Capítulo 4

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N/A: Fiquei sabendo (maratonei minha timeline inteira assim que acordei) que teve beijo Pitanda pós final do BBB, além de elas assumindo em rede nacional que são uma família. Meu deus, que delícia ser caprichete.

Curiosamente e sem ter sido intencional, trago um capítulo que pode ou não estar combinando com os mimos reais de pitanda. Vão ter de ler pra descobrir.

Espero que gostem!

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Pitel e Fernanda se conheceram pela primeira vez quando seus pais fizeram uma novela juntos. Ambas tinham onze anos na época e se conectaram instantaneamente, como um encontro de almas destinado a acontecer.

Só cinco anos depois foi que Pitel percebeu que tinha sido amor à primeira vista.

Que as borboletas que sentia no estômago só de pensar em sua melhor amiga não eram normais. Que aquela crescente vontade de beijá-la não era apenas algo que todo mundo sentia pela melhor amiga. Que a ideia de estar sem ela a fazia sentir perdida e isso não era apenas um sentimento comum.

Quando tinham dezesseis anos e estavam sentadas no gramado ao fundo da casa de férias do pai de Fernanda, em Petrópolis, Fernanda traçando as constelações com o dedo e contando a Pitel todos os seus nomes e histórias, Pitel soube naquele momento. Ela poderia ficar lá para sempre na noite fresca de verão, ouvindo a voz de Fernanda e segurando a mão de Fernanda e observando como seus olhos se iluminavam quando ela contava em detalhes a história do filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" sobre a cena que o casal principal estava na mesma posição que elas se encontravam naquele momento; deitados no chão e mapeando estrelas. Assim como no filme, Fernanda dizia não se lembrar bem dos nomes e que poderia estar dizendo algo errado, que sua narração não estava perfeita.

Mas era. E ela era. Ela era perfeita, e Pitel sabia.

E ela tinha dezesseis anos e Fernanda era sua melhor amiga, então naturalmente isso a assustava pra caramba.

Só aos dezessete, quando acabara de ser arrasada por um término de namoro complicado que Fernanda escapou de sua casa (onde estava de castigo por fumar) com uma caixa de bebidas alcoólicas (que havia roubado de seu pai) e entrou escondida na casa de Pitel à uma da manhã apenas para fazê-la parar de chorar, foi que Pitel trouxe o assunto que a tomava à tona.

Elas estavam bêbadas pela primeira vez, enroladas em uma cabana de cobertores que Fernanda havia feito às pressas com lençóis e uma cadeira de escritório e que se apoiava em parte na cabeceira da cama de Pitel, foi que Pitel finalmente parou de chorar. Ela não mencionou o fato de que sua namorada havia terminado com ela porque era óbvio que ela tinha sentimentos por Fernanda. Ela apenas disse que tinham terminado e isso foi o suficiente para Fernanda furar os pneus do carro da garota e vir correndo para o resgate de Pitel.

"Você já pensou sobre isso?", Pitel perguntou baixinho, olhando para Fernanda de onde sua cabeça estava repousando em seu estômago. Sua voz estava baixa e rouca de chorar e suas palavras eram um pouco suaves devido à bebida. "De ficarmos juntas? Você e eu?"

Fernanda ficou tensa. Pitel podia sentir que ela estava prendendo a respiração. O silêncio era pesado e ensurdecedor e só isso já fazia a cabeça de Pitel doer.

"Eu...já pensei sim", Fernanda admitiu após um tempo dolorosamente longo.

"Você...", Pitel começou com certo esforço. Ela fungou e desviou o olhar, esfregando o nariz de forma automática com as costas da mão. "Você não gosta de mim desse jeito." Não havia sido uma pergunta.

Fernanda ficou em silêncio novamente e Pitel arriscou olhar para ela. Seus olhos estavam fechados firmemente e sua mandíbula estava tão apertada que os músculos em seu pescoço estavam tensos. Ela inspirou de forma trêmula, de uma forma que Pitel sentiu mais do que ouviu.

Amanhã, outro diaOnde histórias criam vida. Descubra agora