Eu odeio lembrar daquele dia. Eu odeio. Muito. Muito mesmo. Tipo, muito.
Eu odeio lembrar do olhar dele, o olhar que mesmo no escuro da noite me fez sentir borboletas, eu odeio aquele momento específico em que tudo ao redor sumiu, tudo ficou em silêncio e tudo que eu podia ver era ele olhando pra mim, e o que eu fiz? Eu fugi, eu apenas sorri e deitei no ombro dele, e eu me arrependo muito.
Eu queria tanto, eu sei que queria, era tudo que eu mais queria, mas eu percebi isso tarde demais.
Por que é tão difícil pra mim? Por que é tão difícil me sentir amada e desejada por alguém?
Eu queria ele, de verdade, e eu sei que mesmo bem no fundo, ou com menos intensidade, ele também me queria.
E eu odeio, odeio lembrar desse dia e simplesmente só lembrar do que eu não fiz, me lembrar do que eu deixei de fazer.
E eu me arrependo amargamente por isso, e odeio ainda mais, agora, nesse momento e em qualquer outro momento futuro, que eu não possa mudar nada.
Eu odeio me lembrar, odeio muito.
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Cartas para: Ninguém.
PoetryPoesias, poemas, monólogos, CARTAS, recados ou o que quer que sejam estes textos; realizados em momentos muito provavelmente vulneráveis, onde tais palavras iriam exigir muita força para serem ditas em alto e bom tom, então foram escritas com o obje...