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                         ▪︎ BARÃO ▪︎ 

Barão: Puta merda! - Passei a mão na cabeça e encarei minha filha caída no chão com a cabeça sangrando. 

Coração quase pulando pra fora. Me aproximei e peguei ela nos braços, tomando cuidado pra não a machucar mais e corri pro carro. 

Ester e eu tínhamos uma parada complicada. Eu era do tipo possessivo e ela fazia a linha foda-se pro mundo. 

Ela sabia curtir e foi por isso que me apaguei... me apaguei, não, me apaixonei. Foi foda admitir, eu não era do tipo que demonstrava e ela odiava isso. 

Tudo que rolou foi rápido e muito importante pra mim. Entre idas e vindas, passamos por muitas coisas e claro que brigávamos e muito.

A maioria dos surtos eram pela minha falta de fidelidade admito, mas quando se tem tudo que deseja desde moleque é difícil não ir pra cima. 

O foda foi na nossa última briga. Eu gritei, ela gritou. Falamos verdades, ela me bateu, correu pra fora da casa e nunca mais voltou. 

Nunca soube do paradeiro dela e muito menos do filho que ela carregava. Só fiquei sabendo porque o cuzão do meu irmão mandou a letra e se não fosse por isso eu tava sem as duas até hoje. 

Desci do carro e corri com ela pra dentro do hospital. 

                              ▪︎▪︎▪︎ 

Nós estávamos em uma sala privada. Giulia deitada na maca e eu em pé na frente dela. 

- Bom... foi um simples desmaio, mas como você caiu de bruços e machucou a cabeça, fez bem em nos procurar. - O doutor falou entrando na sala enquanto olhava a prancheta nas mãos. - O bebê está bem e...   

Barão: O que? - Gritei. - Bebê? Que bebê? Como foi que isso aconteceu? 

- Bom... o homem com quem ela teve relações sexuais introduziu o pên... 

Barão: Eu sei como se faz um filho, doutor - Cortei ele, passando a mão pela barba. - Eu só... 

Giulia: Pai... - Resmungou com a voz de choro. Olhei pra ela, que claro já chorava e sorri nervoso. - Eu não quero esse bebê... doutor eu quero abortar! 

Barão: Que? - Gritei de novo. - Tá maluca? Tu aborta, que eu te dou dois tapa na cara... tem essa de abortar não giulia. 

Giulia: Mas pai eu tô com medo. 

Barão: E como tu acha que eu fiquei quando soube que tua mãe sumiu contigo na barriga? - Ela negou chorando. Passei a mão no rosto e ela abriu os olhos me encarando. - O pai dessa criança que é um cuzão, você não... doutor, como que ela tá grávida se nem tá com a barriga grande? 

- Ah! É que uma pequena porcentagem das mulheres só desenvolve a barriga lá pra décima quarta semana de gestação ou vigésima sexta... Tem mulheres que nem aparentam estar grávidas e só sabem no momento de terem o bebê. 

Barão: Fala em mês que eu não sou obrigado a ficar encucado com palhaçada de semanas. 

- A barriga dela só vai começar a crescer pelo quarto ou quinto mês de gravidez ou não... mas como já é provável que seu quarto mês tenha chegado, já podemos ver o sexo do bebê. Querem saber agora ou... 

Giulia: Pai... 

Barão: Nós vai ver o sexo agora sim - O médico assentiu e saiu da sala falando que ia voltar com alguma parada que eu não entendi. - Caralho! 

Giulia: Pai, eu não quero. 

Barão: Tu não tem que querer, filha - Abracei ela. Giulia chorava, soluçava e meu coração tava apertado demais. - Você vai ter esse filho sim, vai ser a mulher forte que eu sei que você é e tu pode ter certeza que não vai fazer isso sozinha. 

Ela resmungava umas parada sem sentindo, mas minha cabeça nem tava ali. Eu tava feliz pra caralho por saber que ia ser avô, mas puto por saber quem era o pai. 

Meu neto não ia conhecer aquele cuzão não. Enquanto eu estiver vivo, o L7 não vai saber que teve filho com ela. 

O doutor entrou na sala com uma enfermeira do lado e começou com os procedimentos. Giulia não parava de chorar e eu não sabia se socava a cara dela ou da enfermeira que era mais lerda que uma lesma. 

- Aqui - Apontou o médico. - Esse aqui é o feto. 

Barão: Meu neto é esse borrão ai? - Ele assentiu. - Porra! Parece um tolete de bosta. - Eles riram e eu continuei a prestar atenção nos movimentos do carinha. 

- É uma menina... - Porra, lá se foram minhas chances de passar a frente os macete pra pegar mulher. - Não, me perdoem. É um menino. 

Barão: Irmão tu acabou de falar que é uma menina... tem como tu se decidir não? 

- Desculpe. É que o cordão umbilical estava tampando um pouco a visão - Ele sorriu e apertou um botão fazendo um som estranho ecoar pela sala. - Esse é o som do coraçãozinho dele. 

É! Confesso que deixei algumas lágrimas caírem. Sou macaco velho emocionado e ansioso pelo primeiro neto.  Giulia já tinha parado de chorar, mas assim que tocou na telinha do aparelho, voltou a chorar. Mas agora dava pra ver que era de felicidade

Mente milionária Onde histórias criam vida. Descubra agora