CAPÍTULO 12

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Winter city
Pollo narrando:

Um dia eu acho que vou conseguir não sentir nada por ele.

Eu espero muito que esse dia chegue logo.

Eu não gosto de gostar do Caio.

É frustrante, me machuca.

E o pior de tudo é que não tem o que fazer.

Não é culpa dele.

Ele nem sonha, que eu gosto dele desde sempre.

Eu achei que naquela noite, a gente tinha finalmente se conectado amorosamente falando.

Foi a melhor noite da minha vida.

Eu ainda penso naquele momento.

Mas foi só uma ilusão da minha cabeça.

Vamos ser sinceros, o Caio só tava com tesão, e eu era a única pessoa ali, não significou nada.

Como eu sei disso?

Pelo jeito que as coisas estão entre nós.

Ele fala comigo raramente, e quando fala é como se nada tivesse rolado.

Continua pegando geral na cidade, até mesmo comigo perto.

Então infelizmente eu preciso acordar do sonho, que eu criei na minha cabeça, de que ele seria o cara que eu dividiria a vida.

Mas eu preciso acorda para minha realidade, eu tenho que focar em me encontrar .

Eu tô perdido nessa cidade.

Desde que voltei, eu não me sinto em casa, isso é estranho, sendo que eu cresci aqui.

Eu ainda não consegui um emprego.

Porque é tão difícil ser adulto nessa cidade?

Eu tô frustrado .

Achei que voltando pra casa seria diferente, mas na verdade, tá confuso.

Estou concentrado no meu notebook, vendo alguns cursos, especializações em área de design, pra talvez encontrar algo pra ocupar a cabeça.

O fato de eu não ter conseguido um estágio na Itália, me atormenta o tempo inteiro.

Tem várias vozes na minha cabeça gritando que eu não sou bom o suficiente.

Eu passo a mão no rosto meio estressado.

Quando escuto:

- Você tá péssimo sabia?

Olho em direção da voz e vejo o Caio se sentando na minha frente..

Eu digo:

- Eu tô ótimo Caio.

Ele me observa em silêncio.

Eu digo:

- O que quer?

Ele diz:

- Você anda me ignorando agora, o que tá pegando?

Eu digo:

- Não tem nada "pegando" Caio, eu só estou ocupado com outras coisas mais importantes.

Caio questiona:

- Então você tem algo mais importante que eu?

Eu o encaro mexido.... E logo digo:

- Tem, eu.

ATRAVÉS DOS SEUS OLHOSOnde histórias criam vida. Descubra agora