NATÁLIAJá se passavam das 16h quando resolvi deixar Carol sozinha e vim para casa, não que eu quisesse ou estivesse satisfeita em ficar longe dela, mas sim porque ela inventou de dar uma faxina no apartamento e eu sou péssima com faxinas, senti no fundo do meu coração que mais estava atrapalhando do que ajudando quando resolvi jogar o restante do almoço no vazo sanitário.
Desde o nascimento do meu sobrinho, no caso o filho do Pedro que não é filho do Pedro mas é sim meu sobrinho, eu resolvi me mudar, morar numa casa onde ás 3:00 da manhã seu sono é interrompido pelos berros de um bebê não é tão legal quanto eu pensei que seria. Então o que eu fiz? Comprei uma casa bem longe daquele serzinho barulhento, inclusive minha casa hoje é um dos meus lugares preferidos do mundo todo, é espaçosa, tem meu estilo, uma varanda com vista linda pra cidade, uma piscina e um jardim, simplesmente como sempre sonhei.
Depois de tirar minhas roupas e tomar um banho rápido, fiquei de roupão mesmo já que; EU ESTOU EM CASA. Peguei uma tela branca que há dias estava guardada esperando um momento de inspiração minha e levei para a varanda onde estava o cavalete, o sol que já estava se pondo refletia sobre a tela branca e a única coisa que eu conseguia imaginar preenchendo aquele vazio era os olhos de Carol.
Carolina com certeza despertava em mim mais criatividade e mudava meu olhar sobre as coisas, talvez por isso minhas melhores fotografias envolviam ela. Era fácil para mim preencher qualquer quadro em branco ao lembrar dela, Carol é repleta de tantos detalhes, tantos traços, tantas cores delicadas e sutis que eu poderia facilmente passar horas pintando sua imagem de diferente formas.
Peguei algumas tintas e enchi minha taça de vinho, com o pincel fui recriando a imagem de Carolina destacando ainda mais seu sorriso e seus lindos olhos verdes, aqueles olhos que me deixavam desnorteadas. Os minutos foram passando e eu nem se quer percebi por estar focada no quadro a minha frente, que inclusive estava perfeito, quando dei por mim já era noite.
Estava tão concentrada naquilo que eu estava fazendo que me assustei quando ouvi meu celular alarmar, o que foi estranho já que eu não lembro de ter colocado alarme nenhum, quando fui desligar vi no visor que aquele alarme era me lembrando de ir para uma exposição na qual fui convidada. Eu particularmente não fazia muita questão de ir, mas como Adriana disse que era bom eu ir nas exposições de outras pessoas já que na cabeça dela estou famosa como fotógrafa, então acatei sua ideia, embora lidar com pessoas não fosse meu forte.
Sem pensar duas vezes disquei o número de Carol, agora eu não precisava mais ir para lugares assim sozinha.
– Alô? Natália? - sua voz saiu receosa
– Oi meu bem!- sorri – Não tem mais meu número salvo não é?
– Tenho né mas você não me liga a tanto tempo que pareceu estranho
– Pois agora vou te ligar todo dia então!- dei de ombros e pude imaginar sua cara – Você vai sair? Queria que você fosse em uma exposição comigo, eu nem lembrava mais que havia sido convidada, só vim lembrar agora porque meu celular alarmou
– Vou sim amor, mas quando é?
– Agora! Ou melhor dizendo, daqui a uma hora
– JÁ? - questionou surpresa – Mas eu ainda estou toda desarrumada
– Não tem problema eu também não estou pronta, você se arruma aí e eu aqui, em 40 minutos passo na sua casa pra te pegar, pode ser?
– Claro! Tudo bem então!
Em menos de 30 minutos consegui me arrumar, não que eu tenha feito uma boa produção mas estava apresentável, uma maquiagem básica, cabelos soltos, um vestido azul soltinho e meu amado par de botas.
Dirigi rapidamente para casa de Carol ao som de Maria Bethânia, quando cheguei frente ao prédio lhe mandei mensagem para que descesse, em poucos minutos vi seu corpo se movimentando em minha direção. Carolina estava linda, vestia uma calça preta que desenhava ainda mais suas curvas, blusa também preta e uma jaqueta de couro.
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REENCONTROS
Romance"Alguns amores nunca morrem, apenas se apagam por um tempo" "Ela foi embora! Me declarar para Carol, falar o quanto eu a amo foi inútil, foi perca de tempo. Foi na manhã de uma segunda qualquer que eu vi a mulher da minha vida ir embora sem olhar pa...