eu que tantas vezes..

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Estou farto,
Estou farto de semideuses,
Estou farto de deuses em si.

Eu que tantas vezes arrogante,
Que tantas vezss errôneo,
Que tantas vezes reles,
Que tantas vezes miserável,
Que tantas vezes ridículo.

Não há ninguém como eu,
Ninguém se expressa mal como eu,
Ninguém é miserável como eu,
Ninguém é ridículo como eu.

Ninguém se vê em mim,
E eu já não me vejo em ninguém.

Eu que não tenho paciência nem
Para amarrar os próprios sapatos,
Eu que não tenho dicção para citar
As próprias poesias,
Eu que não tenho coordenação para
Escrever belamente,
Eu que tanto grito sem necessidade,
Apenas eu que lástimo tanto em plena tarde.

Será que realmente não há ninguém errôneo
Como eu nessas terras de perfeição?

pensei, virou poesia.Onde histórias criam vida. Descubra agora