Capítulo 10

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N/A: Adicionando à nota anterior, gostaria de dizer que não é porque não escrevo nada explícito que eu não goste de fazer alusões e deixar o resto com a imaginação fértil de vocês (se é que me entendem). Dito isso, no capítulo de hoje podem usá-la à vontade agora que voltamos ao presente delas ;)

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Fernanda tinha vinte e quatro anos quando descobriu que Pitel era o melhor sexo que ela já tinha experienciado na vida.

Ela fez essa descoberta muito mais cedo do que esperava, porque assim que passaram pela porta do apartamento, Pitel a prendeu contra ela e a desfez inteira apenas com os lábios em seu pescoço e a mão entre suas pernas.

Ela nunca tinha realmente pensado em Pitel no contexto do sexo antes. Estava tão apaixonada por ela que a ideia de dormir com ela nem importava. Claro, ela sentia atração física por ela; a mulher era linda, com um corpo escultural de curvas a perder de vista, então, logicamente que havia pensado nisso de forma abstrata antes. Pensou em como Pitel ficaria em sua cama, os olhos relaxados e a pele corada depois de terem feito amor.

O que não esperava era que Pitel a pressionasse contra a parede no topo dos degraus minutos depois de tê-la feito chegar ao seu ápice ali mesmo na porta de entrada, aparentemente muito impaciente para esperar chegarem até o quarto.

Mas não era muito o que Fernanda conseguia raciocinar naquele momento quando tinha Pitel de joelhos, olhando para ela e sussurrando entre suas pernas que não conseguia passar mais um segundo sequer sem ouvir os sons que Fernanda tinha feito quando se desfez minutos antes. Era um misto de calor e umidade sendo trocados entre lábios. Entre lábios. A cada lufada de ar que saía, um outro sentimento entrava e a expandia junto dos dedos de Pitel que a explorava. E ela sentia que poderia explodir ali mesmo. Se o mundo se acabasse naquele instante, seria naquele êxtase que ela partiria.

Foi um pouco difícil subir aqueles poucos degraus depois disso. Mas ela conseguiu, e quando chegaram à sua cama, Fernanda retribuiu o favor. Ambos os favores. E mais alguns.

E foi assim que ela aprendeu que Pitel era impaciente quando se tratava de sexo.

Ela também era barulhenta, gemia e soluçava e arfava diversas combinações de 'Fernanda' e 'por favor' e um vocabulário rico e extenso de palavrões. Mais até que o de Fernanda. E Pitel mordiscava. A impaciência e os sons não foram tão surpreendentes, mas a mordida foi. E caralho, como aquilo a excitava.

Por outro lado, Fernanda era a que sempre preferiu as coisas rápidas; não tinha tempo a perder, ela só queria um escape, algo rápido que a fizesse esquecer da vida por um momento. Mas com Pitel era diferente. Com Pitel, ela queria ir devagar. Como um servo que venera sua divindade, ela queria tomar seu tempo explorando cada pedaço daquela imagem. Ela queria que durasse e as horas congelassem. Ela queria que Pitel sentisse tudo tão profundamente quanto desse e aproveitasse aquilo o máximo possível. E, julgando pelo constante aumento do tom de voz de Pitel, ela conseguiu exatamente o que queria.

Pitel também aprendeu muito naquela noite. O mais importante, é claro, foi que ela finalmente descobriu, após treze longos anos, exatamente onde Fernanda era sensível.

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Fernanda acordou antes de Pitel várias horas depois de terem voltado a dormir após a ligação de seu pai. Pitel sempre teve a tendência de se enroscar ao lado de Fernanda quando compartilhavam a cama, mas isso agora era diferente.

Era muito mais. Mais pele, mais contato, mais amor. Deus, era tanto amor que a transbordava. Pitel estava pressionada contra Fernanda desde os quadris até o coração, seus braços envolvendo firmemente sua cintura e suas pernas enroladas juntas, os pés aquecendo uma à outra. A cabeça de Pitel ainda estava enfiada sob o queixo de Fernanda, sua respiração era lenta e regular contra as clavículas de Fernanda. Era impossível saber onde uma começava e a outra terminava. Um ouroboros de felicidade e contentamento.

Amanhã, outro diaOnde histórias criam vida. Descubra agora