Passarinhos entoavam suas melodias nos galhos das árvores, tecendo um cântico suave que se fundia à dança dos raios dourados do sol entre as folhas, deixando o quarto de uma garota com tonalidades de vento e calor. Ela acorda com seus sentidos sendo embalados por um aroma tentador que se desprendia da cozinha.

  Se espreguiçou languidamente, e deixou-se guiar pelos corredores de sua morada, seguindo furtivamente o rastro aromático que a envolvia. A espreitar pela porta entreaberta da cozinha, seus olhos se iluminaram com uma visão encantadora.

 Sua mãe movia-se com graça, manuseando a massa das panquecas sobre a chapa aquecida. O som suave da espátula acariciando a frigideira criava uma sinfonia apetitosa, uma ode à culinária.

A paixão de Ayla Aysha por panquecas era inegável, especialmente quando preparadas com o afeto materno que transbordava a cada movimento. Ayla imergiu na plenitude do momento, aspirando profundamente o aroma que se desprendia das panquecas adornadas com mel, morangos e mirtilos, uma combinação irresistível que, mais uma vez, acariciava seus sentidos.

Ao notar a presença de sua admiradora de iguarias, Adulária voltou-se com ternura em direção à filha, saudando-a com um sorriso radiante.

— Bom dia, aniversariante — ecoou a voz materna, carregada de calor e afeto.

— Bom dia, mãe — respondeu a filha transbordando de radiância, avançando para envolvê-la em um abraço caloroso que foi correspondido com igual ternura pela mãe.

No apogeu desse momento sublime, alguém bate à porta. Com um gesto diligente, a mãe dirigiu-se à entrada, abrindo-a para revelar a figura sorridente de Apollo, emergindo como um raio de luz no limiar da casa.

— Apollo! — exclamou Ayla, correndo em direção a ele e envolvendo-o em um abraço efusivo, como se o próprio mundo se curvasse diante da força de seu afeto. Ele, sentiu-se envolto por uma sensação de completude e calor, mas também uma ligeira sensação de sufocamento, como se o peso de sua devoção fosse grande demais para ser suportado. Com um murmúrio quase inaudível, ele expressou sua necessidade, um apelo tímido por um pouco de ar para preencher seus pulmões famintos.

— Ayla, estou sem ar.

Ela soltou uma risada cristalina, desfazendo o aperto e permitindo que ele se libertasse.

— Bom dia, Apollo — saudou a senhora Allanane.

— Muito bom dia, Senhora Adulária.

— Venha, vamos ver a mamãe fazendo panquecas! — A jovialidade de Ayla arrastou Apollo em direção à cozinha, onde sua mãe preparava um festim de panquecas aromáticas. O aroma tentador das especiarias envolveu-o enquanto ele observava as delícias culinárias tomando forma diante de seus olhos. Um morango foi partilhado entre eles, e Apollo agradeceu com um sorriso.

— Onde estão seus irmãos, Pollo? — perguntou Ayla, quebrando a serenidade do momento.

Ele quase engasgou com a fruta ao tentar responder.

— Eles estão... — engoliu em seco. Como poderia explicar?

— Ah, Aysha, esqueci-me do seu presente! — ele desviou habilmente o assunto com um leve pigarrear, revelando de seu bolso uma pequena caixa envolta em papel cor-de-rosa, adornada com detalhes delicados.

então a pequena caixa que guardava em seu bolso, envolta por um papel cor-de-rosa, delicadamente adornado.

— Ayla, minha querida, este modesto presente é uma expressão ínfima de meu afeto por ti. — proferiu ele, inclinando-se em uma reverência que a fez revirar os olhos, embora um sorriso brincasse em seus lábios ao receber a caixa entre suas mãos delicadas, visivelmente curiosa quanto ao seu conteúdo.

A Pedra da lua e o Girassol (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora