Eu e Mike estávamos jogando basquete na quadra do nosso condomínio, era apenas nós dois. Nossas bicicletas estavam encostadas ao enorme pé de manga que ficava do lado da arquibancada de cimento.
- Para um garoto de dez anos, seu arremesso está ótimo - dei um sorriso, após minha provocação. Ele me olha irritado e com a força que tinha, arremessou a bola em minha direção, então eu desviei.
- Eu sou o melhor e você sabe – sua voz irritada me divertia por dentro.
- Não melhor do que eu Mike – ele revira os olhos e dá de ombros.
Saímos da quadra e então fomos até o pé de mangueira, sentamo-nos na grama suados e extremamente cansados após jogarmos por horas. Peguei a minha garrafa de água, que ainda estava fria por conta de ser térmica e ele fez o mesmo, despejando o líquido em minha boca matando a minha sede.
- Sabe, estou virando um homem – ri de seu assunto aleatório. Ele me olhava com o cenho franzido pela indignação - não estou achando graça, não me interrompa!
- Ok, pode continuar – respirei fundo tentando suprir a gargalhada.
- Eu tenho medo de não ser um irmão melhor para Chloe e Merlin – ele abaixou a cabeça, enquanto seus braços repousavam sobre seus joelhos. Minha risada cessou e eu dei-lhe uma olhada e então voltei a minha direção para a quadra.
- O que isso quer dizer? - pergunto tentando demonstrar confusão, mas sabia exatamente do que se tratava. Michael sempre foi um irmão ciumento, principalmente quando se tratava de Merlin, sua irmã caçula.
- Eu mataria o Hijo de Puta que se quer tocar na minha irmã - Aquilo me causou um desconforto. Merlin tinha apenas sete anos, mas quando bati os olhos nela, senti como se minha respiração falhasse e havia necessidade em estar perto dela, mas eu sempre tentava não demonstrar, afinal eu sabia como Mike era ciumento e perder sua amizade estava fora de cogitação.
- Mas uma hora ela vai crescer e vai ter que aceitar que ela vai namorar – lhe provoquei e seu rosto ficou mais vermelho, por conta da raiva. Um sorriso ladino quis brotar em meus lábios e me esforcei para segurá-lo.
- Só se for por cima do meu cadáver - dizia entre os dentes, enquanto seus olhos me fitavam enfurecidos.
Por um lado, eu sabia que nenhum cara iria chegar nela, mas por outro sabia que nunca poderia me aproximar. Isso dividia meus sentimentos não sabendo se era sufocante ou até mesmo de alívio, a segunda opção com certeza era a que eu mais repetia para mim, tentando não pensar no quanto seria sufocante poder vê-la, mas não poder tê-la.

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PARA SEMPRE, NÓS DOIS.
RomanceA doce Merlin Colby, se via apaixonada por Maxwell Smith, o melhor amigo de seu irmão. Nunca soube ao certo quando esse sentimento surgiu, mas havia certeza de que sempre esteve lá. Ela se via perdida em negar ou abraçar essa paixão que cada vez mai...