O Supremo

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Semanas depois, Marinette seguiu sua vida: ia para a escola, passou a pegar carona para casa com Jacqueline e suportava Chloé Bourgeois

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Semanas depois, Marinette seguiu sua vida: ia para a escola, passou a pegar carona para casa com Jacqueline e suportava Chloé Bourgeois... até onde conseguia.

Certo dia, as travessuras da filha do prefeito passaram um pouco mais do limite. Após cobrir Marinette com aranhas e jogá-la da piscina, Chloé não se deu por satisfeita e resolveu importuná-la na saída da escola também, derrubando seus materiais escolares e debochando da padeira. Marinette não teve reação, apenas recolheu lentamente seus materiais um a um, mas, ao chegar no estilete, ela demorou mais ainda, segurando-o pela lâmina e provocando sangramento em sua mão. Quando estava prestes a guardar o item, alguém a chamou.

— Ninguém merece passar por isso, garotinha.

Ela olhou ao seu redor e se deu conta que ao lado da porta aberta de um estabelecimento estava o que parecia ser um homem de pé que a observava.

— Ser tratada como lixo é muito pior do que estar morta. Não concorda, minha jovem?

Marinette não disse nada, apenas permaneceu encarando o homem e, após alguns segundos, voltou a caminhar para o ponto de encontro de Jacqueline.

— Chloé Bourgeois está lhe azucrinando, não é?!

Aquilo fez Marinette parar bruscamente.

— Ela tem muito poder e influência, uma menininha como você nunca seria capaz de tocá-la e sair ilesa... mas existem outras formas de fazer alguém pagar.

Marinette permaneceu inerte, mas sua atenção era toda do homem misterioso.

— Está interessada? entre e eu te contarei mais.

O homem nas sombras adentrou o estabelecimento sem esperar uma resposta da menina, mas esta não custou em segui-lo.

Era um lugar muito elegante para estar dentro de um beco, dominado por vermelho e peças de alto valor de mercado, no entanto era pouco iluminado.

O homem se sentou em uma luxuosa poltrona que, aos olhos da menina, mais se parecia com um trono.

— Aproxime-se — disse o homem, realizando um gesto com uma das mãos para chamá-la.

Marinette se aproximou com cuidado, mas não mostrava medo; à altura de como estava sua vida, nada a surpreendia.

Ele a colocou em seu colo, mostrando as mãos para assegurá-la de que não estava com nenhum objeto que pudesse machucá-la.

— Quer um chocolate? — o homem a mostrou 4 diferentes tipos de chocolates: branco, ao leite, decorado e dark.

Marinette escolheu o dark, pois, de acordo com ela, ainda nunca havia provado. A menina mordeu pedaços generosos do chocolate ao ponto de só haver metade agora.

— Obrigada, senhor...

— Me chame de Supremo — disse o mesmo, assustadoramente sorridente, enquanto limpava as bochechas da menina com um lenço. —, e você tem nome?

— È Marinette...

— Você já ouviu falar em Miraculous, Marinette?

A menina balançou a cabeça em negação.

— Bem, Miraculous são joias de muito valor... e magia!

— Magia?

— Sim, magia de verdade! Eu tenho quase todas essas joias — disse o Supremo, mostrando uma caixa com diversas joias diferentes.

— Alguns lugares estão vazios.

— Exatamente! Você é uma menina muito esperta! Alguém que trabalhava para mim roubou essas, era um broche de borboleta e outro de pavão. Se me ajudar a recuperá-los, eu a ajudarei a dar uma lição naquela patricinha da Bourgeois.

— Mas se as joias têm magia... então eles têm poderes?

— Sim, eles têm. Mas você também terá — o homem retirou do centro da caixa um par de brincos. — Marinette, com esses brincos você poderá enfrentar até soldados do exército francês. Eu lhe dou o Miraculous da Joaninha, o poder da criação. Basta usá-los e dizer "transformar".

Marinette duvidou, mas, ao colocar os brincos, percebeu uma estranha criatura flutuante aparecer bem diante de seus olhos.

— Uau!

— Essa criaturinha é um kwami, e se chama Tikki, será ela que irá lhe dar super-poderes, e então poderá se vingar da Chloé Bourgeois. Porém... — o Supremo ficou sério de repente, olhou firmemente em seus olhos e segurou o pulso da menina, que se assustou com a ação. — Meus Miraculous vêm primeiro, e só então você estará livre para usar o seu como quiser.

Marinette confirmou com a cabeça, pois não teve coragem de falar.

Supremo voltou a sorrir e a ajudou a descer de seu colo.

— Eu vou deixar você ir, mas eu quero que se lembre de algo — o homem removeu o estilete da mão da jovem, que ainda o estava segurando pela lâmina, e, nesse gesto, tingiu seu polegar com o sangue da menina. — "Lágrimas enxugadas com sangue revogam a razão, revogam a mente" — dizia o Supremo enquanto manchava a bochecha da jovem com o mesmo gesto de limpar uma lágrima. — Será nosso segredinho. Não conte sobre os Miraculous e não deixe que ninguém saiba sua identidade.

Marinette confirmou com a cabeça novamente.

O Supremo a acompanhou até a saída, e de lá Marinette seguiu sozinha. Logo, encontrou Jacqueline.

— Marinette! Pelo amor de tudo que é mais sagrado, onde é que você estava?! Isso é sangue no seu rosto?!

— Eu... — Marinette custou a falar, porém não importava para Jacqueline, desde que ela estivesse a salvo e bem.

— (suspiro) Não importa. O importante é que você está bem. Vem, eu te levo pra casa.

Marinette subiu na bicicleta da jovem moça e ficou pensando sobre o que aconteceu minutos atrás. Ela não tinha certeza do seu futuro, mas sabia que nada seria igual dali pra frente.

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