Welcome back, Jungwoo

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— Alguém veio aqui ontem?

— Quem viria?

— O seu namorado, talvez.

— Taeyong? Puft, eu e ele...

E mais uma vez ele estava lá. Desta vez, próximo a Kim Doyoung, com os lábios rente à orelha direita do irmão mais velho de Jungwoo. Pelo movimento da boca, ele lhe dizia algo, e, pela proximidade que o Kim mais novo estava dos dois, ele entendeu perfeitamente.

"Nós não namoramos, Woo. Mas não se preocupe com isso, vamos logo jantar, sim?" O homem sussurrou.

— Nós não namoramos, Woo. Mas não se preocupe com isso, vamos logo jantar, sim? — Kim Doyoung replicou, mudando a expressão de desentendimento para uma brincalhona.

Ele bagunçou os cabelos do irmão, chamando-o para irem até a sala de jantar para comerem.

Jungwoo não soube em que momento exato o homem misterioso sumiu, mas ele sempre sumia. Ditava seu roteiro como um ótimo diretor, assistia sua peça acontecer conforme o planejado, e sumia.

O restante do sonho se sucedia da mesma maneira que ocorrera pela primeira vez, repetindo cenas do dia anterior. Vivia, dormia, e sonhava com o que vivera. Mas, em seus sonhos, havia esse homem desconhecido. A figura era marcante, exuberante por si só, no entanto, o mais curioso era o que fazia, como se todo o dia de Jungwoo fosse planejado, plenamente arquitetado por ele.

Quem era ele? Jungwoo queria saber. A cada noite que se passava, sua curiosidade junto à ansiedade cresciam.

Quem é ele?




Neoville, 2049. 

Jungwoo.

Não era a primeira vez que sonhava dessa forma. Nem tampouco a primeira vez que sonhara. Após uma semana tendo esse tipo de "anomalia", Jungwoo decidiu contar ao irmão mais velho, com quem dividia a casa desde que se lembrava. Doyoung era compreensivo e dava conselhos bons na maior parte das vezes. Só era um homem difícil de admitir certas coisas. Certas emoções, sentimentos. Nisso, Jungwoo ganhava dele. Não era uma competição, de qualquer forma. A questão foi o espanto – uma emoção que Doyoung nunca falhava em mostrar – do mais velho ao ouvi-lo. Eles não "simplesmente sonhavam". Isso não existia. Não ali. Jungwoo nunca ouviu alguém compartilhar um sonho consigo ou sequer falar sobre, mas era como se todos fossem cientes do que era um sonho e de que não era normal tê-los.

Seu irmão ficou tão preocupado com o fato que Jungwoo nem hesitou em esconder a presença do controlador misterioso que marcava presença em todos os seus sonhos. Se Doyoung poderia esconder seu relacionamento com Lee Taeyong, um amigo do Kim que aparecia na casa deles de repente por motivos nem um pouco convincentes – e que dava várias desculpas para ficar a sós com o mais baixo dos irmãos, só para ressaltar. Ele parecia alguém legal. Jungwoo gostava de sua presença, e também gostava do que ele sentia – secretamente, ou nem tanto assim – por seu irmão.

— Woo! — Foi interrompido de seus próprios devaneios pelo Young, que olhava sério para si. Talvez um pouco preocupado, também. Já não bastava um irmão sonhador noturno, ele ainda iria sonhar durante o dia? — Estou falando com você, sabia?

— A-ah, oi. Estou ouvindo, pode falar. — Voltou seu olhar para o irmão, envergonhado.

Soltou um "culpa sua, seu... seu..." para o homem misterioso em sua cabeça. A verdade era que Jungwoo não era de xingar, e pessoas atraentes como aquele homem faziam o Kim ignorar seus defeitos por certo tempo.

Real Deal | jaewooOnde histórias criam vida. Descubra agora