CAPÍTULO 2 - Cole

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Geralmente quando odiamos alguém sempre discordamos do que ela faz ou deixa de fazer, discordamos do que ela fala ou deixa de falar, e nunca foi diferente comigo e com meu pai. Desde criança aprendi o que era certo e o que era errado. E com 11 anos de idade cheguei à conclusão que minha mãe era a certa da história e meu pai o errado, mas com um tempo nossas conclusões mudam, nossos pensamentos mudam, e é aí que mora o problema, você viu que cresceu. E agora sabe que na realidade não era a sua mamãe a boazinha, nem a mocinha da história, você vê que não tem mais 11 anos de idade, mas sim, 21. E uma coisa coisa bem interessante é que desde os 13 até os 21 anos, meus pensamentos nunca mudaram. Mas diferença entre antes e agora, é que você pode opinar sobre a situação, sobre quem é o vilão do conto de fadas, você não é mais jovem.
    Quando você é jovem, eles presumem que você não sabe de nada.
— Você não cansa dessa palhaçada não? Será que não consegue enxergar o quão difícil é ter que lhe dar com todo esse sofrimento de uma só vez, mãe? — Alysson começa. — Mas que pergunta besta a minha, não? É óbvio que você não está nem aí. Meu pai morreu e não que isso seja motivo de lamentações, até porque eu não acho que seja, mas você sabe exatamente do que eu estou falando, e mesmo assim continua achando que a vida é como se fosse uma bela partida de xadrez. Cerca o rei, e viva! Vamos comemorar e logo após vamos dar início a outra partida. Por favor, né, vê se cresce, e coloca a consciência pra pesar um pouco. — assim que ela termina a frase sai correndo depressa. Mas quase caí uma 2 vezes durante o percurso.
— Alysson! Filha, volta aqui! — Eleanor diz soltando a mão do meu pai, para ir atrás, mas todo seu esforço é insuficiente.
— Deixa ela ficar um tempo sozinha. Ela acabou de chegar, é tudo muito novo. — diz meu pai.
   Eleanor assente, encostando sua cabeça no ombro dele.
    Quando a música acaba, me viro para a porta e vejo a Sarah, com seus cabelos morenos e longos, sendo iluminada pela luz do salão. Me aproximo, mas ela me chama pra fora. Eu a sigo, e quando saímos nos deparamos com Lion, que está bem de frente ao elevador que fica ao lado do bar.
— E aí Cole, pronto pra mais uma corrida? — Lion pergunta.
    Eu estava completamente esquecido. Hoje haveria o encontro de gangues, e no final teria uma corrida contra o Robby, valendo o carro e 25 mil em dinheiro. Não poderia perder por nada, senão perderia a aposta, e teria que ceder a minha Ferrari.
— Mas é claro que eu estou. E falando nisso o que vocês estão fazendo aqui no hotel, e como ficaram sabendo que eu estaria aqui?— pergunto.
— A gente te conhece, Cole. Estava nítido que você não estaria em casa trabalhando, muito menos com o seu pai. — diz Sarah.
    Isso pode até ser verdade, e eles podem realmente me conhecer, principalmente Lion. Por mais que eu tenha convivido toda a minha vida com Sarah, ela nunca iria me conhecer tão bem quanto Lion. A família da Sarah sempre foi muito próxima da minha, nossos pais estudaram juntos. Seu pai além de ser o prefeito daqui de Los Angeles é um ótimo cliente da empresa e algumas vezes costuma se hospedar aqui no hotel.
— Meu pai não está em casa hoje, tirou o dia para resolver algumas coisas daqui do hotel. Sem contar que acabou de me dar a pior notícia. Vocês acreditam que ele está noivo e agora não vou só ter que conviver com a sua noiva, mas agora terei que suportar a filha dela?
— Sinto muito Cole, mas não temos tempo para seu drama familiar, pois temos uma corrida pra ganhar. Olha só até rimou. — diz Sarah.
    Sarah sorri e dá pra notar que Lion não vai resistir a tentação de beija-lá. Então saio na frente para poupar minha vista de algo tão meloso.

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