Heloísa-Acabei não indo a escola. O celular que deveria despertar às 6:30, não tocou e me deixou dormir até às onze da manhã.
Depois do banho que tomei, desci as escadas, indo em direção a cozinha procurar o que comer. Ágata e papai, não estão mais em casa. Me pergunto por quê papai não bateu no quarto essa manhã pra me acordar.
Não me importo com isso, ficar em casa nunca é ruim. Gosto de ficar em casa sozinha escutando música e dançando de lingerie.A minha falta de sorte de encontrar pães no pote encima da mesa, acabaram com a minha alegria.
Ágata sempre deixava duas fatias dentro do pote, sobrava do café da manhã dela e do papai.Caminho até a sala me sentando no sofá e ligando a televisão no volume vinte e quatro. Escutando a música me remexo em seu ritmo, de um lado para o outro eu balanço meus quadril com as mãos na cabeça.
eu estilo de dança não é nada sexy ou agradável de se olhar.o bater da porta da entrada me coloca em alerta. Quem pode ser?
A porta se abre e fecha. Papai não foi trabalho, o Ágata esqueceu alguma coisa em casa e voltou para buscar.
Alguma coisa bate no chão, duas vezes seguidas.
Meu corpo fica parado onde estar, não consigo dar se quer um passo.
A cabeleira brega com cachos bagunçados passa pela sala. O cara simplesmente para ao perceber minha presença e desce seus olhos por todo meu corpo, me analisando como um animal preste a atacar.
Calmo e interessado em alguma coisa, ele lambe os lábios e cruza os braços.
Estou de lingerie preta. A calcinha mal cobre a minha buceta, o pico do meu peito está sendo espremido pelo tecido transparente do sutiã.
Meus cabelos estão soltos e alinhados. Meus olhos se fecham por um minuto pensando em estar vendo coisas.Abro os olhos novamente e quando abro a boca, grito o mais alto que posso e corro pelas escadas em direção ao meu quarto.
Ao trancar a porta, tento colocar minha poltrona encostada nela, para ter tempo de ligar para o papai e pedir ajuda. Em seguida ligaria para a polícia e diria que um tarado invadiu minha propriedade.
/- Querida? — não demora muito para papai atender minhas preces.
— Um homem.
/- Me diga o que está acontecendo, Heloísa. — A voz de pai parece mais confusa e assustada. — Diga.
— Um cara. Ele está lá embaixo. Ele conseguiu entrar na casa.
/— Como é esse homem filha? — Escuto um barulho através do celular. — Se tranque no banheiro e ligue para a polícia. Não sai daí, meu amor.
— Ele é alto. Tem cabelos pretos e cheio de cachos papai.
/— Ele conseguiu tocar em você, meu amor?