] Tae-hyung [

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— Boa noite, dona Mirydi. Eu tenho uma proposta irrecusável — disse o homem por linguagem de sinais, que graças ao falecido marido que também era soldado, ela sabia muito bem e o homem sabia que ela sabia.

Ele usava máscara de esqui, luvas e roupas totalmente pretas.

— Não vou acordar os seus netos, independentemente da sua resposta. Mas eles dependem dela.

Dona Mirydi encarava a arma com as mãos pra cima. Estava totalmente imóvel, exceto pelos tremores de medo.

— Balance a cabeça se estiver de acordo em conversar

A senhora assentiu devagar.

— O Imperador disse o nome do seu filho no jornal, o ex General Eiichiro kim, rebaixado a patrulheiro civil há três anos.

— Ele salvou a vida do irmão dele, que ia sofrer um atentado na rua. — confirmou dona Mirydi com as mãos ao lado do rosto.

— Salve o grande herói da Coreia do Norte — Os olhos dele se reviraram para dentro da cabeça por dois segundos — Tenho certeza de que a senhora não acredita plenamente nisso.

Dona Mirydi não respondeu, mas não, ela não acreditava. Delegaram a responsabilidade de informá-la a alguém próximo do seu filho, alguém que não fora testemunha ocular do evento.

O que podia significar alguma coisa, tanto quanto não podia significar nada. Todavia, a velha senhora viu duas gerações da família imperial Gyohwalheonsa, mais do que a maioria dos seus vizinhos de Begônia.

Era mais do que o suficiente pra saber que nenhuma informação do jornal vinha sem uma vírgula faltando ou com uma interjeição a mais.

— A senhora vai adorar isso. — Ele entregou uma sequência de fotografias.

Na primeira, seu filho estava na calçada de cabeça baixa, um gesto de reverência ao Baekho, irmão caçula do Imperador.

Na segunda, um homem havia o pego de refém, mas na terceira este homem já estava morto.

Na quarta fotografia, o irmão do Imperador, Baekho, estava com uma pistola apontada para a barriga do filho dela, o que a deixou totalmente perdida.

"Falta alguma coisa? Como... como ele pode ter agradecido ao resgate ameaçando o seu próprio policial?" — se perguntou.

Na quinta, Eiichiro já estava no chão, abraçando a barriga.

Mirydi não conseguiu segurar as lágrimas, mas eram de raiva e ainda faltavam duas fotografias.

Apertou todas, as amassando e apertando os olhos.

Passou para a penúltima foto com Baekho no banco de trás de um Rolls-Royce Silver Wraith branco e dourado, sem teto. Ele chorava inconsoladamente.

A última foto era da população parada vendo Eiichiro Kim morrer, sem poder fazer nada.

— Por que ele fez isso? — Perguntou dona Mirydi, soluçando aos prantos.

O homem tirou as fotos da mão dela e devolveu apenas a primeira imagem. Apontou para que reparasse na mão de Baekho, ela estava no bolso e dava pra ver a arma saindo.

Eiichiro não tinha o mesmo campo de visão da imagem e sua mãe não tinha reparado de primeira.

— Baekho foi lá pra matar o seu filho pessoalmente. Acredito que o sequestro relâmpago não era previsto, muito menos encenado. A cruz dos fatos é que Baekho terminou o trabalho que começou. Parece que sentiu remorso, mas fez o que fez.

— Sua proposta irrecusável, qual é? — sussurrou, chorando.

...

Kim Tae-hyung adora esculpir bonecos.

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