capítulo dois.

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Bebi uma golada de whisky e senti o líquido descendo rasgando. Fazia um bom tempo que eu não bebia, mas o fim de um relacionamento bosta é um bom contexto para isso. Deixei o colete da escola no carro e agora estou com uma camisa normal.

Enquanto bebo aqui sozinho aquele idiota está rodeado de gente. Espero que todos precisem dele e ele não ajude nenhum, assim quebrem a cara. Porque ele é um covarde, que você não pode contar para nada.

Além de ter uma beleza questionável, ele tem o pau pequeno, nunca conseguiu fazer eu me sentir satisfeito, tudo acabava na punheta. Isso que dá dar chance a um feio, você é tratado como o feio, deixado de lado, como se eu fosse emocionado. Não sou nada emocionado, ele era direto e em pouco tempo me pediu em namoro, eu aceitei e agora me encontro assim, completamente arrependido de ter aceitado.

Peço mais uma dose e tiro um pirulito, que uma aluna me deu, do bolso, tirando a embalagem e colocando o doce na boca. Passo um bom tempo chupando aquele negócio, até virar outro copo.

Alguém senta no banco do lado, não ligo para a presença até sentir uma queimação, como se alguém estivesse me olhando. Assim que dou atenção ao meu lado, observo um pedaço de mal caminho. Vestido de terno preto, olhos afiados e opacos, o cabelo que tinha um topete desfeito mas que o deixava mais atraente.

Seria um sinal para eu me acabar no corpinho de um desconhecido e deixar para pensar nas minhas consequências amanhã? Talvez.

Ele me olhou de volta e me analisou dos pés à cabeça descaradamente, dando um sorriso ladino após o ato. Tiro o pirulito da boca.

- Sou seu tipo? - Pergunto sem filtros, a bebida tirando minha capacidade de mentir. Ele me olha sem esboçar reação, o que me faz pensar que ele é do tipo que pensa antes de falar. Diferente de mim.

- Sinto que depois que eu te vi, meu tipo mudou. - Ele se encosta no balcão e eu observo suas íris escuras e inexpressivas.

- Ah é? Tem camisinha?

Dessa vez eu consigo arrancar um riso nasal dele, balança a cabeça como se desacreditasse, mas inclinou o tronco para mais perto de mim.

- Sou um homem preparado.

- O quão bêbado você está para transar comigo no banco do carro? - Pisco os olhos lentamente, tentando ler suas expressões.

- Na verdade, estou sóbrio. Mas meu carro está estacionado aqui perto e tem um motel próximo.

Me levanto do banco e pago minha conta, sinto que estou sendo observado meticulosamente o tempo todo. Estendo minha mão para ele e saio de mãos dadas com o desconhecido que não faço ideia do nome.

Ignoro os alertas na minha consciência, ignoro as bandeiras vermelhas dos meus divertidamentes. E por fim agarro sua nuca e pressiono meus lábios nos dele.

Bonfire • MINSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora