Capítulo 2 - Aluna exemplar.

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...

Daegu, 24 de novembro de 1998.
Lee Chae-ryeong.

      Parabéns, senhorita Lee! — Sorri para mim. — Continue com suas notas assim, vai garantir uma boa faculdade — a professora Park diz me entregando minha prova.

— Muito obrigada, senhora Park. — Retribuo o sorriso.

...

— Eu 'tô precisando de aulas com você — Yu-na senta no banco à minha frente. — E aulas boas. — Bate com um papel na mesa entre a gente me fazendo assustar.

Quando reparo bem, é a sua prova e com uma nota bem baixa.

— Agora você quer aulas? — Respondo vendo seu semblante se tornar triste. — Eu disse pra você estudar ao invés de ficar se encher com aquelas maquiagens. Você não me ouve...— volto a morder a maçã que estava comendo.

A Yu-na nunca me ouve. Eu aviso ela há anos que mesmo ela querendo ser uma modelo, ela precisa estudar!

Ela é assim desde que nos conhecemos.

"— Mamãe! Ali vamos naquela loja? — dizia enquanto puxava a roupa da mais velha. — Tem vários potinhos coloridos!

— Ah, meu anjo, você não tem idade para usar essas coisas...

— Usar? Eu só quero olhar! — Se solta de sua mãe e corre até a loja brilhante. — Uau...

— Chaery volte aqui! — Mas a menina já estava entretida no meio daquelas cores e brilhos.

Enquanto Chae-ryeong se encantou com uma embalagem de blush se olhando no espelhinho, nem percebeu que havia alguém à sua frente, e se esbarrou nela.

— Ei! Olha por onde anda! — A garotinha a sua frente exclama fazendo-a olhar para baixo.
Quando o fez tapou a boca segurando o riso que quase lhe escapava.

— O que foi? — Perguntou pondo as mãos na cintura. — Tenho cara de palhaça? — Chae-ryeong não se segurou e começou a rir da garota que estava entupida de maquiagem — até demais pra uma garota tão pequena. — que provavelmente foi feita por ela mesma, por estar extremamente exagerada.

Chae-ryeong faz sinal de "um pouquinho" com uma das mãos.

— Acho que deveria passar um pouco menos... — falou entre risos.

— Não posso! As modelos usam muita maquiagem nas passarelas. — Diz voltando a passar a sombra azul que estava nas mãos.

— Na verdade... — começou Chae-ryeong. — As modelos quase nem usam maquiagem. Elas usam a beleza natural mesmo — completou.

— Ah... sério? — antes que Chae-ryeong pudesse responder, uma mulher chegou às pressas.

— Yu-na! Minha filha, te falei para não se afastar de mim. Ai meu Deus, o que você fez no seu rosto! — Põe uma mão na testa em choque. — Agora eu vou ter que comprar tudo isso, ah Yu-na!

— Mamãe, eu não preciso disso. Ela me disse — apontou para Chae-ryeong."

Depois daquele dia, nós descobrimos que estudávamos na mesma escola com um ano de diferença. Não nos desgrudamos mais.

...

— Estão liberados! — Diz a professora.

— Ah! Até que enfim — digo sorrindo, me virando para Lia na mesa de trás. Ela só retribui o sorriso sem responder abaixando a cabeça.

— Aconteceu de novo, não foi? — A pergunto preocupada.

Os pais da Lia... bem, eles são muito rigorosos. Eles querem que a Lia seja perfeita, não aceitam um erro e vivem discutindo. Eles já até bateram nela...

— Não foi nada de mais...— ela se levanta pra juntar seus materiais.

— Você não quer voltar, não é? Eu posso pedir pra minha mãe ligar pra sua e- — ela me interrompe.

— Não precisa Lee — sorri doce. — Eu estou bem, de verdade mesmo. — Eu preciso ir, talvez dê tempo de cantar na lanchonete hoje. Mas eu vou ver. Tchau. — Ela sai em disparada em direção a porta.

Eu fico tão preocupada com ela, mas eu não posso fazer nada. E isso dói.

Na porta onde Lia saiu, aparece Yu-na pulando.

— Eu 'tô na média em física! — Sorrio pra ela. — Não é um dez mas dá pra passar de ano.

Estamos no último semestre para ir pro terceiro, temos que passar juntas!

— Você não tem jeito... — nós duas rimos.

...

—  Mamãe! Cheguei — digo ao entrar na cozinha da lanchonete.

— Que bom! Você vai ter que cobrir o Bin hoje. Ele foi procurar emprego e ainda não voltou. — Disse enquanto secava as mãos em um pano de prato.

— Ah não, mãe! — Esperneio. — Eu não acredito! Eu já trabalhei ontem, ele tem que cumprir os horários dele!

Chang-bin eu te odeio!

— Mas hoje ele não pôde, meu amor! Faz isso por mim. — Diz me abraçando e deixando um beijo em minha testa.

— Por você! Por que o Chang-bin deve estar bebendo em vez de caçar serviço. — Retribuo o beijo em sua testa.

— Então vá! Pegue o avental — sorri. — Como foi seu dia na escola?

...

Durante o meu período chato, chegaram Ye-ji e Lia para tocar. Seguidas por Yu-na que veio só comer lanches de graça.

— Eu não acredito que a Ryu-jin vai deixar a gente na mão! — Diz Lia afundando o rosto no balcão.

A... Ryu-jin?

Yu-na me olha sorrindo de lado com a boca cheia de bolo.

— A Ryu-jin vai vir? — Não sei por que estou esperançosa assim pra vê-la. Eu a vejo toda vez.

E fico assim toda vez...

— Vai. Ou era pra vir. — Dessa vez foi Ye-ji. — Deve ter ficado até tarde na loja.

— Ahh não! Eu não posso demorar... — Lia faz um biquinho.

Assim que terminou sua fala, ouve se um barulho da companhia da lanchonete seguida pela Ryu-jin atravessando as cortinas de fita.

— Sua idiota! — Lia corre até ela desferindo um tapa em seu braço.

— Também te amo... — diz Ryu-jin.

Ye-ji se junta a elas e Yu-na me olha.

— Não começa... — a corto antes que começasse.

— Começo sim! Vai falar com ela — bebe um gole do seu suco.

Será?... Por que estou tão nervosa? Somos amigas e nos falamos sempre.

Bom, de uns tempos pra cá comecei a sentir um frio na barriga toda vez que a vejo. Eu não estou gostando dela, estou?

Não! Eu nem gosto de garotas, deve ser só... admiração.

Quando percebo ela está me encarando a olho de volta.

Ela sorri pra mim, sinto minhas bochechas esquentarem e desvio logo o olhar para Yu-na que está sorrindo maliciosa.

— Yu-na! — Digo envergonhada.

— Ah qual é! Se casem logo — morde o bolo.

Exagerada.

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Amei esse 🙂‍↕️ (poucas palavras mas tá

Eu não sabia como abordar esse assunto da Lia, mas acho q foi kkkkk

Qualquer erro ortográfico ou sla, me avisem plss

Espero que tenham gostado do capítulo! Até o próximo! 😸😸😸

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