Capítulo 06

268 19 7
                                    

Sinto um cheiro de incenso, algo como as cinzas se misturando ao pó da terra, assim como um isqueiro para um cigarro, em meio ao fogo, atingindo o papel com mais de 4 mil resíduos tóxicos. Observe o suficiente para ter uma morte lenta, e possivelmente dolorosa.

Me assusto quando os fios do meu cabelo escuro caem em meu ombro exposto, meus olhos analisam o único tecido que não mantém meu corpo completamente exposto; Estou nua. Puta que pariu.

As memórias da noite anterior, ou talvez de hoje, não sei por quanto tempo dormi, está escuro lá fora, consigo ver a lua cheia perfeitamente através da varanda, que contém uma porta de vidro. Na verdade, não somente a porta é de vidro, como vários cômodos, é possível vê-lo perfeitamente através do vidro.

É uma casa de vidro. E não é somente isso, é uma casa de vidro na floresta. Posso ouvir os galhos e as folhas das árvores, devido à porta da varanda aberta. Absolutamente tudo está escuro lá fora, seria impossível decifrar a cor das árvores se eu não soubesse que seus troncos são marrons e as folhas verdes. É possível ouvir o som de alguns animais, alguns pássaros e provavelmente alguns outros em que não estou interessada em descobrir.

Quero sair daqui, mas não sei como, não posso sair nua, o lençol preto também não me servirá de nada, neste piso de vidro, que parece que pode se estilhaçar a qualquer momento.

A porta se abre, me trazendo de volta à realidade. Uma idosa com os olhos puxados me encara, após me observar por um instante, ela sorri de maneira amigável, e em seguida retira uma variedade de comidas do carrinho, colocando algumas ao lado de uma pequena mesa de ladeira na cor marrom marfim.

Percebo que estou completamente enrolada e toda encolhida quando ela finalmente se aproxima com cuidado.

- Você tem olhos lindos, isso explica o fato dele ser tão fascinado por você, querida. - Os olhos pequenos me encaram, e ela ri um pouco. - Desculpe, te assustei não foi? Não se preocupe, ele não irá notar minha presença aqui. - Ela está tentando conversar comigo? Sim está! Através de elogios.

- Tenho certeza que recebe muitos elogios, estou certa? - Por que não responder? Estou assustada e a última coisa que desejo é criar uma inimiga aqui.

- Na verdade, não. - Mordo os lábios, acho que qualquer um poderia perceber o quão apavorada estou. - Eles são pretos, são olhos comuns.

- Não acho. - Ela diz de imediato. - Eles são discretos e marcantes. - Ela sorri. Me oferecendo um prato de comida, não sei o que tem, estou com o meu olhar focado no dela. - Meu senhor pediu para lhe trazer. - Ela aponta para o prato de comida em frente ao meu corpo. - Se a comida não lhe satisfizer, temos uma variedade. - interrompo-a.

- Por que estou aqui? - Minha voz sai falha, é possível perceber o medo em minha voz. Meu coração acelera no meu peito, e não consigo controlar minha frequência cardíaca, uma ardência se forma na minha linha d'água e tento não desviar o olhar.

- Eu não sei, querida.- É claro que não, ela não pode dizer, provavelmente ele a proibiu disso. - Coma um pouco, não quero vê-la fraca. - Ela empurra o prato em minha frente novamente, a refeição contém macarrão com molho de tomate, alfaces, carnes, cenouras e batatas, parece simples, mas a refeição está organizada perfeitamente no prato branco.

Estou morrendo de fome, mas não irei comer, não sei se colocaram veneno na comida, apesar de que se a pessoa realmente quisesse me matar, teria feito. Mas eu não confio, não irei colocar minha vida em risco mais do que ela está.

- Não estou com fome.- Estou morrendo de fome, posso até sentir meu corpo leve e distante, enquanto minha mente está nas diversidade de refeições próximo à grande cama.

A Casa De Vidro.Onde histórias criam vida. Descubra agora