Capítulo Um

10 1 0
                                    

Mentiras machucam...

Eu a olhava com atenção, tento olhar no fundo do seus olhos e procurar a verdade, mas não consigo, porque ela simplesmente não consegue me olhar nos olhos e mentir ao mesmo tempo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu a olhava com atenção, tento olhar no fundo do seus olhos e procurar a verdade, mas não consigo, porque ela simplesmente não consegue me olhar nos olhos e mentir ao mesmo tempo.

Mesmo vendo a realidade ainda estou em estado de negação, eu sinceramente não achei que ela seria tão parecida com a mãe dela, fui tão inocente de acreditar em uma mentira que parecia real. Me acusar de ter abusado dela já é demais, eu nunca faria isso com ela, com ninguém.

Talvez amar demais foi o meu erro.

E olha onde todo o meu amor foi parar. Meu amor foi jogado no chão e pisado sem nenhum arrependimento da parte dela, ele está sendo julgado para pegar uma sentença.

Meu mundo parou quando por fim o juiz perguntou a ela " - A senhorita afirma essa acusação?" Elisa demora a responder e com lágrimas nos olhos me olha logo desviando o olhar para baixo rapidamente e responde " - sim, senhor".

Como posso ter caído nessa armadilha mesmo sendo esperto?.

Ficarei preso por 6 longos anos, os exames que Elisa fez disse "sim" para todas as "acusações" que a mesma disse sobre mim. Como diabos aqueles exames deu positivo sendo que eu nem abusei dela?, aviamos feito relações, mas ela sempre dizia sim a todas as coisas que fazíamos.

Olho para minha mãe que passa a chorar.

Minha mãe sempre teve razão sobre ela e o que eu achava que nunca iria acontecer novamente aconteceu, no final terminei como meu tio. Ela sempre me avisava e eu sempre ignorei.

Elisa me colocou no inferno e fechou as portas pretendendo nunca mais abrir.

Um policial me leva assim que o julgamento acaba e o juiz bate o martelo na mesa. Claro, fui encaminhado a um presídio.

Adentro em um beco onde todos os presos estavam alí. Todos iam nas grades para ver qual era o novato que chegaria no momento. Os policiais me empurraram quando abriram a sela. Na sela haviam 4 homens, um homem entre eles parecia ser o mais velho, com aparência de ter uns 50 anos.

Coloquei minhas mãos nas grades e abaixei a cabeça encostando na grade.

- a frase "as aparências enganam" nunca fez tanto sentido como agora. _o homem mais velho dentre eles falou, fumando um cigarro.

- por que diz isso? _o pergunto não o olhando.

- você claramente tem cara de quem não mata uma mosca. _ termina soprando a fumaça.

- eu não matei ninguém _ digo por fim o olhando.

- então por que está aqui? Não me diga que foi um engano _ rir com os demais _ Corta essa garoto, ninguém acredita mais nisso.

- isso tem graça pra vocês? _ digo sério que faz os homens sentados na cama fechar a cara e abaixar a cabeça.

- garoto, os policiais não se enganam tão facilmente. E tem sorte que caiu na sela onde só tem medrosos e um velho que mal sabe dar um soco _ rir de si mesmo, e solta mais uma vez a fumaça. _ se tivesse caído naquela sela _ aponta para uma sela onde vejo um cara todo tatuado sentado na cama com o olhar ameaçador em minha direção. _ não sairia vivo. _ completa o velho.

- sinto muito que vai ter que passar por isso _ o velho homem termina sua fala batendo em meu ombro indo em rumo a cama onde logo se deita.

- do que está falando? _tiro as mãos da grade e sento em uma cama vazia, que supostamente seria minha dali por diante.

- da briga que todo novato tem que passar até ele achar que a pessoa se acostumou com o lugar. _ se pronuncia outro homem e aponta com a cabeça para a sela do tal cara. _ infelizmente essa briga dura uma semana.

- uma semana? _falei olhando para o chão e em seguida para o homem do outro lado que ainda passava a nos observar.

- boa sorte cara _ fala o outro com uma foto na mão.

- graças ao bom Deus, eu não tive que passar por isso. Quando ele chegou eu já estava por aqui. Mas os meninos sofreram na mão desse cara. _ continua o velho. _ mas, eu acho que você provavelmente irá conseguir passar por essa.

Confusão. tudo que eu menos queria era arranjar uma confusão com alguém, porque eu poderia sair mais cedo, pelo comportamento.

°°°

Quando chegou a hora do almoço, saímos. Nunca que eu iria imaginar que estaria por aqui. Nunca que eu iria imaginar que quem me colocaria aqui seria a mulher que eu mais amaria nesse mundo.

- ae? garoto. _me chama um homem com uma cicatriz no rosto, aponta com a cabeça para eu o acompanhar.

Sigo aquele homem até uma roda de homens onde todos tinham o cabelo raspado e cheio de tatuagens, todos aqui tem tatuagens. Os caras abrem espaço e vejo meu tio sentado enfaixando a mão.

- tio? _ falo que faz o mesmo olhar e logo em seguida dar um sorriso.

- o próprio _ se levanta e vem em minha direção me abraçando.

Diferente do que eu imaginei, meu tio não estava com uma pança, parece que malhava, tatuagens pelos braços. Uma barba pós feita. Usava uma camiseta branca assim como todos, o macacão laranja serviu como uma calça.

- como veio parar aqui? _ pergunta finalizando de enfaixar sua mão.

- se eu te dissesse não iria acreditar _ digo olhando ao redor rindo.

- não me diga que é por causa de mulher _ diz rindo junto comigo.

- o que houve? _ aponto para sua mão agora enfaixada.

- eu soube que aquele malvadão iria bater em você, então, eu acabei com ele. Eu não vou deixar que agridam meu sobrinho querido.

- posso me virar sozinho.

- que bom. Porque não sei quanto tempo irei deixá-lo longe de você. Mais cedo ou mais tarde ele irá querer bater em você, e é melhor estar preparado. Ele não ataca sozinho, todos aqueles caras estão com ele. Eu o avisei que iria o socar novamente se ele tocasse em você, mas eu sei como ele é.

Meu tio me leva para se sentar ao seu lado em um banco que há pouco tempo ele estava sentado.

- então, como veio parar aqui?

- Elisa Buguargues.

- se envolveu com essa família assim como eu? _ levanta a sombrancelha.

- infelizmente _ abaixo a cabeça.

- eu imagino como sua mãe teve ter reagindo _rir pegando o cigarro que seu amigo lhe entregou.

- não o julgo, sei como mulheres nos deixa. _ passa o braço pelo o meu ombro. _ nunca vi essa menina, só a vi quando ela era criança. Ela se parece com Amélia?

- ela é idêntica a Amélia.

- sério? _ me olha.

- ela me colocou aqui. Me acusou de coisa que eu nunca faria.

- do que? _ solta a fumaça.

- abuso, ela mentiu dizendo que eu a abusei.

- sente raiva dela? _ solta mais fumaça olhando para uma árvore que balançava suas folhas por conta do vento.

- eu queria muito, mas não, eu a amo, mesmo ela ter me colocado aqui.

- você se parece comigo, mesmo ficando aqui durante todo esses anos eu ainda não deixei de amar Amélia.

Pelo menos não serei tão solitário aqui, talvez essa seja a oportunidade de conhecer meu tio melhor, até agora só ouvia a história dele pelo lado da minha mãe, acho que é melhor eu ouvir o lado dele.

[ MEU ERRO 2 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora