Sakura Haruno se muda para a cidade de Konoha, onde logo percebe estranhas ocorrências. Ao passar dos dias, descobre segredos que cercam sua família. Além disso, ela é a alma gêmea da rainha do submundo, conhecida como a Rainha dos Vampiros.
• Os pe...
"Cada vez que retorno ao passado, sinto-me consumido por uma voragem de lembranças que parecem arrastar-me para um abismo sem fundo."
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Quinta-feira 23 de Março 2023 - tarde
Reino das sombras
Hanabi entra na sala dos aposentos de sua irmã. O quarto de Hinata mergulhava na escuridão, movendo-se silenciosamente como uma sombra entre as memórias escuras que a assombravam. O peso da preocupação se aloja em seu peito, tão pesado que quase a sufoca. A última vez que havia visto sua irmã tão abatida fora na infância, uma lembrança dolorosa que ela tentava desesperadamente evitar reviver. Era como se cada passo a levasse mais fundo em um abismo de lembranças indesejadas, uma jornada que preferiria nunca ter que fazer.
Desviando o olhar do passado doloroso, Hanabi se concentra no presente, embora seja uma tarefa árdua diante da cena desoladora diante dela. Sua irmã mais velha está afundada na poltrona, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros frágeis. O copo de whisky em suas mãos trêmulas é um sinal inequívoco de que ela busca alívio em um vazio.
O olhar perdido no vazio é como um espelho refletindo a própria angústia de Hanabi, um eco silencioso de todas as noites sem dormir e os dias cheios de preocupação. O coração de Hanabi se contrai diante da visão desoladora de sua irmã.
Ela se aproxima lentamente, hesitante em perturbar o frágil equilíbrio que parece mantê-la à beira do abismo. Mas o amor e a preocupação falam mais alto, impulsionando-a a quebrar o silêncio opressivo que envolve a sala. Com uma voz suave e trêmula, ela chama pelo nome de sua irmã, uma tentativa frágil de atravessar a névoa de desespero que as separa.
— Hinata, o que aconteceu? — Hanabi perguntou, sua voz carregada de angústia. Ver Hinata naquele estado era uma agonia que dilacerava o coração.
Hinata soltou um suspiro profundo, seu semblante tingido por uma melancolia palpável. — Ela foi atacada por uma sombra — , respondeu Hinata, sua voz ecoando com pesar. — Senti uma onda de medo me envolver, um medo que eu não compreendia. Foi quando algo clicou na minha mente, eu sabia que era ela. Ela estava em perigo, então não hesitei em ir até ela.
Hinata, assim como sua irmã caçula, era atormentada por seus próprios demônios. Ela sempre protegia sua irmã mais nova do pai agressor, um monstro que se deleitava em infligir dor sem motivo aparente. Desde tenra idade, Hinata assumia os golpes que deveriam ser destinados a sua irmã, sacrificando-se para protegê-la da fúria descontrolada de seu progenitor. Eram crianças na época, mas as marcas da violência e do medo ainda assombravam seus pensamentos como sombras sombrias. Ela se lembra das vezes em que não pôde estar lá para proteger sua irmã caçula. Apesar de todos os esforços para ser uma fonte de força e apoio para sua irmã, Hinata sabe que houve momentos em que não foi capaz de estar lá quando mais precisava. Essas memórias assombram-na como fantasmas do passado, lembrando-a das falhas que preferiria esquecer.
