005 - Obstáculo: Giovanna

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Não espero menos que surto coletivo para esse capítulo hein.
Como foi em quase todos os outros escrevi esse a caminho da faculdade. Não sei porque, estar quase morto de sono com os dedos das mãos congelando pelo ar condicionado do ônibus sempre me proporciona criatividade. 🤡

Boa leitura meu povo. 💕

005 Obstáculo: Giovanna 

[Luiza Campos Reis]

Meu mundo estava de pernas para o ar. Simplesmente. Falar com Valentina ou simplesmente respirar o mesmo ar que ela estava sendo motivo suficiente para me fazer entender como um preso é capaz de cavar um túnel dentro de um sistema penitenciário com uma colher. 

Encarei seu reflexo no espelho e suspirei audivelmente. “Eu seria capaz de assassinar alguém se ela chegasse mais perto”. 
O sorriso ladino brincava em seus lábios quando tocou em meu ombro me fazendo estremecer. 

— Não chega mais perto. – Falei tudo de uma vez e pausadamente causando nela uma atitude instintiva de afastamento. Seus olhos se arregalaram por meio segundo e o sorriso que adornava seus lábios cresceu no próximo instante. — Se você disser que eu fico linda brava eu te juro que eu pego o facão no balcão da cozinha e não penso duas vezes antes de te esfaquear.– Resmunguei pousando as mãos sobre a pia de mármore. 

Ela arqueou uma sobrancelha do jeito que me irrita, mas não disse nada. Ergueu as mãos em sinal de rendição como quem clama por paz e deu dois passos para trás. Seus olhos pareciam tentar decorar cada uma das minhas reações e sobre meus ombros eu parecia levar o peso do mundo. Ainda com uma Valentina muda ao meu lado abri a torneira da pia do banheiro e lavei as mãos jogando um pouco de água no rosto logo em seguida. 

— Porra, puta que pariu, vai se foder! –  soquei o ar. Ela me fitou incrédula através de minha imagem refletida e eu soube que um comentário seu não iria passar batido. 

— Olha só, você xinga.–Debochou. 

— Eu te avisei.– Foi rápido. Me virei na força do ódio imobilizando ela com facilidade por nossa notável diferença de altura. 

Valentina resmungou quando sua cara bateu na parede ao lado oposto do grande espelho e seu corpo inteiro ficou disponível para mim de modo que eu pudesse fazer o que quisesse com ela rendida da forma que estava.  Bufei, soltando uma lufada de ar quente sobre seu pescoço e ela estremeceu tentando soltar seus pulsos de minhas mãos. Eu gostei disso. Valentina resmungou uma coisa que eu não entendi muito bem e mordeu as bochechas por dentro, travando o maxilar logo em seguida. 

— Porra uma hora eu vou me tornar uma assassina por sua culpa! – Reclamei, pressionando mais meu peso sobre o corpo sensível e dominado dela. 

— Você tem essa mesma pegada na cama? – me provocou. — Talvez eu goste. 

—Chata! – Apertei mais seus pulsos antes de afrouxar o agarre, tentando disfarçar o quanto aquele jogo de palavras me atingiu. 

Valentina se virou. Seus olhos verdes atingindo uma nova coloração. Suas bochechas rubras e os lábios pincelados com a própria saliva, brilhando avermelhados pelo vinho que nós tomamos recentemente. “céus, eu poderia beijá-la.” mas então me lembrei do que ocorreu a menos de vinte minutos atrás.

<•>[ anteriormente]

Após sair do shopping Valentina e eu nos direcionamos para sua casa, onde ela deixou o carro sob o comando de um de seus empregados e me conduziu até a sala de jantar. Entre planejamentos e organização para a conclusão de nossa mentira nós ríamos e implicávamos uma com a outra. Conversa vai conversa vem, taças e mais taças de vinho, entramos no mérito da minha vida pessoal.

Esposa de mentirinha - Valu Onde histórias criam vida. Descubra agora