CAPÍTULO 2 - LILY WILLIAMS

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Atirei meu celular na parede de concreto quando o nome da minha mãe surgiu na tela e vi o aparelho se dividir em vários pedaços bem na minha frente.

"Oi, Lily, já arrumou outro emprego?

Oi, Lily, teria como transferir duzentos dólares para minha conta?

Oi, Lily, um dos agiotas ameaçou machucar sua irmã caso eu não o pagasse até a semana que vem."

Ela sempre arranjava uma maneira de chegar ao mesmo problema: dinheiro, dinheiro e dinheiro. Nada além disso importava.

— Ah, não, o que eu fiz?! — Choraminguei, correndo para pegar o smartphone, porém, era tarde demais.

Eu possuía mais problemas do que era capaz de lidar e agora também tinha um celular quebrado e quase nenhum dinheiro para arranjar outro.

O dia só melhorava!

Joguei os restos do smartphone dentro da bolsa e passei a caminhar pelo beco onde ficava a saída de funcionários do restaurante. Não que fosse uma, pois, de acordo com o gerente, eu era descoordenada, desastrada e sem educação para trabalhar no meio de tanta gente influente.

Que se foda, não precisava daquele emprego.

Porra, precisava sim.

Gemi sozinha enquanto tentava barganhar com os meus próprios demônios.

Desde que fui demitida do meu último trabalho como recepcionista, há dois meses, não consegui arranjar nenhum outro emprego. O gerente daquela merda de lugar prometeu que sujaria meu nome em todo estabelecimento comercial da cidade, e o miserável fez. Tudo bem que eu tinha ameaçado contar para a mulher dele e os donos do restaurante sobre suas aventuras sexuais no escritório com uma das auxiliares de cozinha, enquanto os pedidos atrasavam no salão lotado, além disso, tinha quase certeza de que o cretino andava desviando dinheiro, mas não tive tempo de provar minhas teorias.

Filho da mãe escroto.

Ele nem conseguia esperar o expediente acabar para trair a esposa todo santo dia. Para o meu azar, ele era um profissional respeitado na cidade e conseguiu me ferrar colocando o próprio relógio caro na minha bolsa e me acusando de roubo. Só não fui parar na delegacia, pois um dos donos resolveu que seria melhor abafar a situação, entretanto, as coisas só pioraram após ser demitida.

E então veio a oportunidade no Elysium, que era um restaurante exclusivo para pessoas do alto escalão. Apenas políticos, grandes empresários, juízes e até mesmo mafiosos o frequentavam.

Mas, dessa vez, consegui me ferrar sozinha. Não era desastrada, nem descoordenada, apenas fiquei nervosa com a atenção daquele homem sobre mim.

Ele parecia querer me cortar ao meio. Seu olhar era tão frio e severo que conseguiu me intimidar. O pior de tudo é que em meio a toda aquela sobriedade, o homem era lindo. Olhos azuis, cabelos ondulados, cheios e perfeitamente penteados para trás. Não havia sequer um fio fora do lugar. Alto e forte, do tipo que com certeza me esmagaria com apenas uma das mãos. Era alguém importante, pelo visto, e eu consegui derrubar dois copos de bebida em cima dele.

Aquela foi a única oportunidade que tive em semanas. Claro que precisei me apresentar por meu apelido, em vez do nome que poderia estar manchado. Mas nem isso funcionou.

Fui para o ponto e esperei por meia hora até meu ônibus passar. Eu morava no subúrbio de Celéstia, que era a capital do estado de Celéstia nos Estados Unidos, e mesmo que dividisse o aluguel com uma amiga, não era barato viver aqui. Mas, preferia me matar de trabalhar a voltar para Nebula e viver perto de minha mãe. Se de longe ela já conseguia me tirar do sério para depois fazer com que me sentisse culpada, morando na mesma cidade então..., ela iria me enlouquecer.

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⏰ Última atualização: Apr 12 ⏰

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