PARTE V - Resolução

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Sarada estava sentada em seu futon, a mente a mil por hora. A conversa com seu pai naquela noite havia lhe dado muito o que pensar. Ela entendia melhor agora as complexidades por trás dos acontecimentos recentes, mas ainda havia muitas perguntas sem respostas.

Se Akyo Aoki fora morto por Toryama Kita, aquilo queria dizer que Miro Kobayashi conheceu o verdadeiro Akyo Aoki antes do mesmo ter sido assassinado.

E se Miro dizia a verdade...

"Estou apenas retomando o que foi roubado há 100 anos da Família Aoki. A verdadeira Família Feudal".

Ela olhou para a janela, contemplando a lua cheia que brilhava no céu noturno sem estrelas. O que estaria acontecendo na Aldeia da Areia? Sua mãe, Sakura, estava lá, e Sarada sentia uma mistura de preocupação e receio sobre o que estava por vir.

E se a verdadeira causa da Cruz Branca não fosse recuperar um item com o objetivo de restaurar o que o verdadeiro líder, Akyo Aoki, proclamasse ser de sua família?

Dando um olhar de soslaio para seu pai — adormecido em sono profundo em seu futon — e decidida a não ficar de braços cruzados, Sarada se levantou furtiva e saiu pela janela em silêncio.

Ela tinha algo martelando em sua mente, e não podia perder tempo.

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A luminosidade da lua pouco iluminava os corredores sombrios da prisão, onde Miro estava confinado. Sarada, com um olhar determinado, adentrou o local — percorrendo os corredores sem nenhum barulho, como uma gata, para não ser percebida pelos únicos dois guardas que trocavam de posição ao final do corredor — encontrando Miro sentado no canto escuro de sua cela, os olhos cansados refletindo a amargura de sua situação.

Sarada caminhou até a barra de ferro da cela de Miro, cautelosa, enquanto ele permanecia imóvel, perdido em seus próprios pensamentos.

Percebendo que não estava sozinho, Miro levantou o olhar para encarar Sarada — seu rosto mostrando surpresa de ver a kunoichi que ele havia cruzado em meio ao caos da invasão de Shamisen há horas atrás.

"O que você quer?".

Olhando ao redor da cela com uma expressão sombria, Sarada sabia que não havia muito tempo até que os guardas trocassem novamente de posição e percebessem-a no meio do corredor.

"Por que você se juntou à Cruz Branca, Miro-san?", ela foi direto ao assunto, surpreendendo-se ao notar que Miro parecia derrotado e desesperançoso, totalmente diferente de sua postura há horas atrás ao tentar roubar o Shamisen de Ouro no mosteiro sagrado.

Parecendo vulnerável, Miro sustentou seu olhar, e por longos segundos encarou-a, até finalmente sussurrar, como pétalas frágeis ao vento, "Eu não tinha alternativa...", Miro pausou, desviando o olhar por um momento antes de continuar, "Eu perdi tudo quando criança. Meus pais, meu irmão mais novo... Fui levado pela Cruz Branca, e desde então tenho buscado por ele".

Abaixando-se diante de Miro, mostrando empatia, Sarada parecia seguir o raciocínio do que o mesmo parecia estar lhe dizendo, "Seu irmão?".

"A Cruz Branca não é o que dizem", ele disse simplesmente, "Sim, por um tempo éramos um grupo que disfarçava-se simplesmente para roubar independente da classe social, ou até mesmo, matar", Miro deu de ombros, "Não que eu tenha realmente machucado alguém... mas eu não tinha alternativas se não seguir seus protocolos na esperança de um dia reencontrá-lo".

Sarada pensou em perguntar-lhe sobre Akyo Aoki, mas logo fechou a boca quando notou que Miro iria continuar.

"Akyo cuidou de mim quando a Cruz Branca invadiu o vilarejo onde morava, e ele queria mudar o destino da Cruz Branca, transformando o grupo no que realmente alguns acreditavam, em ajudar os mais pobres roubando dos mais ricos, porém, Akyo mudou do dia para a noite, dizendo que a Família do Senhor Feudal havia roubado de sua família um item valioso, um item que poderia trazer bastante dinheiro para nossa causa e até mesmo abalar o País dos Rios".

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