Alexis Monteigh é fotógrafa para uma coluna de relacionamentos, e depois de muitos anos trabalhando na indústria, ela sabe que a maioria dos casais são puramente uma fachada. Mas nada é como parece.
Eros é um cupido. Ele é o culpado pelo desastre qu...
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A luz que me cegou quando abri meus olhos não foi o que havia me acordado; nem a dor de cabeça palpitante que parecia amassar meu crânio em pequenos pedaços. Não. O que havia me acordado de meu sono profundo enquanto eu sonhava com um homem de olhos verdes era uma batida insistente e incômoda na porta que parecia querer tirar ela das braçadeiras.
Xingando tudo o que conseguia e muito mais, olhei a mim mesma no espelho para ter certeza de que eu estava decente, e tive a certeza de que um caminhão havia passado em cima de mim na noite anterior.
Meu rosto estava inchado e completamente marcado e amassado do travesseiro, e a maquiagem que antes era linda, agora se encontrava extremamente borrada e horrível em minhas bochechas e meus olhos. Mas o que mais me chamou atenção foi o ninho de pássaros que havia se formado no topo de minha cabeça. Meu vestido estava com o zíper até embaixo, como se eu tivesse começado a tirá-lo e então desistido no meio do caminho, parecendo ter perdido as forças, e meu sutiã bege estava completamente aparentem em lugares onde meu vestido não deixava muito para imaginação.
Tentei fazer com que eu parecesse ao menos apresentável, e mesmo ajeitando meu cabelo era completamente inútil no meio desse caos que eu me encontrava.
— Alexis! – a voz me minha mãe ressoou pelo quarto com e minha cabeça latejou mais uma vez.
Estava definitivamente cogitando se deveria abrir a porta ou voltar a dormir.
Derrotada, abri a porta e encarei minha mãe. Ela me 0lhou com olhar cheio de desapontamento. Mamãe estava puta, mas muito bem-vestida com um de seus vestidos de marca – um dos muitos que papai havia lhe dado em seu aniversário de casamento.
— Nossa, você está podre.
Revirei os olhos.
— Bom dia para você também mamãe. – respondi enquanto ela esbarrava em mim e entrava no quarto, sem falar mais nada.
Fechei a porta e arrumei as alças do vestido que insistiam em escorregar pro meu ombro, e sentei-me na ponta da cama bagunçada.
— Precisamos nos arrumar para o café da tarde com a sua irmã. Trouxe o básico de maquiagem para passar em você, mas nossa... talvez fosse melhor trazer a maleta milagrosa inteira...
Cocei o braço sem saber o que dizer, mamãe definitivamente deveria ter trazido a maleta milagrosa. Mamãe era maquiadora profissional e vivia cercada de atores e atrizes, pessoas muito ricas e influenciadores digitais, e ela nunca perdia a chance de enfiar maquiagem em mim, ou de fazer com que eu amasse todo aquele reboco tanto quanto ela.
Meu corpo estava pesado, e eu podia ouvir a cama me chamando, eu conseguia ouvir... Eu estava tão cansada quanto eu estava de ressaca. Minha mãe gritou mais uma vez meu nome, tentando chamar minha atenção, e eu cerrei meus dentes com força sentindo sangue na boca.
