Eu cheguei na escola faltando cerca de 10 minutos para a primeira aula acabar, por isso, esperei o sinal bater dentro do banheiro e enquanto esperava, conferi o que havia ganhado.
Dentro da sacola para minha surpresa, havia nada mais, nada menos que uma caixa de celular lacrada... eu não consigo acreditar que ganhei um celular novinho por causa que ajudei uma senhora a atravessar a rua. Abençoada seja aquela senhora Mab.
Abri logo a caixa e configurei o celular tão rápido, que nem me lembrei que tinha aula daqui a pouco, e depois que escutei o sinal batendo, pensei em matar a segunda aula pra poder estrear meu celular novo e então conectei ele com o wi-fi da escola e pesquisei o site onde assistia meu último desenho animado que estava maratonando, "Aang: O Último Mestre do Ar", faltavam 2 episódios para terminar de assistir e acho que terminar de assistir valia mais a pena do que assistir a uma aula de física.
Após alguns minutos vendo as lutas do penúltimo episódio, me passa pela cabeça como seria se fosse possível manipular os elementos igual Aang, Katara, Toph e Zuko faziam, devia ser algo incrível. Se fosse possível só imaginar e pronto, a gente se transformasse no Avatar, seria algo realmente incrível, como se a gente levasse a mão pra tela e...
Espera, que negócio é esse...? Eu pensei nisso brincando, mas o que é isso?
Minha mão havia se enfiado dentro da tela do telefone e assustado eu rapidamente tirei minha mão lá de dentro o mais rápido possível e acabei deixando o meu mais novo celular cair no chão, graças a Deus que ele não quebrou a tela, mas algo estranho estava na minha frente, havia algo semelhante a um holograma que estava literalmente na minha frente.
Uma bolinha redonda, cheia de letras estranhas entorno e com o os símbolos das quatro nações de Avatar, a Nação do Fogo, a Tribo da Água, os Nômades do Ar e o Reino da Terra, e aos poucos aquele símbolo foi chegando mais perto de mim e acabou se fundindo com minha pele e logo depois sumiu.
Eu não havia entendido nada daquilo, mas em minha memória, apareceu todos os personagens e seus movimentos de como dobravam os elementos a sua vontade, se isso acontecesse na realidade eu seria alguém tão feliz, como seria poder fazer aparecer fogo dos punhos igual o Zuko?
Como um adolescente meio bobo, eu imito os movimentos que apareceram na minha cabeça do Zuko depois de pegar meu celular, mas... como isso era possível? O alarme de incêndio disparou logo depois de eu finalizar o movimento, será que é verdade e aquele fogo que saiu do meu punho não era minha imaginação?
Melhor eu sair antes que eu fique muito molhado, mas... e se eu repetir e fazer igual a Katara? Por que não tentar não é mesmo?
Imito os movimentos dela e sinto que a água estava se movendo igual no desenho, isso realmente estava acontecendo? Eu não estava doido? Melhor verificar direitinho e gravar, vai que é uma alucinação muito real?
Fico ainda uns minutinhos no banheiro tentando encontrar uma maneira segura do meu celular não ser molhado e continuar gravando, por isso, assim que termino de posicioná-lo, eu refaço os mesmos movimentos da dobra de água e pouco tempo depois, finalizo a gravação e saio correndo do banheiro.
Quando chego ao lado de fora, parecia que eu era o último a sair, pois muita gente me encarou, algo que foi meio assustador e engraçado, já que muitas meninas estavam com os rostos todo manchado com a maquiagem que se desfez junto com a água.
Fingi que não me encaravam e tentei encontrar meus "irmãozinhos", Ayla e Liam, eram um casal de gêmeos que chegaram no orfanato ainda quando eram bebês quando eu tinha dez anos e agora já eram crianças que frequentavam o início do ensino fundamental na nossa escola.
- Vocês estam bem? - Me ajoelhei para ficar do mesmo tamanho deles.
O olhar demonstraram o quanto estavam assustados, acho que desde que saíram da antiga escolinha, eles nunca tinham vivenciado algo do tipo.
- Ethan, o que tá acontecendo? - Ayla perguntou com os olhos marejados.
- Acho que é só um treinamento ou um alarme falso de incêndio. - Expliquei dando um cafuné na cabeça dos dois. - Não precisam se preocupar.
- Me assustou... - Liam falou.- A água começou a cair do teto e meu caderno ficou todo molhado, será que tem como consertar ele depois?
- Na volta eu compro um caderno pra vocês. - Dei meu melhor sorriso e tentei pensar se tinha dinheiro suficiente para comprar os cadernos.
- Obrigado irmãozão. - Ayla respondeu com um belo sorriso no rosto.
Olhei para trás tentando entender o motivo do alarme ter iniciado e deduzi que as aulas seriam canceladas para o resto da tarde e um tempo depois, eu estava certo. O diretor anunciou que as aulas do restante do dia estariam canceladas devido a investigação do motivo do alarme de incêndio ter se iniciado.
Esperei Ayla e Liam do lado de fora e quando me viram, trouxeram os cadernos molhados em mãos.
- Acho que não tem jeito de recuperar. - Ayla mostrou o caderno e com um timing perfeito uma parte de folhas se despedaçou no chão formando um bolo de folha molhada.
- Vamos jogar esses no lixo - falei indicando a lixeira próxima. - Mais algum caderno de vocês molhou?
- Para nossa sorte não, só os que estavam nas nossas mesas. - Liam respondeu.
- Agora seguir rumo a uma papelaria e depois voltar correndo pra casa, porquê se não fizermos isso, vamos pegar um resfriado.
Peguei a mão deles, um de cada lado e fomos rapidinho numa papelaria. Chegando lá, levei eles para olhar os cadernos e enquanto eu olhava na minha carteira quantos eu ainda tinha em dinheiro, notei como o olhar de Ayla brilhou ao ver um caderno das Rapunzel com o Pascoal, mas ela pegou o caderno mais barato. Liam deve ter feito a mesmo coisa e assim que os dois me entregaram os cadernos eu fui em direção ao caixa pagar.
Ao voltarmos para o West' Sky, fui até o pátio com os gêmeos para testar novamente o que aconteceu no banheiro da escola.
- Olha, eu quero que vocês vejam para que eu não pense que é coisa da minha cabeça, tá bom?
- O que você acha que é coisa da sua cabeça? - Liam perguntou.
- Acho que vocês vão ver...
Fui e peguei um balde cheio de água para testar, se usasse fogo poderia machucar eles. Voltei para o meio do pátio para testar a dobra d'água enquanto os gêmeos sentaram num banco que ficava perto dali.
- Só pensar... - fechei os olhos. - dobra d'água...
Comecei a lembrar dos movimentos da Katara e aos poucos fui imitando seus movimentos, ainda de olhos fechados, e aos poucos senti que havia algo envolta de mim. Abri meus olhos gradualmente e percebi que meus movimentos faziam com que um círculo de água girasse envolta de mim e olhei pros gêmeos que me encaravam com os olhos brilhando.
- Isso é real?
- Se não for, eu acho que enlouquecemos. - Ayla respondeu.
- Eu me belisquei, isso com toda certeza não é um sonho...
... Nesse momento eu ainda não sabia as extensões do meu poder, mas os gêmeos aos poucos me ajudaram a perceber o que eu era capaz de fazer e... bom, com o tempo também aprendi a conceder habilidades e poderes para outras pessoas além de mim, mas isso não é muito relevante agora.
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Tecno-Out
أدب الهواةEthan, um garoto que queria apenas ter uma vida mais emocionante do que a vivida no orfanato, ganha uma bênção que lhe confere uma habilidade que ele autointitulou como Tecno-out, um poder que lhe permitia retirar o que quisesse de uma tela, seja el...