Praia

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Narrador on

A ressaca nunca fora tão pesada! Yoko não dormiu a noite, há noites estava tendo pesadelos, pesadelos que conhecia bem. Ela olhava para o teto, compenetrada na sujeira que ali se instalava. Tudo passava em sua mente como um filme, um filme de muito mal gosto, ela não conseguira parar de pensar no que aconteceu na manhã anterior. Beijou não só sua professora, mas a diretora de sua                  faculdade! Sentia raiva por se ver tão frágil e vulnerável, estava exposta, sozinha. E aquele momento, naquele banheiro gelado, como? Como fora tão intenso, ficaram ali por minutos que pareciam uma verdadeira eternidade. Yoko decorou cada parte do rosto de faye, cada sarda, cada tom dos seus ollhos, ela estava hipnotizada por sua presença, extasiada e não entendia. Como podia? Acabou de conhecer ela, faziam alguns poucos meses e fora provada que a convivência entre as duas não conseguia ser nada amigável, faye era prepotente, arrogante, grossa, sentia prazer em humilhar as pessoas diante das outras e isso embrulhava o estômago de yoko e por alguma maldita razão, ela não conseguia parar de pensar nisso.
Ela olhou para o lado e viu Rebecca dormindo, a amiga não falara com ela o dia inteiro, não respondeu suas mensagens e chegou tarde no dormitório. Pensar nisso deixou Yoko magoada, seus pesadelos ecoavam na sua cabeça e não sentia nem mesmo que tinha sua amiga por perto pra passar por esse momento. Ficar naquele quarto pareceu sufocante para ela, ela se levantou e colocou um sobretudo e tênis, pegou sua bolsa de mão e decidiu dar uma volta. A noite estava bonita, a primavera ainda estava sendo generosa, yoko podia ver claramente as estrelas pregadas no céu, uma brisa gelada bateu em seu rosto aquecido e a fez se arrepiar. Ela abriu sua bolsa de mão e pegou um cigarro, se sentou em uma guia próxima ao seu dormitório e  o acendeu. Os pesadelos...Devia ligar pra sua mãe? Essa era uma questão bem delicada em sua famíilia e ela fazia de tudo pra não se pegar pensando nisso, nas diante de todos os acontecimentos, a forma como faye a fazia sentir, o estresse que andava sentido, não conseguia controlar. A vida de yoko embora desregrada sempre fora muito bem controlada pela mesma, era bem simples, tinha tudo e a todos ao seu lado, conforme sua necessidade e de repente estava sendo traida por si mesma, pelo seu corpo e suas vontades, pelo seu coração e não sabia reagir, não sabia lutar contra isso. Sentiu uma presença se aproximando, virou pra trás de pressa com medo:

Heng:Noite agradável, não?

 Perguntou seu professor.,seu coração ainda acelerado a fez gaguejar em nervosismo:

Yoko:Si...Sim.

Heng:Desculpe, eu não quis assustar você.

 Desculpou-se com sinceridade, heng usava pijamas e uma pantufa adorável do Pernalonga. Tinha um sorriso doce no rosto, tentando acalmar a jovem.

Yoko:Eu não sabia que professores dormiam aqui.

 Disse,tentando esconder seu cigarro.

Heng:Todos nós temos dormitórios, dormem os que querem.

Disse ele percebendo o que Yoko tentava fazer, se aproximou enquanto falava e pegou cigarro de sua mão escondida dando um profundo trago, yoko tentou disfarçar o choque que teve ao ver essa cena.

Yoko:Quem prefere dormir no trabalho do que na própria casa?

Perguntou indignada, os dois estavam sentados um do lado do outro agora, tragando e dividindo a metade do cigarro que Yoko acendera.

Heng:Quem sente que é precido.

Disse olhando para o céu, distraído.

Heng:Quem prefere ficar aqui no frio do que estar dormindo em sua cama quentinha?

 Perguntou passando o cigarro para ela.

Yoko:Quem tem mais medo de dormir do que de ficar acordada.

Disse  ao terminar de puxar outro trago.

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