Revelações Sombrias

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Owain caminha em direção ao pier, onde seu navio aguarda silenciosamente. O tumulto emocional do encontro com Ascot ainda ecoa em sua mente, mas ele mantém uma expressão firme. Enquanto se aproxima do pier, ele observa atentamente seu barco à distância, suas velas balançando suavemente ao vento marítimo. O murmúrio das ondas contra o casco do navio ecoa em seus ouvidos, trazendo uma sensação de familiaridade reconfortante.
Ao chegar ao pier, Owain sobe a bordo, cumprimentando os membros de sua tripulação que passam por ele. Seu olhar varre o convés, verificando o estado do navio e o trabalho da equipe. 
Owain anda ali pelo convés de seu navio. Seus olhos varrem o convés, observando cada detalhe e interagindo com os membros de sua tripulação enquanto passa por eles.
Uma serpente de água chega ali perto do Owain e entrega uma carta ali para ele e então a pequena serpente sai do navio e entra na água do mar, se mesclando nas águas.
Com um aceno de gratidão à serpente de água mensageira, Owain recebe a carta com o nome de Ascot no destinatário. Ele observa a delicadeza do animal enquanto este desliza graciosa sobre a superfície da água, entregando a mensagem com precisão. Owain guarda a carta no bolso e se dirige rapidamente ao quarto de Ascot.
----------------------------------------------Quarto-da-Ascot----------------------------------------------
Ascot chegando em seu quarto, ela começa a revirar sua estante de livros em busca de algo. — "Vejamos, acho que estava porque aqui." Ela pensa e não demora muito para encontrar o que buscava, um livro chamado. "Manual de tortura moderna". Depois de pegar um caixote que estava embaixo de sua cama, ela abre seu roupeiro e lá se encontra a porta de sombras da qual ela havia saído.

"Sempre quis saber o quão prático eram as instruções desse livro." Ela começa cantarolar animada e adentra a porta dentro do roupeiro. Assim que ela entra, ela fecha ambas as portas, tanto a do roupeiro quanto a das sombras. Ela coloca o caixote no chão e se senta sob ele. "Bem, não deve levar muito tempo agora..." Enquanto espera a porta para aquela semipleno se fechar, ela brinca fazendo pequenas ilusões de Owain sob as paredes invisíveis que cercam aquele lugar.

Owain dá dois toques no quarto da Ascot. Enquanto ele espera ali pela Ascot, ele termina de amarrar seu próprio cabelo, deixando-o em um estilo de coque. 

Ascot encara friamente seu próprio reflexo em uma adaga que tirou do caixote. A indiferença mórbida de seu próprio reflexo a faz se sentir estranhamente bem. Os minutos se passam lentamente e a cada instante ela está mais perto de um deleite sanguinário, que só de imaginar, um arrepio suave percorre sua espinha.
Ela olha para a adaga e um sorriso sádico se forma em sua face. "Apenas mais alguns minutos para começarmos a brincar..." Não dura muito e ela volta a encarar seu reflexo na adaga.
Faltando apenas uns 12 minutos para a porta se fechar, Ascot ouve alguém batendo na porta de seu quarto no destino nebuloso. Ela se levanta e sai novamente para fora, antes que a mulher pudesse a seguir para fora também, ela a tranca lá. "Quem pode ser agora... Mais um invasor? Não, não teve mais nenhum alarme acionado, mas na dúvida..." Ela pensa e então encara momentaneamente sua espada embainhada antes de efetivamente decidir sacá-la por precaução.
Ascot se aproximando da porta, ela pergunta.
"Quem está aí?" Sua voz soa áspera e cautelosa.
"Sou eu, Owain", responde ele, sua voz ecoando pelo corredor com um toque de preocupação. "Posso entrar?"
"Alguém mandou uma carta para você e eu estou com ela em mãos. Tinha uma espécie de serpente de água, deve ser carta da Scarlet", diz Owain, entregando a carta que estava em seu bolso e olhando para o símbolo que estava nela.

"Owai- digo, capitão?!" Ascot fica nervosa, corre até um espelho onde fica se examinando. "Espere um momento, capitão, já abro." Ela conjura uma magia que aprimora sua velocidade e sai correndo de um lado para o outro, começando a se vestir e se arrumar, colocando sua melhor roupa, lavando seu rosto e penteando seu cabelo. Após alguns poucos minutos, ela abre a porta para ele, mas ainda em posse de sua espada.

"Como vai, 'As'?" Owain olha para ela de cima para baixo, analisando as roupas que ela está vestindo e afins. "Vai sair?" Owain pergunta isso estando apenas com calça e um chinelo. "Acho que a Scarlet mandou uma carta para você." Owain entrega a carta para Ascot.Owain diz isto após ter ficado praticamente de boca aberta e até levemente corado só pelo jeito que ela está nesse momento.

Ascot mantém uma postura retraída, segurando o braço esquerdo e mantendo um olhar oscilante entre Owain e o chão. "N-não, eu não vou, por que perguntou?" Ela pergunta com alguma ansiedade.
Assim que Scarlet é mencionada, sua alegria murcha radicalmente, como uma flor abandonada no deserto. "Ah? Carta? Para mim? Não sei se quero ler..." Ela começa a relembrar seu último encontro com Scarlet. "Mas antes para mim do que para você..." Ela deixa um pensamento vazar em forma de resmungo.
Owain observa atentamente a reação de Ascot, notando sua postura retraída e ansiosa. Ele decide abordar o assunto de sua forma, escolhendo suas palavras com cuidado."Entendo que esteja se sentindo assim, Ascot", responde ele, mantendo um tom suave e compreensivo. "Mas, acredite em mim, pode ser importante. Scarlet não é uma ameaça para você. Certo?"
Ele se aproxima um pouco mais, colocando a sua mão esquerda do lado da porta, ficando com ele passando ali por cima do ombro esquerdo dela. "E, se algo a preocupa na carta, estou aqui para ajudar. Você não está sozinha, Ascot." Owain coloca a sua mão direta, levando ela ao lado de seu rosto e acariciando, enquanto isso, ele dá um sorriso afetuoso para ela.
O coração de Ascot acelera e ela fica paralisada por um tempo, quando sente que estava prestes a explodir. Ela dá um leve empurrão nele e se afasta. "Você... Tá muito perto..." Ela fala fracamente, como se tivesse tido a força de sua voz drenada. Então esconde o rosto envergonhado olhando para o lado oposto.
Owain olha para ela depois dessa reação e ele fica um tanto quanto confuso do porque de ter sido empurrado levemente, lembrando da última interação dele com ela, isso não faz sentido. Ele pergunta para ela com uma feição de confusão: "Não foi exatamente o que você disse há um tempinho atrás... isso me deixa confuso."
Ele olha para o lado, coçando a nuca para aliviar a explosão de sentimentos e pensamentos que borbulham em sua mente, e lembranças que foram arremessadas em sua face. (Por que isso aconteceu logo agora? Eu tenho certeza que tinha subido um degrau na relação, agora do nada acontece isso? Tem muita coisa que vou precisar aprender sobre relações ainda.)

"Tá, tá, eu vou ver o que ela quer, mas..." Ela fala quase como se estivesse gritando, então dá uma pausa repentina, mudando completamente o tom, indo de uma leoa feroz para uma gatinha recém-nascida. "Eu não quero você perto dela, ela é irritante..."
 Owain volta do mundo em que ele tinha se jogado de cabeça e volta a falar. "Não precisa se preocupar, não vou ficar perto dela se é isso que te preocupa tanto." Owain dá um joinha na direção da Ascot após olhar nos olhos dela para garantir que passou a mensagem de maneira correta.
Ascot olha para ele igualmente confusa. "Eu disse o quê?" Ela fica um tanto reflexiva, tentando lembrar o que teria dito, mas depois de pensar um tempo ela desiste e começa a ler a carta.
-----------------Carta-----------------"Olá, Ascot, notei recentemente que você não estava tendo muito progresso com suas emoções. Então decidi dar um empurrãozinho, espero que não fique brava com um pequeno roubo".Ass. Seu ajudante secretoOBS. Não deixe o Owain ver essa carta, perde um pouco da graça."-----------Fim-da-Carta-----------
"Não foi exatamente o que você disse" Owain olha para ela pensativo após ter ficado um bocado mais confuso, não resistindo por fazer um leve sorriso de canto. Após isso, ele continua falando. "Foi o que você fez... A gente meio que se beijou." Owain olha para Ascot e meio cabisbaixo, pensando se o beijo foi tão ruim assim.
O olhar da Ascot se esvazia, a expressão se torna indiferente, como se estivesse possuída. Ela se aproxima, com o rosto mais próximo do nunca, encarando ele com grande intensidade. "Quê?" Um clima de tensão toma conta do local, a sala estranhamente começa a esfriar e a luz desvanecer. "Quê? Quê?! Que?!!!" A voz dela vai aumentando e se tornando cada vez mais raivosa, a mão dela começa tremer enquanto lentamente se move para a sua espada embainhada.

Clover PiratesWhere stories live. Discover now