Destinos Cruzados - Cᴀʀʟ Gʀɪᴍᴇs

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 7

**POV S/n Ford**

Estava tudo indo tão bem, com o clima descontraído na igreja e as conversas animadas ao redor da fogueira, até que o maldito padre apareceu com sua aura estranha e deixou todo mundo com uma pulga atrás da orelha. E agora meu pai está lá, provavelmente tentando arrancar alguma verdade daquele cara.

Carl se aproximou enquanto eu refletia sobre a situação. Ele sempre tem aquele jeito sério, mas eu sinto que tem algo mais por trás daquelas feições duras. Talvez seja só a sobrevivência falando mais alto.

— Tenta não se preocupar com isso — Carl disse, sentando ao meu lado. — Meu pai vai resolver, nós damos conta.

Encarei-o por um momento, tentando ler seus olhos azuis que pareciam esconder tantas coisas. Ele tem sido tão fechado ultimamente, mal conversa comigo. Mas agora, sentados ali juntos, talvez seja a oportunidade de mudar isso.

— Você acha que o padre está escondendo algo? — perguntei, desviando o olhar para a porta onde meu pai e o padre estavam sentados.

Carl ficou em silêncio por um momento, como se estivesse pensando na melhor forma de responder.

— Não sei ao certo — ele começou, escolhendo cuidadosamente suas palavras. — Mas é melhor ficarmos de olho nele. Meu pai não confia nele, e se tem algo que aprendi nesses tempos difíceis é que devemos confiar nos instintos do meu pai.

Concordei com a cabeça, absorvendo suas palavras. Ele tinha razão, meu pai sempre foi um bom juiz de caráter, mesmo que às vezes sua abordagem seja um pouco... drástica.

— E quanto a você, Carl? — perguntei, mudando de assunto. — Como está se sentindo sobre ir para Washington?

Ele suspirou, parecendo contemplativo.

— É complicado — ele admitiu. — Parte de mim quer seguir em frente, encontrar um lugar seguro e tentar recomeçar. Mas outra parte... outra parte quer ficar aqui, com as pessoas que conhecemos, mesmo que as coisas estejam difíceis. Não sei se estou pronto para deixar tudo para trás.

Senti uma pontada de empatia ao ouvir suas palavras. Eu também tinha sentimentos conflitantes sobre deixar esse lugar para trás, mas ao mesmo tempo, o desejo de segurança e um recomeço em Washington era tentador.

— Eu entendo — murmurei, colocando minha mão sobre a dele por um breve momento. — Vamos dar um jeito nisso juntos, certo?

Ele olhou para mim, um leve sorriso surgindo em seus lábios.

— Acho que precisamos descobrir mais sobre esse padre e o que ele está escondendo. — Digo mudando de assunto e desviando o olhar.  — Não podemos deixar nada ao acaso, especialmente agora que estamos tão perto de encontrar um lugar seguro em Washington.

Carl concordou, e juntos observamos a conversa se desenrolar entre Rick e Gabriel. Enquanto isso, o restante do grupo continuava suas conversas animadas, alheios às preocupações que pairavam sobre nós.

De repente, um barulho do lado de fora da igreja chamou nossa atenção. Todos ficaram alertas, prontos para reagir a qualquer ameaça que pudesse se aproximar. Rick se levantou rapidamente, seguido por Gabriel, ambos prontos para investigar a origem do som.

Nós os seguimos para fora da igreja, onde nos deparamos com uma cena perturbadora. Algumas das janelas do prédio estavam quebradas, e sinais de uma tentativa de invasão eram evidentes.

— Alguém tentou entrar aqui. - disse Rick, examinando as marcas deixadas nas paredes.

Minha mente começou a girar com possibilidades. Quem poderia querer invadir uma igreja? E por quê? Enquanto eu ponderava sobre essas perguntas, uma sensação de inquietude se instalou em mim.

Rick levou Gabriel até as marcas, questionando-o sobre o que ele sabia. O padre parecia genuinamente surpreso e negou qualquer conhecimento sobre o incidente. No entanto, sua expressão tensa e evasiva não escapou à observação afiada de Rick.

Enquanto isso, o restante do grupo se reuniu ao redor, compartilhando suas próprias teorias e preocupações. Era evidente que a confiança no padre estava começando a desmoronar.

Enquanto a noite avançava, a tensão na igreja só aumentava. Os olhares trocados entre os membros do grupo eram carregados de desconfiança e apreensão. Parecia que estávamos à beira de uma revelação iminente, uma verdade obscura que ameaçava vir à tona.

À medida que nos preparávamos para enfrentar os desafios que se aproximavam, uma coisa estava clara: não podíamos baixar a guarda. Havia algo sinistro espreitando nas sombras, e era nosso dever descobrir o que era antes que fosse tarde demais.