Esposa de mentirinha - Valu

004- Shopping Center

Não sei o que eu tenho com essa fanfic que eu só atualizo ela quando estou a caminho da faculdade, quando estou na faculdade ou quando tô voltando da faculdade. Raras vezes é fora desse padrão. O capítulo de hoje está maiorzinho mas é importante para o desenvolvimento da história. Espero que vocês gostem. Quaisquer atualizações eu farei depois, então me perdoem se algo tiver fora de ordem. 

[Valentina B. Albuquerque]

Olhei para Luiza com ternura, agradecendo silenciosamente por tê-la em minha vida. 

—Você é incrível, Luiza Campos. E eu não trocaria nossas loucuras por nada nesse mundo..

Era verdade. Luiza era incrível e eu jamais iria querer perder sua amizade. Eu nunca fui assim antes, não interessa o quão clichê essa frase possa soar. Luiza e eu nos conhecemos há muitos anos, eu vi seu casamento se desenrolar, vi seu filho nascer, dar os primeiros passinhos e aprender a falar, mesmo que não de muito perto, pois sua esposa– agora ex – nunca me deixou aproximar dele. Não foi de todo ruim, visto que não me dou muito bem com crianças, mas eu gostaria de ter estado mais presente na vida da minha Lu durante esses momentos. Vi seu processo de divórcio, vi ela se reerguer das cinzas. Vi nossa reaproximação.

Nossa amizade sempre foi assim, estranha. Tão estranha quanto nós. Vi Luiza entrar e sair da vida estudantil acadêmica como uma advogada exemplar. Não havia algo na minha amiga que eu não admirasse. Luiza Campos Reis era aquela mulher que me arrancava as verdades sem fazer o menor esforço. A única mulher para a qual eu nunca tive coragem de mentir, a única mulher pela qual eu de fato fiz o meu melhor. A única mulher que ficou por tanto tempo na minha vida depois do meu “divórcio” antes mesmo do casamento ter acontecido.  

Surreal, INEXPLICÁVEL.  Eu não gostava de admitir, afinal de contas, nunca fui uma pessoa possessiva com absolutamente nada. Mas com Luiza era diferente. Eu sentia ciúmes e por mais que tentasse negar, até para mim, se ela me olhasse com seus olhos castanhos persuasivos e fizesse aquela carinha de confusão misturada com curiosidade que só ela sabe fazer… sim, eu iria admitir igualzinho fiz a cinco minutos atrás. Eu tenho ciúmes de Luiza Campos e ela é a única mulher que pode me fazer sentir assim ou me permitir admitir um sentimento do tipo em meus adentros.

— Fazer o que né. – Resmungou. — Eu sou inesquecível. Irresistível.

— Você é.– me vi admitir baixinho, com esperança que ela não me ouvisse. — Não quero perder isso que construímos ao longo desses anos. 

Ela me olhou de soslaio e revirou os olhos castanhos, implicando comigo. 

—Você já me perdeu de certa forma, afinal, estamos nos encaminhando para um divórcio, não é mesmo?–  provocou, sorrindo travessa. Fingi de imediato  uma expressão de choque, antes de soltar uma risada, entrando no seu jogo bobo. 

—Ah, Lu, você sabe que pretendo voltar atrás nessa decisão?– brinquei ao tocar sua coxa por cima da legging que usava. —Não posso perder uma esposa tão incrível como você.– Falei, tentando descontrair o clima. Luiza continuou provocando, entre risadas. 

—Pode esquecer, Val. Uma vez que se livrar de mim, vai perceber que não vai conseguir encontrar ninguém melhor.– disse ela, convencida. Me fiz indignada antes de rir junto com minha amiga. 

—Bem, então se não tem jeito, – suspirei falsamente triste. — acho que vamos ter que jantar juntas para discutir os detalhes desse plano de nos passarmos por ex-mulheres, não é mesmo?

—Com certeza. Acho que vai ser interessante ver até onde conseguimos levar essa farsa. – disse ela, e eu já estava imaginando as possibilidades.Com isso, seguimos em frente, não antes de uma última provocação da minha parte.