta para sair daquela sala imunda.

— Senhorita Shin! — Diz num tom raivoso.

— Pode mandar a nota de advertência pra minha casa, eu estou pouco me fudendo. — Bato a porta com força.

...

— Queria ter quebrado.

— A porta?

— A cara dele! — A garota ri. — Sério! Eu 'tô com tanta raiva... — afundo o rosto na mesa.

— Só estou vendo a hora em que ele te expulsar. — Ye-ji avisa pela vigésima vez no dia.

Ye-ji, a minha melhor pessoa.

A gente se conheceu numa audição para a banda da lanchonete da esquina.

"Ano de 1991, e Shin Ryu-jin — eu —  corre o mais rápido que pode até a pequena lanchonete na rua Kang.

— Senhora Lee!! — Escancara a porta do estabelecimento correndo até a bancada — mil vezes maior que ela por acaso.

— Oi, meu bem! Vai querer o de sempre? — Seu tom de voz aconchegante como de costume.

— Na verdade não, Senhora Lee. Eu vim para a audição pra banda!

— Ai, ai! — Ri. — Essa história de banda está me deixando louca... — Passa as costas da mão sobre a testa. — Isso é com meu filho. Espere um pouco, meu amor. LEE CHANG-BIN!! — Grita tão alto que a pequena Ryu-jin se assusta.

— QUEREM SE INSCREVER PARA A TAL BANDA! — Ouve-se bem baixo um "Já estou indo", seguido por um garoto baixinho e forte com uma prancheta em mãos correndo de trás do balcão.

— Venha. — Ele puxa Ryu-jin até uma das mesas da lanchonete.

— Qual seu nome?

— Shin Ryu-jin.

— Gostei do seu nome. E pela guitarra — diz apontando pro objeto nas costas da menor. — É para guitarrista, não é? — Ryu acena que sim com a cabeça. — O.k! Qual música?

Esse era o momento em que a Ryu-jin de dez anos mais esperava. Fazer uma audição com a sua música favorita.

— Kool Thing! Dos Sonic Youth!

— Oh... — o menino faz uma careta. — Já escolheram essa. Não pode ser música repetida.

— O que!? — O semblante feliz caí. A Lia diz que provavelmente o meu temperamento ruim surgiu nesse dia aqui. — Você está brincando.

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