PARA SEMPRE, NÓS DOIS.

Chills

Merlin Colby

Acordo com barulhos de gritarias que provavelmente vinham do andar debaixo, sinto que meu coração iria sair pela boca pelo susto que havia tomado. Impacientemente pego o travesseiro e coloco em cima da minha cabeça a fim de sanar aqueles barulhos irritantes, mas bufo nervosa por ter sido em vão.

Com minha mão tateio a minha cama a procura do meu celular e então com dificuldade tento abrir meus olhos e o desbloqueio vendo que ainda eram 7 da manhã, de sábado. Abaixo minha mão jogando de forma grotesca o aparelho na cama e dou um grito abafado no travesseiro, em busca de canalizar toda raiva que já estava aflorando em mim.

Eu só precisava de mais algumas horas de sono, será que era possível?!

Me dando por vencida, conto até dez em meus pensamentos, procurando coragem para encarar o dia a minha volta.

É garota, parece que você não vai ter uma alternativa a não ser tirar esse corpo da cama e se levantar.

Finalmente crio coragem e sento-me na cama, dou uma breve olhada para o nada como se estivesse esperando a minha alma voltar para o corpo, a ponto de parecer um computador iniciando seu sistema e então impulsiono meu corpo para frente ficando totalmente em pé.

Procuro os chinelos, enquanto passo a sola dos meus pés naquele piso de porcelanato gelado por conta do ar-condicionado, causando-me pequenos choques pela sensibilidade. Sinto o chinelo e o calço logo em seguida, apanho uma toalha limpa no meu guarda-roupas e sigo para o banheiro.

Despi-me e coloquei as roupas usadas no meu cesto de roupas que ficavam no canto do banheiro e depois entro no box. Amarro meus cabelos em um coque e giro o registro deixando a água morna cair pelo meu corpo.

Pego a minha bucha e depois derramo uma quantidade considerável de sabonete, levando em direção ao meu corpo esfregando até formar espumas dando aquela deliciosa sensação de pele limpa.

Deixo a água escorrer pelo meu corpo tirando todo resquício de sabão e finalizo meu banho me sentindo renovada, ou pelo menos limpa. Escovo os dentes e volto para o meu quarto.

Um ponto positivo dos meus pais. Somos em três filhos e em nossos quartos, cada um possuí um banheiro para nós termos privacidades com nossas higienes, para uns isso é luxo, mas para nós era algo que posso afirmar como necessidade.

Penteio meus cabelos e depois o prendendo em um rabo de cavalo, pego um conjunto de top e short de lycra preto e uma regata furadinha. Hoje com certeza não iria ficar em casa parada, talvez uma volta no pequeno parque - que tem aqui no nosso condomínio - com intuito de aliviar meu estresse recém adquirido.

Pego meu celular e coloco em uma pochete, conecto meus fones sem fios e saio do quarto indo para a sala de refeições. Decidimos trocar de nome pois sala de jantar, era algo muito singular, e como usávamos para todas as refeições optamos pela troca de nomenclatura.

- Bom dia querida, estávamos te aguardando – meu pai dizia sorridente, mas sabia que em sua fala havia uma pequena porcentagem de ironia pois todos sabiam que eu definitivamente, odiava acordar cedo sem necessidades.

- Presumi o quanto me aguardavam – reviro os olhos me sentando na sua lateral esquerda, ele se sentava sempre a ponta da mesa, o verdadeiro macho alfa da família Colby.

- Não ganho um beijo? - proferiu mamãe, apenas mandei um beijo no ar em sua direção e ela fingiu pegar e depois colocou em seu peito, ri com aquela cena, como se eu ainda tivesse cinco anos – pronto, agora está guardado as sete chaves.

- E então, por que dessa gritaria toda? - indago, enquanto me sirvo com dois croissants e um copo de café, com alguns pingos de adoçante.

- Seu irmão está com Max e outros colegas do time treinando em nossa quadra de basquete, estão próximos da temporada e precisam alavancar nos treinos – papai respondeu, reviro os olhos ao ouvir seu nome.