Capítulo 8 - Incêndio 🔞🔥

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Ouço meu telefone tocar e ignoro mais uma vez sua ligação. Cillian me ligou diariamente no mínimo cinco vezes durante os últimos dias, (e tocou minha campainha um par de vezes também) em tentativas vãs de retomar um contato. Minha decepção é tão grande que ainda não consegui falar com ele. Não bastasse a situação terrível que já havia se revelado através de sua ex, ele piorou tudo se descontrolando e falando coisas que provavelmente não acreditava ser verdade.

Bom, pelo menos é o que eu acho. Que ele está ligando para se desculpar. Mas nada impede dele estar ligando para me dar outra dura e dizer que desperdicei seu tempo e me meti onde não devia. De qualquer maneira, ainda não estou pronta para nenhuma dessas conversas.

Tomo um banho gelado para recarregar minhas energias e conseguir aguentar o resto do dia acordada. Decido fazer algo na cidade e me distrair, os últimos dias passados dentro de casa não foram bons para mim. Decido visitar o Cork City Gaol, um antigo presídio que agora funciona como museu, um exemplo vivo da história penal da Irlanda.

Chegando lá minha mente esquece das intrigas da semana anterior. O local consiste em uma fascinante mistura de história e arquitetura e prende totalmente minha atenção. É impossível não imaginar as histórias das pessoas que estiveram lá. Vou pouco a pouco explorando esse passado do país que agora chamo de lar e nem vejo o tempo passar.

Depois de esgotar as possibilidades dentro do prédio, vou até as muralhas do City Gaol. Chegando lá, fico maravilhada com as vistas panorâmicas da cidade, é sensacional. Respiro o ar gelado e deixo ele encher meus pulmões. Meu corpo treme e tiro meu casaco da bolsa, estava esfriando.

Minha barriga ronca e percebo que ainda não comi hoje, já está na hora do almoço. Lembro de ouvir uma recomendação do ensopado quentinho do The Oliver Plunkett, eles são famosos pela comida, bebida e música ao vivo. Apesar de não ficar tão perto da onde estou, dá para ir.

Chegando lá, entro no recinto e logo me dirijo para uma cadeira vazia no canto onde não seria incomodada. Peço um stew ao garçom e mexo no celular enquanto aguardo.

— Esther? Podemos conversar? — levo um susto com uma voz masculina chamando meu nome.

Quando levanto meu olhar procurando de onde ela veio, logo me acalmo, era apenas Cillian.

— Desculpa te incomodar, sei que provavelmente você não quer falar comigo, mas... eu preciso me explicar.

Ótimo. Era a primeira das opções de conversa que eu imaginei.

— Posso sentar ou você vai começar a atender minhas ligações?

— Senta vai. Vamos acabar logo com isso — nem começamos e já perdi a paciência.

— Ok... Primeiro queria pedir desculpa sobre o modo que falei com você na noite da festa — ele começa falando em um tom baixo e com a testa franzida — Não tem justificativa. Eu já estava estressado pela conversa com Yvonne e quando percebi que ela conversou com você antes de mim, perdi a cabeça. Desculpa mesmo, isso jamais vai acontecer de novo.

— Uma coisa você tem razão, realmente não tem justificativa... — retruco meio brava, mas já amolecendo pois suas desculpas parecem sinceras — Eu te desculpo, mas não vou esquecer disso tão cedo. Acho que voltamos para a estaca zero, primeiro degrau.

— Eu subo essa escada quantas vezes for preciso, você é boa demais para desistir tão fácil, perfeita demais pra mim — ele estende a mão em cima da mesa até alcançar a minha e a aperta forte — Temos muito em comum.

— Mais do que você imagina... — sussuro.

— O que? — ele pergunta.

— Eu... — meu coração acelera e não tenho certeza se devo me abrir com ele ou não — É que... — hesito — Senti sua falta.

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⏰ Última atualização: Apr 21 ⏰

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No Limite da Tentação - Cillian MurphyOnde histórias criam vida. Descubra agora