Capítulo 3

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Deixando avisado aqui que esse capítulo vai ter descrição de violência física.

lavolt_666

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A semana se arrastou rapidamente, como folhas e cascalhos de outono ao ar. Nesse meio tempo, Chanyeol e Baek continuaram a conversar por mensagem, durante os intervalos de seus trabalhos, durante às tardes e às noites. Eles haviam descoberto tanta coisa em comum que não paravam de se perguntar como não haviam parado para dialogar antes. O artista havia ficado especialmente maravilhado, ao descobrir que Byun era um apreciador assíduo da arte, e que tinha vários quadros em seu apartamento, uma vez que assumira ( equivocadamente ) uma suposta ignorância da parte dele quanto a essas coisas artísticas, como Sehun costumava dizer no início do relacionamento deles, pouco antes de mudar para essas merdas artísticas.

O menor descobriu, inclusive, que Chanyeol tinha uma porcaria de apartamento, nas palavras dele. E que a vista das janelas dava direto para paredes tijoladas mal feitas de outras porcarias de apartamentos. Não era novidade que o artista era quebrado, pois era um mero bibliotecário. No entanto, vinha passando por fiascos maiores ultimamente, uma vez que Sehun pegava metade de seu dinheiro para fazer sabe se lá o que. Baek se conteve para não revelar que Oh Sehun na verdade investia os dólares em amantes e bares gays, querendo evitar que a conversa terminasse de forma abrupta, ou que Park bloqueasse seu número.

Mas enfim... Byun descobriu, com muita surpresa, que o artista tinha um irmão mais novo chamado Chen, e que este morava no Texas, com uma caipira loira chamada Emily, e seus três filhos. Moravam na fazenda do pai da garota, e haviam se conhecido na faculdade. Segundo Park, eram a cara da família americanizada de comerciais heterossexuais cafonas, e okay, eles zombaram um pouquinho daquilo, com direito a fotos da bendita família.

E quanto a mãe e o pai dele, bem, aparentemente haviam se divorciado na adolescência dos filhos, mas mantinham contato com os dois e ainda moravam em Nova Jérsei, com seus respectivos novos cônjuges. Aquela história era parecida com a de Baek, com a enorme diferença de que seus pais haviam terminado, sem nem mesmo casar, quando ele ainda era um bebê, e ele não tinha muito contato ou consideração pelo pai sumido, quanto tinha com a mãe, que o criara.

Baek também aprendera que Chanyeol sabia como esconder um objeto. Segundo ele, tinha liberdade para usar o celular quando estava em casa, mas assim que Oh passava pela porta de seu apartamento, o que bem, acontecia quase todos os dias ( exceto em algumas noites, quando ele, secretamente, se espreitava pelos cantos daquela cidade, para cima e para baixo traindo Chanyeol como o sem noção que era ) não se ouvia falar daquele aparelho, ele simplesmente não existia mais, evaporava completamente. E tudo graças á essa habilidade fantástica que o artista havia adquirido ao longo daqueles sete meses.

Era para ser um segredo, mas toda vez que Chanyeol tinha algo que sabia que Sehun odiaria e não tinha onde esconder no pequeno e apertado apartamento, tratava de pôr o que quer que fosse nos lugares mais altos, sabendo que o namorado jamais conseguiria alcançar ou ver alguma coisa, sequer teria coragem de subir em uma daquelas cadeiras velhas e bambas que pareciam estarem prestes a se desfazerem a todo momento.

Baekhyun achou aquilo genial, e muito bem pensado mas confessou que havia ficado um pouco preocupado com a segurança do mais velho, este que se fez de desentendido acerca do por que o mais novo sequer ficaria preocupado, naquela mesma narrativa sem sentido na qual ele seguia se sustentando, de que havia saído na chuva com o celular e tropeçado com tudo.

Byun se poupou de começar um discurso, e desviou do assunto, sabendo que se adquirisse um tom de alerta, receberia apenas pedradas do outro lado.

Ele não mentiria, aquele cara era osso duro de roer. Ele se mantinha atrás de uma muralha enorme, ao mesmo tempo em que se abria,
fazendo com que a sensação de conversar com ele fosse quase a mesma de conversar com uma pessoa do outro lado de uma parede. Eles se entendiam bem, mas ainda sim havia algo ali que os separava.

In Between Days | Chanbaek Version Onde histórias criam vida. Descubra agora